O Amor Mora Logo Ali [Hiato]

Capítulo 9 - Amor não correspondido


O meu "relacionamento" com Vitor estava indo de vento em polpa e minha amizade também.

Agora na sala eu ja era amiga de Mariana, Rafaela, Tainá, Bruno, Felipe, Raul, Marcos e Letícia.

Apesar de Felipe e Raul não serem bem amigos, os dois me olhavam de modo diferente e um sorriso no rosto, mas me fazia de desentendida. Em um dia qualquer, estava na sala e era aula de português (ordem alfabetica), mas, para minha "alegria" Mari havia faltado. Rafaela e Tainá sentavam do outro lado da sala e todos da minha frente haviam faltado também então eu estava atras de Felipe. Conversamos a aula toda, nunca passei tanto tempo com ele igual aquele dia.

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Apesar de tudo, nunca toquei no assunto do primeiro ano com o Felipe. Tinha medo de que ele não se lembrasse, mas esse dia foi diferente.

- Sabe o que pensei na "primeira" vez que te vi esse ano? - Disse no momento.

- Não faço a menor ideia.

- Bem... - Disse dando uma pausa para dar um sorriso timido escondendo os olhos. - Eu pensei: Nossa, é ela. Depois de tanto tempo, não pode ser.

Olhei para ele com uma cara de duvida.

- Por acaso você se lembra da primeira serie? - Perguntou ele.

- Ah, você se lembra? - Perguntei chocada com o que acabara de ouvir.

- É claro, eu gostava de você de verdade.

- Eu também, você foi meu primeiro e unico namoradinho. - Ri lembrando daquela época.

- Ah, sério? Confesso que tive mais...

- Ah... - Suspirei decepcionada... - Mas na segunda serie, lembro que você se esqueceu de mim. Então eu fingi namorar com um menino para te fazer ciumes. Mas não deu muito certo... - Disse fazendo uma careta.

- Sério?! - Perguntou. Assenti com a cabeça.

- E se... nós... continuassemos de onde paramos?

- Como assim? - Perguntei com uma interrogação evidente no topo de minha cabeça.

- Isa, quer namorar comigo? - Perguntou. Congelei. Não sabia o que dizer ou fazer. Não queria magoa-lo, mas também não o queria como meu... namorado...

O sinal tocou alto pelos corredores da escola anunciando o final do dia escolar. Guardei meu material as presas para evita-lo, mas ele estava aguardando minha resposta e me alcançou quando estavamos próximos a escada.

- Isa, te assustei? Me desculpe... mas é o que eu sinto... - Murmurou desanimado.

- Não... Posso pe-pensar? - Gaguejei nervosa.

Eu estava espremida entre a parede e ele que estava apoiado nesta.

- Claro. - Baixou as mãos triste. - Quanto tempo?

- Uns dias... tenho que ir... - Fiz uma pequena pausa e prossegui: - Te vejo amanhã - E escapuli de seus braços.

~~ ♥ ~~

No final de semana, Sarah estava em casa e contei-lhe o ocorrido.

- ELE TE PEDIU EM NAMORO?! - Perguntei em completo êxtase. - QUE FOFO! SÓ EU FICO PARA TITIA - Completou com um largo sorriso que ia de orelha a orelha.

- Quem disse que eu gosto dele? - Perguntei levantando uma sobrancelha.

- Ninguém, mas é a sua chance de perder o bv.

- Mas não quero... Perder com... Ele...

- Eu sei que você quer com o Vitor, mas não seria melhor para você mesma tentar com o Felipe que te ama? Ai que fofo, vou chorar de emoção! - Fingiu secar uma lagrima inexistente.

- Seria, mas ele é só meu amigo.

- Mas não foi com a amizade que você começou a gostar do Vitor? Porque não pode ser assim com ele? Alias, o Vitor é muito feio. - Ela fez uma cara de nojo e eu joguei um travesseiro nela.

- Então tá, ele não é. Aos seus olhos - Completou com a ultima frase. - Mas você tem que escolher entre ficar com o Felipe e esquecer o Vitor ou se declarar para o Vitor e dar um pé na bunda de Felipe e ter um lindo casamento, comigo de madrinha, é claro, ter trigêmeos e uma casa - Levantei uma sobrancelha.

- Tá, exagerei, Vitor?

- Vitor.

No dia seguinte, já havia passado tempo demais, então eu tinha que dar uma resposta.

Sentei em minha carteira e fiquei dançando com os dedos na minha mesa. "O que iria dizer a ele?" Bem, como sempre, tive azar. A primeira aula era educação física e antes de descermos ele se sentou atras de mim e se inclinou para frente para sussurrar em meu ouvido:

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- Ja tem a resposta? - Concordei com a cabeça e ele prosseguiu - ótimo, te encontro na quadra das arvores... Sozinha...

"Droga" Pensei. Meu plano era levar Rafaela e Tainá comigo para não ser surpreendida mais uma vez, mas parecia que ele sempre estava um passo a frente de mim.

- Tudo bem...

~~ ♥ ~~

Enrolei o maximo que pude, mas, afinal, era inevitavel. Fui ao banheiro arrumar meu cabelo ( que nesse dia estava, por ironia do destino, lindo. Um loiro mais brilhante e vivo que o comum pendendo por ondas em minhas costas). Bebi agua, arrumei a roupa e, no final, não havia mais nada para ser feito ali. Decidi então contar as meninas a minha missão no momento.

- Onde você vai, posso saber? - Perguntou Tainá com as mãos na cintura enquanto batia o pé freneticamente esperando por uma explicação.

- Vai nos abandonar? - Rafaela perguntou com um bico.

Elas estavam paradas perto do banco me observando e eu estava quase passando pela porta da quadra. Respirei fundo. Meu coração denunciava meu nervosismo e Mari que estava ao meu lado, percebeu a minha agitação. Provavelmente eu estava vermelha igual um pimentão. Duas batidas do meu coração haviam se passado antes de virar para elas lentamente. Agora, Rafaela e Tainá estavam três passos mais perto de mim na mesma posição. Batendo o pé direito e com os braços cruzados a frente do peito.

- Vou falar com Felipe... - Disse dando de ombros na tentativa de tornar aquilo insignificante.

- Felipe? - Mari olhava-me sem entender absolutamente nada.

- Vão conversar sobre...? - Tainá perguntou dando uma brecha para que eu completasse a frase.

- Gente... o Fel... - No momento que iria contar, algumas meninas da nossa sala surgiram no refeitorio calando-me no exato momento. Rafaela percebeu minha subita mudez e o motivo então puxou a Tainá pelo braço que me puxou e, para entrar na brincadeira, puxei Mariana também.

Rafaela nos conduziu para a quadra das "traves" - como a chamavamos - pois nela existia apenas dois gols sem redes.

- Desembuche - Rafaela disse com um tom ameaçador.

- Sexta- feira... eu estava conversando com Felipe porque a Mari tinha faltado e vocês estavam longe então não tinha com quem conversar - Disse como um locutor de futebol. Parei para puxar ar. - Dai nós lembramos da primeira série de quando nos gostavamos e ele me pediu em... Namoro.... e tenho que dar uma resposta para ele

Elas olharam para mim com os olhos arregalados e boquiabertas passando alguns segundos imoveis. Enquanto elas escreviam, copiavam, analisavam, imprimiam e processavam o que disse... Faziam tudo o que devia com o texto, encostei-me na parede e observei o dia. Era inverno e eu estava com uma jaqueta preta que ficava perfeita com meu cabelo cor de ouro. As folhas caidas e o vento gelado em meu rosto era minha sensação favorita.

Após alguns minutos, elas finalmente reagiram e Rafaela disse, por fim, quebrando o silencio enquanto alisava uma mexa de meu cabelo.

- Que fofo!

- A Isa ta namorando! - Cantarolou Tainá enquanto pulava de alegria.

Levantei uma sobrancelha, estava tudo errado. Elas sabiam que eu gostava... Não... amava... incondicionalmente Vitor. Porque estavam felizes?

- Para tudo!- Soltei-me de Rafaela e abri espaço com meus braços. - Como assim que fofo? - Cuspi aquela palavra - Não gosto dele. Amo Vitor! - Praticamente gritei. Mariana olhou-me com reprovação e apontou para a entrada da quadra. Lá estava Felipe com um sorriso forçado e olhos tristes e incrédulos.

- Você, você, você. Fora. Agora! - Ordenei enquanto apontava para uma de cada vez e depois apontei para a saída. Elas foram embora enquanto Felipe se aproximava.

- Sente e deixe-me explicar... - Pedi. Era doloroso ver seus olhos triste, então foquei-me no chão para não ve-lo daquele jeito. - Por favor... - Disse com a voz piedosa.

- Você não precisa se explicar... - Disse abraçando os joelhos.

- Preciso e vou. - Aspirei uma grande lufada de ar tomando coragem. - Felipe... Você é engraçado, inteligente, bonito só que...

- Já sei... Eu não sou ele.

- Não... - Suspirei profundamente. - Eu te amo, realmente, mas só como amigo... não será mais do que isso... e eu mesma não tenho mentalidade e preparo fisico para namorar... - "Aquilo era totalmente verdade" - Sinto muito... - Disse escondendo o rosto em seus joelhos.

- Não se desculpe amor... Sentimentos não escolhemos... Acontece.

- Infelizmente isso acontece com quem não te ama...

- Você já tentou?

- Não.

- Então não tem como saber.

Eu levantei o rosto para olha-lo pela 1ª vez nos olhos, eram castanhos escuros - lindos- e claros falando totalmente a verdade, ele falava para me ajudar, como um amigo, sem remorso.

- Obrigado - Abracei-o e beijei seu pescoço

- De nada... Mas sempre vou te amar, muito, mais do que você imagina...

- Eu sei... - Algumas lagrimas se formaram em meus olhos e molharam sua camisa.

- Forever... - Disse em meu ouvido de forma romantica.

Ficamos ali sem se mexer por um bom tempo. "Porque não podia ser ele?" Depois de dois dias viramos apenas amigos... Novamente.