Sparkly Angel.

You were my savior


Fico hipnotizada, literalmente, com a beleza de Caleb. Se é que pode ser definido como beleza apenas ao invés de perfeição. Ele usava a camiseta da escola por baixo de uma blusa de couro preta, seu cabelo também era preto, liso, volumoso e com um topete natural que qualquer menino sonharia em ter. Seus lábios eram volumosos, mas sem exageros, e tinham um tom avermelhado muito leve, eram convidativos. Sem falar dos olhos, de um lindo tom azul turquesa... Seu sorriso também era perfeito. Dentes muito brancos e juntos, duas covinhas. Como eu sei disso é que me deixa intrigada. Afinal ele não deu sorriso nenhum, pelo contrário, estava muito sério. Mas eu tenho certeza. Ou não, deve só ser coisa da minha imaginação...
– Posso sentar aqui? – Ele me pergunta, agora muito próximo a mim, sua voz é grossa e ao mesmo tempo suave, meio rouca... E soa como música para meus ouvidos. Então ele sorri. Exatamente como eu imaginei.
– Pode... – Respondo simplesmente, sem saber mais o que dizer, parecendo uma boba diante de tanta perfeição. E esperando por mais, Precisando ouvir a voz dele de novo. Precisando... Tá, eu estou louca. Só posso estar.

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Ele senta-se na minha frente e passo o restante da aula tentando prestar atenção, mas parecia impossível com Caleb tão perto de mim. Eu mal conseguia respirar. Que droga, Claire, tudo isso por causa de um rostinho bonito?

Assim que o sinal pro intervalo toca saio da sala irritada, decidida a ir embora dali. E é isso que faço, me dirijo ao estacionamento depois de falar com Jane, dando a desculpa de que meu estado emocional ainda não está suficientemente recuperado, que não consegui prestar atenção nas aulas e que preferia ficar sozinha. Ela acreditou... Claro, quem não acreditaria? Até eu diria que era verdade, mas não, tudo por causa de um menino.
– Claire! – Ouço uma linda voz masculina gritar o meu nome, uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar... Não sei como, já que só passei uns minutos no mesmo ambiente que ele. – Esqueceu seu caderno. – Diz ele e me entrega meu caderno de história.
– Ahn... Não, eu não esqueci. Tenho certeza de que coloquei na bolsa. – Disse estranhando, pois realmente havia colocado.
– Ah, quer dizer, você deixou cair... Aonde está indo?
– Para casa.
– Vai perder as últimas quatro aulas?
– É... É que eu não estou muito bem.
– E vai como?
– Apé... Quer dizer, ainda não decorei o caminho, nova na cidade e tudo mais. Acho que vou pegar um táxi. Aliás, como sabe meu nome?
– Ouvi por aí. Sabe, você é o assunto do momento, a única coisa que ouço falar desde que cheguei nessa escola.
– O que? – Pergunto incrédula.
– É... A nova filha da diretora, a que sofreu um acidente e perdeu... – Ele não termina a frase, certamente percebeu a minha expressão de tristeza, não pude disfarçar. Como? Todo mundo já sabia? Eu vim aqui para ter uma vida nova, recomeçar, e a escola inteira já estava sabendo que eu sou a garotinha do acidente, órfã que perdeu o pai? – Me desculpa. – Ele pegou no meu braço com delicadeza, e senti outra vez um choque, como aconteceu com Steven, e uma sensação de paz me invadiu com o toque excitante da pele dele. Levantei a cabeça, e ele limpou minhas lágrimas com suas mãos, e depois acariciou a maçã do meu rosto com o polegar, em seguida colocou uma mecha do meu cabelo loiro atrás da orelha. – Eu não quis ser indelicado.

– Tudo bem.
– Você disse que ia apé... Quer uma carona?
– Não, eu pego um táxi. Obrigada.
– Por favor, eu insisto. Quero ter certeza de que vai chegar bem em casa.
– Tudo bem então...

Ter certeza de que cheguei bem em casa? Pra que? Ele mal me conhece. Mas, por um lado, ele pode estar se sentindo culpado por me fazer chorar, e é o que ele faria com qualquer uma que ele pensasse ter ofendido, certo? Mas ele não me fez chorar. O que me faz chorar é tudo que aconteceu nos últimos meses, é a saudade que sinto do meu pai, não oque ele disse. Claro que não foi uma coisa legal de se dizer, mas qualquer pessoa diria por impulso, e ele não ia imaginar o efeito que a frase causaria em mim. Sendo assim, não havia motivos pra que se sentisse culpado.
– Vamos. – Disse ele abrindo para mim a porta de uma linda BMW X6 branca.
– Mas, e as últimas aulas? Não vou deixar que perca aula para levar uma desconhecida para casa.
– Eu te levo rápido e volto, pode ser? – Perguntou e sorriu de uma forma que era impossível dizer não. Seu sorriso demonstra felicidade, mas seus olhos, parecem a coisa mais triste que eu já vi em toda minha vida, e ao mesmo tempo são indecifráveis.
– Sim. – Respondo simplesmente.
Disse a ele a rua onde morava, que eu não tinha certeza se lembrava, mas por sorte, ali estávamos. Ele estacionou em frente a minha casa. Eu estava pronta para descer, mas antes quis agradecer.
– Obrigada pela carona, Caleb. – Digo, e logo desço do carro.
– Espera! – Ele desce também. – Me deixe te acompanhar até a porta. – Disse com um sorriso de lado que chegava a parecer um tanto quanto malicioso.
– Nossa, que cavalheiro! – Brinquei.
Ele me acompanhou até a sacada, e ficamos frente a frente.
– Bom, tchau. – Disse erguendo os pés para dar um beijo em seu rosto, que para minha surpresa era extremamente gelado, mas a sensação fria só durou por um momento, depois meus lábios começaram a formigar e a ficar aquecidos. Estranhei aquela sensação, mesmo sendo boa, e ele pareceu perceber.
– O que foi?
– Nada... Eu tenho que entrar.
– Você não me parece muito bem, posso entrar e... Quem sabe cuidar de você?
– Eu estou bem, Caleb. Não estou doente nem nada.
– Por favor. – Sorriu. Parecia que ele sabia que, quando ele sorria, era difícil recusar qualquer coisa que ele pedia. Claro que ele sabia, já deve ter percebido isso com várias meninas idiotas como eu. – É que, bem, na verdade não gosto muito de ter aula, e... Você me parece ser legal, prefiro ficar aqui conversando com uma garota como você do que assistir a aulas tediosas como aquelas. Podíamos, quem sabe, ser amigos.
– Tudo bem, vai, entra. – Enfim digo.

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