Capítulo Único

O coração apertado denunciava o mal presságio que a todo custo tentava ignorar, mas nunca tendo sorte. Ele sabia, naquele pulsar dolorido no peito que algo havia acontecido. Como uma ligação estranha que parecia que ambos compartilhavam entre si. Talvez esse era o resultado do amor que queimava em seu âmago. A única razão para viver acabara de partir, e mesmo lutando contra as lágrimas, elas foram mais fortes e se espalharam rapidamente pelo rosto marcado.

Tanta dor, tanta mágoa, tanto receio. O que faria agora? Porque havia obedecido Agron? Ele deveria ter lutado ainda mais para seguí-lo, mas mesmo assim não pode evitar. Aquele idiota cabeça dura lhe havia pedido para viver e ser feliz o máximo que pudesse, mas isso aconteceria mesmo? Algum dia?

Homens de Crasso estavam em sua cola e tudo o que faziam era correr. Se sentia um covarde por estar assim. Pelos deuses, eles eram guerreiros, deveriam era estar lutando, mas em vez disso fugiam. Ele sabia que estavam protegendo essas pessoas inocentes, mas como doía saber que deixara a coisa mais importante de sua vida para trás.

Se escorando em uma árvore, de modo que ninguém pudesse vê-lo, tentou inutilmente enxugar o rosto. Alguém se aproximou e ele ouviu a voz de Castus soar bem próxima;

— Você está bem?

Nasir refletiu. O que deveria dizer? Mentir?

— Não. Eu acabei de perder a pessoa que mais amo, como poderia estar bem? — Respondeu honestamente se virando de frente ao moreno. Não queria parecer um homem fraco aos olhos do outro, mas era simplismente impossível não se desmoronar naquele momento. — Por favor, me deixe sozinho um pouco. — Pediu, olhando francamente os olhos castanhos. Ele precisava disso.

Castus saiu andando. Havia entendido o recado.

Nasir não queria ser consolado, apenas queria tentar lidar sozinho com a dor insuportável instalado no peito. Uma lembrança de que isso não era meramente um pesadelo. E por mais que quisesse continuar, ele apenas sentou-se, escondendo o rosto. O choro compulsivo piorando, mas nada lhe faria parar. Talvez apenas se pudesse ter Agron ali, o que era impossível.

Era fraco. Sim, ele admitia, mas nada faria sobre isso. Demonstrar sentimentos poderia o matar, mas que se foda. Parte dele estava morto.