Killer X

Capítulo 13


Laura ficou pensando em possibilidades, mas não conseguiu nenhuma que a convencesse de algo. Estava sentada na cama, lendo um livro e ouvindo música para tentar limpar a mente de preocupações que iriam atrapalhar sua missão. Três horas da tarde, era o que o relógio mostrava. Levantou-se, colocou o celular e o livro no criado-mudo, entrou no banheiro, despiu-se e entrou no chuveiro. A água quente indo de encontro com seu corpo nu dava uma sensação de alivio, e parecia que podia tirar todo o peso que carregava nos ombros. Mas isso não duraria para sempre.

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Saiu do banho, colocou roupas adequadas para o dia - uma regata preta, shorts jeans e all star preto de cano longo - penteou os cabelos e foi até o guarda-roupa. Pegou um sobretudo que ia até seus joelhos e o vestiu. Tirou as outras roupas junto com os cabides e jogou na cama. Tateou o fundo do guarda-roupa até que encontrou o que queria. A porta secreta de correr deslizou delicadamente para o lado, mostrando um arsenal de armas e facas. Era uma coleção belíssima. Pegou duas facas pequenas de cabo fino e enfiou no suporte dentro do cano do all star. Colocou um cinto com coldres do lado esquerdo e direito, pegou duas pistolas e enfiou em ambos. Agora estava pronta. Foi até a escrivaninha de madeira e pegou a ficha que Jeremias tinha dado. Olhou seu conteúdo, por mais que soubesse que nada tinha mudado.

Pegou o celular e foi direto para a garagem. Lá estava, deixada em um canto, coberta com um pano, sua queria moto, ótima para qualquer terreno. Pegou o controle, apertou um botão, observou a porta da garagem se abrir, tirou o pano da moto, colocou a fixa no compartimento de guardar coisas e a montou. Sentiu a potência por um momento, acelerou, parou na calçada, apertou o botão para fechar a garagem e foi com tudo, rumo ao prédio da OPF.

Não se importou com os olhares curiosos e assustados das pessoas que percebiam suas pistolas. Parou no estacionamento da empresa e se dirigiu ao seu destino terrível. Deixou sua personalidade x tomar conta de seus movimentos enquanto percorria o caminho de sempre até o infeliz que a esperava em uma sala branca e impecavelmente limpa. Ao chegar à sua sala de sempre, a de número 13 cravado no alto da porta, olhou para seu relógio no pulso. 16h00min. Tinha chegado bem na hora. Pegou na maçanete e no mesmo instante sentiu um calafrio percorrer seu corpo. Sacudiu a cabeça e entrou na sala.

Não olhou para o garoto que estava amarrado na sala. Foi direto para a bancada. Tirou o sobretudo e estava prestes a tirar o cinto com as pistolas quando ouviu um murmúrio. Ele havia acordado antes da hora. Laura se virou e, ao ver o garoto, congelou. Não era possível. Não, não ele! Mas que negócio era aquele? Agora sim ela já não entendia mais nada.

– O que você está fazendo aqui? – disse com dificuldade.

– Hãn... – ele estava zonzo, mas olhou para ela – Laura? – ele percebeu que estava amarrado – O que está acontecendo? Por que eu estou preso?

– O que você está fazendo aqui? – perguntou Laura novamente.

– Eu não sei! Droga! Me tire daqui Laura!

– Você... Não sabe o porquê de estar aqui?

– Claro que não! – disse pasmo.

– Cara... Você está na OPF. E sinto dizer: você está ferrado.

– Eu estou ferrado? Por quê? – disse confuso.

– Eu fui designada para descobrir seu plano e os envolvidos. Eles já sabem do esquema...

– Não! Não é possível! Mas como? Como eles sabem? – ele estava gritando e tentando se soltar.

– Não sei como eles ficaram sabendo. Não me disseram nada além do necessário. E para de se debater não vai adiantar – disse em um tom entediado.

– Então me tira daqui, porra! Essa coisa machuca!

Laura ficou pensativa. Não podia soltá-lo. Não agora.

– Fique aqui e tente não amputar suas mãos e seus pés se mexendo assim.

– Pra onde você vai?! Me tira daqui agora, caralho! – estava irritado.

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– Me desculpe, mas não posso tirar você dai agora, se fizer isso eles me matam antes que você consiga dizer maracujá. Já, já eu volto.

Ela vestiu seu sobretudo e saiu da sala, trancando a porta. Quando se virou se deparou com um homem grande e musculoso que parecia um tronco de árvore.

– Laura! O que está fazendo por aqui? Mais uma missão? – disse animado e sorrindo.

– O que você acha? – disse rispidamente – Agora saia da minha frente antes que eu te mate!

– Ah, vejo que hoje está de bom humor – caçoou – O que tem do outro lado?

– Um amiguinho meu.

– Não é educado deixar os amigos esperando.

– Preciso ir ao banheiro.

– Quer que eu dê as boas-vindas no seu lugar? – ele olhou maliciosamente para a porta.

– Nem pense em entrar ai. Se você fizer algo com o cara que está ai pode dizer adeus aos seus futuros filhos.

– Ai! – colocou a mão no volume da calça – Tudo bem... Então até a próxima – acenou com a mão e foi andando pelo corredor.

– Idiota – Laura sussurrou.

Ela entrou no banheiro feminino, verificou se não havia alguém nos boxes e entrou em um deles. Se tinha um lugar que ela podia ligar sem interferência na linha era ali.

Fala – uma voz feminina atendeu do outro lado.

– Temos uma emergência. E das grandes.

Nem me fale. Estamos apreensivos aqui. E ai, encontrou o Andrey?

– Se eu disser quem está na minha mesa de tortura você nem vai acreditar. Na verdade, acho que você vai pirar.

Quem? Diga logo, não faça suspense!

– Sunny, K está aqui.

O que? – ela gritou e quase deixou Laura surda – Que porra é essa Laura?

– K está na minha mesa. Ele é a minha missão de hoje.

Não Laura, não é possível – sua voz estava mais calma do que deveria.

– Como não? Ele está lá sim. Eu vi com meus próprios olhos.

Estou dizendo, é impossível.

– Por que você diz isso?

– Pelo simples motivo de que K está aqui.