O Homem que Eu Amo
O HOMEM QUE EU AMO - PARTE VIII
Konoha não era grande, e tampouco pequena, por isso encontrar o Capitão Yamato não era assim uma missão muito fácil; ainda mais considerando que ele era um membro da ANBU que quando não queria ser encontrado não o era.
O primeiro lugar que pensei em procurar foi no escritório de Tsunade-sama, afinal ele devia a Godaime um relatório da missão.
Ao chegar ao escritório de Tsunade-sama encontrei sua sala vazia, e quando estava saindo topei com Shizune que carregava alguns papéis.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Olá Sakura-chan – saudou-me Shizune
- Shizune, eu preciso falar com o Capitão Yamato, você o viu? – perguntei apressada.
- Não.
- Sabe se ele está com a Tsunade-sama?
Shizune pensou por um momento.
- Tsunade-sama ainda não voltou do hospital, ela disse que ia ver...
Shizune interrompeu sua frase no meio como quem estava prestes a falar sobre um segredo muito bem guardado.
- Eu já sei que Naruto está de volta – tratei de esclarecer isso a ela.
- Já sabe, é? Bem, nesse caso também sabe sobre... – Shizune olhou para os lados e sussurrou – você sabe sobre a transformação.
Eu apenas balancei a cabeça em sinal positivo.
Shizune passou por mim e entrou na sala de Tsunade-sama; ela colocou a copiosa pilha de papéis sobre a mesa; da porta da sala eu acompanhava seus movimentos.
- Você deve estar sofrendo muito com isso, não é mesmo Sakura-chan? Afinal você e o Naruto têm uma ligação muito forte.
Eu dei alguns passos a frente, e detive meu caminhar no meio da sala.
- Eu só queria saber como salvá-lo – eu confessei num tom de voz de amargura.
Shizune abriu um meio sorriso.
- Você quer salvá-lo, e os conselheiros querem que ele morra.
- Tsunade-sama me contou sobre os conselheiros.
Na verdade Tsunade-sama havia me contado apenas que ia falar com os conselheiros, no entanto, meus pensamentos giravam tão depressa que quase nem prestei atenção ao que Shizune me disse.
- Não acha injusto o que eles disseram? – Shizune continou falando, e notei um tom de revolta em sua voz – Eles acabaram convencendo o Naruto que o melhor que ele podia fazer era morrer.
As palavras de Shizune me chocaram, rapidamente eu tentava processá-las em meu cérebro, mas pouco conseguia entender do que realmente havia acontecido.
- Convencer o Naruto a morrer?
Shizune não percebeu que meu tom de voz era de indagação e não de exclamação, e animada por poder desabafar sobre aquele assunto que visivelmente a deixava revoltada ela continuou.
- Se Naruto não tivesse escutado a conversa entre Tsunade-sama e os conselheiros, ele não teria concordado com a idéia dos conselheiros de mandarem uma equipe da ANBU para matá-lo quando a kyuubi aparecesse.
Eu deveria ter percebido que aquela idéia da equipe da ANBU não havia sido do Naruto.
- O que os conselheiros exatamente disseram? Você sabe Shizune?
Aquele assunto começava a me perturbar por demais.
- Bom, eu estava presente na reunião por isso presenciei tudo. Os conselheiros disseram que era muito perigoso para a aldeia manter Naruto vivo, que no passado muitas vidas haviam sido perdidas na luta contra a kyuubi, e que dessa vez eles não permitiriam que isso acontecesse, por isso eles haviam decidido mandar uma equipe da ANBU para as missões junto com Naruto, e assim que kyuubi aparecesse, ele deveria ser morto.
Eu senti um enjôo ao escutar essa historia, porém tentei fingir que a história que Shizune me contava não me abalava, uma vez que segundo as concepções de Shizune eu já era conhecedora dessa história.
- E quanto a tirar Naruto das missões?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Eu precisava saber por que Tsunade-sama havia me dito que os conselheiros sugeriram isso quando na verdade a sugestão deles havia sido a de matar Naruto.
- Essa idéia de tirar o Naruto das missões foi da Tsunade-sama, mas os conselheiros rebateram dizendo que isso apenas deixaria o problema ficar latente, e que cedo ou tarde a kyuubi se apossaria do corpo de Naruto e mataria a todos. Tsunade-sama disse que não acreditava nisso, e que não deixariam matá-lo. Então os conselheiros a repreenderam severamente dizendo que ela não era um exemplo de Hokage, e que as tolerâncias dela com certos assuntos já haviam trazido muitos problemas e mortes para Konoha.
- Isso não é verdade! – eu defendi minha sensei.
Shizune sorriu com ternura.
No fundo, ainda que eu soubesse que realmente muitas atitudes de Tsunade-sama não foram assim tão plausíveis, eu não podia deixar de defendê-la.
Shizune continuou, ela parecia querer desabafar isso há muito tempo.
- Eu disse para a Tsunade-sama não se deixar levar pelas opiniões deles, afinal Naruto era apenas um garoto. No começo Tsunade-sama estava um pouco irredutível e eu cheguei a acreditar que ela realmente estava concordando com todo esse absurdo, mas depois Tsunade-sama cedeu e me disse que não deixaria que matassem o Naruto.
- Obrigada Shizune
Agradeci Shizune por ela estar ao meu lado querendo salvar Naruto, e não do lado dos conselheiros.
Shizune me encarou com uma expressão de curiosidade, e ficou me analisando por um tempo.
- Você não sabia dos conselheiros!! – gritou de repente.
- Shizune, por favor, não grite – tentei acalmá-la – Eu não sabia, mas fez muito bem em me contar.
- A Tsunade-sama me mata se souber que eu te contei.
Havia um sério olhar de preocupação em Shizune.
- Ela não saberá. Agora eu preciso ir encontrar o Capitão Yamato.
Virei-me rapidamente em direção a janela e subi no beiral. Senti uma tontura e minha mão escapou da moldura lateral da janela.
- Sakura-chan! – gritou Shizune.
Num reflexo eu voltei a me segurar na moldura e joguei meu corpo para frente voltando a me equilibrar.
- Sakura-chan, você está bem?
Shizune se aproximou com uma expressão ainda maior de preocupação no rosto.
- Eu estou bem. Foi apenas uma tontura.
- É melhor se cuidar, você pode estar doente.
- Já disse que não foi nada. Eu não ando me alimentando direitos nos últimos dias, e confesso que desde o almoço de ontem eu não como nada – eu confessei rindo sem jeito.
- Sakura-chan se não se alimentar vai mesmo ficar doente.
- Não se precisa se preocupar. Eu prometo comer alguma coisa... Assim que eu encontrar o Capitão Yamato.
Sem esperar por outra repreensão de Shizune eu pulei da janela para o telhado do escritório de Tsunade-sama e dali para outros telhados das casas indo em direção ao hospital. Eu tinha que encontrar o Capitão Yamato antes que ele tivesse uma oportunidade de falar com Naruto.
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