O tempo passou rápido, eu e Draco decidimos manter a gravidez em segredo, pelo menos por enquanto para evitar problemas e brigas desnecessárias. No fundo aquilo mexia comigo; queria dizer para todos que teria um filho... Ou uma filha. A ideia de ter alguém dentro de mim sempre foi algo estranho em minha cabeça, mas agora se tornava algo normal e completamente compreensível.

Passei em frente ao espelho e me encarei ali. Levantei minha blusa e encarei minha barriga que ainda não apresentava sinais de gravidez. Como será que eu ficaria grávida?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Escutei um barulho e logo pude ver o reflexo de Draco atrás de mim, dei um pulo ao notar que ele estava me observando.

— Desculpe... – Ele levantou um embrulho que estava em suas mãos. – Estava andando pelo mundo trouxa quando vi isso em uma vitrine, pensei no bebê e não resisti. – Ele falou meio envergonhado.

Sorri tentando ser o mais acolhedora possível e gentilmente ele me entregou o embrulho branco com fitas rosa e azul. Abri e lá dentro encontrei um ursinho de pelúcia todo branco e peludinho. Sorri, quando notei que o ursinho parecia sorrir para mim.

— É muito fofo, Draco! Obrigada... – Falei olhando para o ursinho. – Como entrou aqui?

— Aparatei. – Estava tão avoada que nem tinha me tocado disso.

— Céus. Preciso lançar um novo feitiço nesta casa! – Agora a envergonhada era eu. Como Hermione Granger poderia ser tão negligente? Ri sem graça e ele me acompanhou. Quando a risada cessou, nos encaramos por alguns segundos e eu desviei o olhar.

— Está bonita. Onde vai? – Ele perguntou me analisando de cima a baixo. Eu usava uma blusa salmão, uma calça skinny e um sapato de salto preto. O sobretudo preto jogado em cima da cama daria o toque final.

— Hoje Rony e Harry voltam de viagem. Vou até a Toca para comemorar a volta. – Falei enquanto colocava um brinco pequeno.

Draco fez uma careta e se sentou sobre a cama.

— Não sabia que ele voltava hoje... – Suas palavras saíram baixas.

— É... eles concluíram a missão mais cedo do que o previsto. – Por algum motivo soube que Draco não havia gostado da ideia de Rony voltar para o Ministério.

— Então nos vemos amanhã no ministério? – Ele perguntou soando incerto.

Me virei para ele e tive de me contar para não acabar o beijando. Logo em seguida, me espantei. Esses tipos de pensamentos as vezes surgia do nada e me deixava alarmada.

— Claro... Amanhã é segunda. – Fiz uma careta de leve; pode ser meio clichê mas odeio segundas.

— Vamos almoçar juntos? – Draco se levantou e deu um passo em minha direção.

— Claro... – Minha voz saiu baixa e um pouco tremida, pois o homem estava cada vez mais perto.

— Te espero amanhã cedo, então! – Quando achei que ele fosse me beijar, ele simplesmente depositou um pequeno beijo em minha testa e desapareceu no ar.

Me encarei mais uma vez no espelho e bufei. No fundo, queria que ele me beijasse, mas sabia que não poderíamos ficar juntos e que esse era um pensamento bastante perigoso. Me xinguei mentalmente e comecei a recitar os feitiços mais seguros que conhecia para proteger a casa de modo que ninguém mais pudesse aparatar aqui dentro novamente. Talvez fosse melhor assim.

**

Voltei para casa um pouco abatido. Sabia que as coisas mudariam um pouco com a volta do Weasley e eu teria que me afastar um pouco dela. A ideia não me agradava em nada, mas seria obrigado a conviver com isso, afinal, eu não sou o namorado.

Ignorei as perguntas de meus pais e a carta que recebi de Pansy; só conseguia pensar na garota que carregava nosso filho em seu ventre.

**

Como sempre, a casa dos Weasley estava lotada. Todos conversavam e riam descontroladamente, pondo todas as conversas e novidades em dia. Os observei de pé diante da porta e só saí de meu transe quando Rony veio até mim e lançou seus lábios sobre os meus sem dizer nada.

Meu primeiro impulso era empurrá-lo para longe, mas eu não poderia fazer isso, não aqui sem chamar muita atenção. Rony não era nem um pouco gentil como o outro, mas correspondi ao beijo, fingindo necessidade... Espera... Era pra eu sentir saudade de meu namorado depois de passar praticamente dois meses longe dele, não é? Errado! Percebi que não estava com nem um pouco de saudade dos beijos e das caricias do ruivo... Não era como quando eu estava com ele...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Senti sua falta! – Ele disse se afastando de mim.

— Não é o que me pareceu! – Fiz cena somente para parecer normal, não que eu tivesse ligado para isso realmente.

Fui para dentro da casa e cumprimentei a todos. Logo já estava entretida na conversa com os outros e Molly dizia que estava com saudade da família toda reunida em sua sala. De vez em quando percebia que Rony lançava alguns olhares estranhos para mim, algo como curiosidade.

Mais para o fim do dia, restaram na sala apenas eu, Rony, Harry e Gina.

— Então, soube que Draco e você estão muito amigos, Hermione. – Harry comentou casualmente.

— Sim. Acabamos realmente amigos. – Respondi.

— É, todos estão comentando... Ninguém esperava por isso. Ver vocês dois almoçando e rindo todo dia pelos corredores do Ministério é estranho para todos... Sem exceção! – Gina falou e eu lancei um olhar mortal para ela, que sorria travessa.

— Como assim? Não sabia que vocês estavam almoçando todos os dias juntos! – Rony se exaltou levemente e eu tive que conter um suspiro cansado.

— Ela está apenas exagerando. – Tentei amenizar a situação.

— Não é o que estão comentando! – Harry falou rindo, sem notar o clima tenso que se formava. – Ah Hermione... Até eu que estive esse tempo fora já estou sabendo. As pessoas estão começando a achar que vocês estão tendo um caso!

Meu coração gelou e se formou um bolo em meu estômago. Olhei para Rony e seus olhos estavam em brasa. Eu seria capaz de matar Harry Potter se o mesmo já não tivesse sofrido a maior parte de sua vida nas mãos de Voldemort.

— Que exagero! – Respondi, desviando do olhar de desculpas de Harry. Infelizmente, minha voz saiu um pouco desesperada. – Também não é para tanto! - Voltei a negar.

Gina me olhava como se soubesse o que estava acontecendo. Ela sempre foi minha amiga e me conhecia realmente bem para identificar o nervosismo que eu sentia no momento. Por um momento cheguei a acreditar que Harry e Rony também haviam percebido pelo jeito como me olharam. De repente o clima ficou meio pesado.

— Eu acho que vou para casa... – Falei baixinho. – Estou com um pouco de sono. – Bocejei exageradamente. Confesso que não era nem de perto uma boa atriz, ou mentirosa.

— Eu vou com você. – Rony falou. – Estou com saudades. – Ele constatou, com um tom de desafio. Concordei para evitar brigas.

Nos despedimos de todos e fomos para minha casa. Nada aconteceu entre nós dois, há tempos não acontecia. Somente dormimos e a impressão que tive é de que Rony não estava realmente com saudade, somente queria ter certeza de que um certo loiro não me faria uma visita. Adormeci depois de muito tempo, os roncos do homem ao meu lado ficando para trás...