– Você tem certeza que quer mesmo fazer isso?

A voz do anjo soou sem emoção, como se aquilo não lhe importasse. Os cabelos vermelhos faziam sombras em seu rosto, escondendo a tristeza nos olhos verdes – como folhas verdes no outono – Oh! Ela não percebia? Em seus gestos? Na forma como ele falava quando se tratava dela? Em cada olhar que ele reservava para ela e somente ela?

– Tenho, e não vou voltar atrás na minha decisão - Respondeu, firme.

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Tola! E ainda se perguntava o porquê de seu melhor amigo não estar feliz por ela.

– Cair por um humano?! – Sua voz falhou por um momento – Isso é loucura! Eles são volúveis, você bem sabe! Como sabe se amanha ou depois ele ainda vai te amar?

E ele viu, pelo reflexo no espelho da parede ao lado, a lágrima que caiu dos olhos azuis – os olhos azuis que ele tanto amava! - e quis abraçar-lhe e fazer desaparecer a magoa que neles continham, afagar lhe os cabelos dourados até ela adormecer, como muitos vezes já o fez, em noites que ela não conseguia dormir.

– Por que esta fazendo isso comigo Castiel? – A dor que ele ouviu naquelas palavras fizeram ele encolher-se por saber que o causador era ele próprio.

Ele trincou os dentes e então virou-se para ela, esquecendo-se que o que ele menos queria era que ela visse as lágrimas que ele continha com todas as forças.

– Por quê?! Droga! Porque eu te amo Leerah! Eu te amo e estou vendo você ir embora sem poder fazer nada! Mas é claro. – Ele retrucou antes mesmo dela ter tempo para abrir a boca, o sarcasmo escorrendo pelas palavras. - Você não me entenderia, esta tão cega por aquele mortal que só enxerga o seu mundinho cor-de-rosa.

Ele viu ela abrir a boca e fechar mas ele não quis que ela visse a lágrima que deixou cair, então virou o rosto para a janela novamente, vendo os raios de sol que passavam pela cortina fina.

– De qualquer modo – Ele ouviu os passos dela se afastando. – Eu estou partindo em alguns minutos, você sabe, o processo demora um pouco e vim aqui somente porque queria me despedir de você. Então... Adeus, Cas.

Ele ouviu então a porta abrir e virou-se para ela antes que passasse completamente pela porta.

– Leeh? – Ela parou olhando para ele por cima do ombro – Seja feliz – Pediu – E saiba que eu vou estar aqui quando precisar.

Ela lançou lhe um sorriso e então ele pode ouvir os passos afastando-se pela porta fechada. Enfim deixou seu corpo cair na cadeira a suas costas e a única coisa que pode-se ouvir era seus soluços ecoando pela sala.