Hankei no Gifuto - 半径のギフト

Meu mundo não é o único


Nekomura percebeu que o tom de voz confuso e inocente daquela garota havia mudado.

– Como você pode afirmar que aquele caderno é seu?

Ela pensou, pensou mais um pouco, coçou o topo da cabeça e se lembrou de algo.

– Você está mesmo disposto a arcar com as consequências do que eu irei te mostrar?

Nekomura, meio confuso com todo aquele drama, respondeu:

– Acho que sim... Eh, eu aceito.

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De forma súbita, ela o puxa pelo braço e com um flash de luz, pulam como um raio inverso em direção ao céu. Um branco intenso o rodeava. Parecia que estava em um quarto branco, um infinito branco. Aquele infinito ia cada vez mais se extinguindo, dando lugar a cores, formas, contrastes de paredes e móveis.

– Você fez tudo isso só pra entrar no meu quarto?!

– Abra a gaveta, por favor. –dizia ela mantendo a calma.

Nekomura abriu a gaveta e tirou o caderno de lá, meio receoso ao pensar que ela iria tomá-lo dele.

– O que você vai fazer com o caderno?

– A pergunta é: O que VOCÊ vai fazer com o caderno ? –insinuando algo.

– Bem, antes de eu ter descoberto esse caderno eu pensava que ele era uma brincadeira de mal gosto, uma pegadinha, sei lá. Agora que eu descobri o que ele faz, e me sinto obrigado a fazer o certo.

– Se é assim que você pensa... Pode ficar com este caderno. Mas eu tenho que te explicar algumas cláusulas de uso.

– Cláusulas de uso?

– Condições de uso. Quando você interfere no que ele escreve, minha força diminui. Agora, por exemplo, eu não posso mais me transportar para qualquer lugar.

– E por que você usou o resto da sua força fazendo algo que uma porta consegue fazer?

– Heheheh... Eu me esqueço que não estou mais em Nav. –dizia sem jeito.

– Ela pode ter esse jeito meio durão, mas mostra que é um pouco bem humorada e desajeitada. –pensava Nekomura ao ver a reação de Kin.

– Primeiro me explique o que é Yav’ e Nav, e como você consegue fazer o que fez lá no banco.

– Sou uma deusa. Meu nome eslavo é Dolja. Sou a deusa do destino, por isso esse caderno pode prever o destino. Eu o concedi esse dom quando estava em Nav.

– Mas você não me respondeu o que é Nav e Yav’.

– Sério que você quer ouvir uma história tãããããão longa?!

– Eu me disponho a te ouvir. –Nekomura dizia com um sorriso de aprovação.

– Pri-pri-primeiro pare de sorrir assim do nada! Não me acostumei a lidar com humanos e seus costumes tão liberais. –dizia ela com uma vermelhidão aparente no rosto.

– Então lá vai. Nav é o lugar que eu moro, ou morava. Meu pai, o deus Svarog, tomou uma atitude que eu considero covarde, e por isso eu fugi pra cá, como nós chamamos esse lugar, Yav’.

– Yav’ seria a Terra, e Nav seria uma espécie de paraíso?

– Mais ou menos. Nav é o mundo imaterial, o geral, que inclui Svarga. E Svarga é o domínio do meu pai. Vou simplificar em um esquema mais fácil.

Ela começou a explicar que o universo era uma árvore, chamada Árvore do Mundo. Nessa árvore, as folhas representavam Nav (aonde se situava Svarga), o tronco era Yav’, a terra dos humanos, e as raízes eram o submundo, Vela.

Também contou sobre o plano do pai, que planejava unir Nav à Yav’.

– Essa união iria acabar com todos os humanos, os escravizando e matando quem negasse o destino. –falava Kin ao Nekomura, que era todo-ouvidos. – Engraçado que eu sou a deusa do destino, mas consigo ser tão fraca a ponto de vir aqui pedir ajuda a um humano, sem ofensas.

– E você não concordou com essa idéia e fugiu.

– Exatamente. Ele precisa de todos os deuses pra dar continuidade ao plano de fusão dos mundos.

– Tem mais deuses?

– Deuses, criaturas... Eu tenho dois Dolas a meu favor.

– Dolas?

– Dolas são a Sorte encarnada dos humanos. Um humano acompanhado de um Dola significa prosperidade, sendo ainda algo proibido por meu pai que decretou heresia a qualquer ser de Nav que ajudasse um humano. Eu sendo uma Bog (deusa), posso ter um Dola em mãos.

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Nekomura estava confuso com todas aquelas denominações de deuses, criaturas, reinos, e esqueceu de perguntar o principal.

– Mas por que eu? –dizia intrigado.

– Você se julgava estagnado, letárgico, parado, e via uma grande vontade oculta em você. Uma vontade de se jogar em uma missão.

– Você com seus poderes limitados, e eu com o quê?

Kin, irritada com tanta hesitação e tantos “porquês”, disse:

– Deixarei dois Dolas pra você. Eles te ajudarão em algo, e te guiarão quando eu estiver distante.

Com um gesto de mão, uma luz se cria na ponta da sua espada e ela crava um círculo no teto. O círculo irradiava brilho, era um portal que tinha trazido duas coisas.

Um gato siamês e um rato negro caíram daquele portal.

– Tenho medo de perguntar o que esses dois animais irão fazer por mim a essa altura. –dizia Nekomura na sua mente.



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Nekomura (acima)

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Sra. Natsuyama (Mayumi Natsuyama)

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Nezumi

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Hiroto

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Kin

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Mira

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Kotatsu

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Okinari (deus Svarog)