Just For One Day

Capitulo O4: Me chamo Yoochun


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Os raios adentravam àquele quarto timidamente onde ainda estavam adormecidos os dois amigos. Jae havia se remexido a noite toda. Era comum. Agora estava deitado sobre o peito de Yun.

O moreno abriu os olhos devagar, percebendo outro movimento que o loiro havia feito. Espreguiçou-se e percebeu o corpo pesado. Desviou seu olhar do teto para a cama e viu Jae deitado sobre si. Seus cabelos quase roçavam em seu nariz, mas ainda sim conseguiu sentir seu perfume doce e fraco. O abraçou com força, acariciando seu rosto. Logo arregalou os olhos e tentou retirá-lo de si, o colocando sem cuidado do outro lado da cama. Levantou-se rapidamente, ofegante pelo susto que levou por suas ações sem pensar. Agindo assim com JaeJoong? O que estaria pensando?

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“Culpa daquele maldito bilhete. Por isso estou assim... Jae está afim de mim e eu estou apenas preocupado com isso. É, é isso que está acontecendo”

- Afinal eu não posso estar apaixonado por ele – riu nervoso e olhou Jae mais uma vez da porta que dividia seu quarto do corredor. Suspirou e saiu do cômodo para ajeitar o café.

Jae acordou com um barulho estrondoso vindo da cozinha. Ao se colocar sentado sobre a cama, sentiu sua cabeça pesar e a dor causada pelo álcool o fez franzir o nariz. Bocejou e olhou o céu pela janela. O sol estava forte indicando que já devia ser bem tarde. Levantou-se, foi fazer sua higiene matinal e se dirigiu à cozinha, ouvindo que mais alguem estava na casa.

“Junsu?”

Andou devagar e chegou à porta da cozinha. Seus olhos se arregalaram quando viu quem era.

- Yoochun? - o chamou surpreso – O que está fazendo aqui? - perguntou lançando-lhe um olhar reprovador.

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- Alo, Dana? É a Steph tudo bom?! - animada.
- Oi... - bocejou.
- Te acordei? Céus! Me perdoe! Esses dias eu to que to! Estragando o clima dos outros – riu.
- Que isso Steph! Você é minha amiga, não tem problema – sorriu, coçando os olhos – Eu já estava acordada e apenas estava deitada – mentiu – Você está bem?
- Sim, sim. Hum... vamos sair hoje? Domingo é realmente chato quando você tem que passa-lo sozinho...
- Hum?! - confusa – Achei que seu noivo estivesse aí com você...
- Ele teve que fazer uma viagem de poucos dias para visitar um parente doente. Você sabe como ele é... - riu – Mas então, vamos sair?!
- Nhaaai... eu realmente não estou muito afim de sair hoje... - falou manhosa – Vem pra cá! A gente inventa algo pra fazer por aqui.
- Ok, pode ser! Já estou indo. Beijo!

Dana levantou-se e abriu as cortinas, sentindo um vento gelado que a fez encolher. O sol estava do jeito que ela gostava. Trocou-se, ajeitou a cama e preparou um café com torradas. Em meio aquelas mordidas e goles, o garoto de cabelos dourados que havia entrado no apartamento ao lado veio em sua mente. Riu timidamente ao lembrar-se da forma como ele a olhou na noite anterior.

- Será amigo daquele rapaz? - se perguntou e depois tomou um gole do café quente – Ele é tão bonito... O YunHo sempre traz amigos bonitos para seu apartamento – sorriu, corando ao pensar em JaeJoong.

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- Jae! Que bom que não está mais bêbado e irritante! Na verdade ainda está um pouco irritante sim – Yun brincou sorrindo.
- Não começa... - olhou nervoso para o moreno que se pôs a rir – Yoochun, o que está fazendo aqui? - falou entre os dentes.
- Foi o Yun... - olhou sorrindo com uma cara de bobo apaixonado – Ele me enviou uma mensagem do seu celular avisando que estava aqui. Ele me contou o que aconteceu ontem... Jae, você nunca bebeu por que fez isso? - olhou confuso – Você sabe que é fraco para bebida...
- Foi mal, foi mal, ok!? Eu só.. queria me desestressar – olhou torto para Yun.
- Hum... você nunca se estressa... estou surpreso – riu.
- Então... Vamos embora ? – falou ainda irritado, puxando o amigo pelo punho.
- Você vai assim? - perguntou Yun apontando para o pijama que Jae ainda usava.
- Aish! Peraí que eu já volto. Me espere aqui Yoochun e não faça nenhuma besteira, ok!? - e sumiu
corredor adentro.

Yoochun sentia seu coração bater cada vez mais forte em sentir a presença o moreno ali. Estava tão apaixonado que as vezes o repreendia secando YunHo de uma forma muito indiscreta. Deu graças ao ver que ele não havia reparado nisso.

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- Então YunHo... - começou timidamente – Como você sabia que eu morava com o Jae?
- Um amigo meu me contou. Parece que Jae falou sobre você para ele – sorriu, deixando Yoochun sem folego.
- Ah sim, o Junsu? - perguntou.
- Uhum. O Jae falou dele pra você...
- É.. - sorriu.

Apesar do jeito tímido de Yoochun, Yunho notou um sorriso realmente encantador no rosto dele.

- Pronto, vamos logo Chunnieh – Jae o puxou pelo punho novamente até a saída do apartamento, após chegar de supetão à cozinha – Precisamos ter uma conversinha seu teimoso – lhe deu uma bronca, cochichando para que ninguém pudesse ouvi-lo.

Os dois amigos entraram no carro de Yoochun que dirigia um pouco nervoso. Nervoso de medo e ansiedade. Tinha pavor de Jae quando este se encontrava irritado.

YunHo não teve tempo nem de se despedir. Apenas seguiu os dois apressados e fechou a porta, voltando à cozinha para terminar o café. Olhou para o copo de leite quente e o pão de queijo que havia preparado para JaeJoong. Suspirou. Encontrava-se sozinho novamente.

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O som da campainha ecoou por toda a sala, fazendo Dana se levantar rapidamente do sofá, abandonando o mangá que estava lendo. Correu até a porta, olhando através do olho mágico quem seria. Sorriu ao ver que era Steph e abriu a porta ainda com um sorriso no rosto.

- Steph! - a abraçou, a convidado para entrar – Você foi rápida!
- Pois é.. eu estava perto daqui já... - sorriu – Como você está?
- Bem... me recuperando... e você?
- Estou ótima! Vou me casar daqui a dois meses! - seus olhos brilharam
- Sério? - boquiaberta.
- Aham! - falou empolgada – Estou tão feliz!
- Hum.. - sorriu deixando transparecer um pouco de inveja em sua voz.
- O que foi meu bem? - levou sua mão as bochechas frias de Dana.
- Não é nada... - desviou o olhar.
- Nada? Você não faz essa cara por nada. O que aconteceu?
- É que... eu nunca dou sorte com garotos... eu nem namorado tenho e você já vai casar? - Steph riu.
- Dana... olha como você é linda! Tenha paciência e seu príncipe chegará quando você menos esperar – sorriu.
- Acho que já chegou... - sussurrou sorrindo.
- Que? Como assim você já ta pegando e não me falou nada? Pode ir me contanto senhorita – disse puxando a mais nova pelo braço e ambas se sentaram no sofá.
- Não Steph! É que... eu apenas o vi entrando no apartamento do seu amigo... o Yunho
e-
- Hum... amigo do Yun!? Interessante...
- Ele é tão lindo Steph! É loirinho e tem um rosto tão perfeito! - sorriu empolgada, juntando as mãos.
- Oooown! - levantou-se – A Dana ta apaixonada!! - falou em um tom de gozação.
- Deixa disso Seph – riu envergonhada – Eu apenas estou interessada nele... ainda não é amor...
- OK. Que horas pode ser? - pegando seu celular.
- Que horas pode ser o que? - confusa.
- Seu encontro com o loirinho!
- Q-Que?! Como-
- Vamos la Dana... é a sua chance! Aproveita que eu tenho o numero do YunHo aqui hein! - avisou, balançando o aparelho tentadoramente.
- Ok, ok! - cobriu o rosto com as mãos – Pode ser hoje mesmo... um jantar!
- Uhum... eu vou ligar para ele só um minuto.

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Não podia estar se sentindo mais angustiado após cortar a ligação com aquela garota da boate. A tal amiga de Steph queria um encontro com Jae e o que ele poderia fazer? Negar?

“E por que faria isso!?”, pensou, balançando a cabeça.

- Ligarei para ele mais tarde e avisarei o lugar do encontro – sorriu falsamente.

O moreno não queria que o amigo se encontrasse com a aquela garota. Não podia permitir... mas por que? Estaria ficando afim de Jaejoong? Yun não conseguia tirar essas duvidas da cabeça.

Chegando a porta do quarto, viu a cama ainda desarrumada e o pijama que emprestou a Jae jogado na mesma. Pegou lentamente aquele tecido fino e roçou em seu nariz. O cheiro do loiro era tão excitante... Estremeceu ao lembrar do que quase rolou naquele banheiro da boate. Queria mais... ansiava por aquilo... queria o corpo de JaeJoong. Ele QUERIA JaeJoong.

- Eu não posso deixar que essa garota toque no meu Jae. Não posso... - mordeu o lábio inferior – Eu também irei a esse encontro.

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A tarde não demorou a passar e Jae já estava sabendo do tal encontro com a amiga de Steph. De inicio ficou um pouco indeciso mas agora estava bastante animado! Yoochun parecia estar mais empolgado que ele tanto que ajeitou ele mesmo a roupa para o loiro.

- Jae... me arranja um encontro com o Yun vaai!? - pediu manhoso.
- Olha Yoo, eu vou arrumar um encontro seu com ele mas não agora. Primeiro eu preciso sentir que ele te quer. Não vou deixar que ele te use e depois jogue fora como lixo – falou seriamente e Yoochun apenas assentiu com a cabeça – Eu conheço ele a poucos dias e já conheço as manhas daquele lá.
- Nhá Deus! - fez um biquinho – Eu quero muito sair com o Yun...
- Tenha paciência – disse enquanto passava seu perfume e deu uma ultima ajeitada nos cabelos.
- OK... mas não demore sim!?
- Ta... - riu

Jae verificou o relógio, vendo que já estava mais que na hora de ir. Despediu-se de Yoochun e seguiu para o restaurante.

O restaurante não ficava muito longe dali. Pegou um taxi bem rápido e seguiu para o local do encontro. Estava muito ansioso ainda mais por que não sabia com quem iria se encontrar.

“Podia ser aquela menina...”, pensou sorrindo de lado, lembrando-se da jovem garota que lia um mangá no elevador.

Perto dali, alguem caminhava apressadamente, olhando para os lados e se encontrava bastante nervoso. Parecia fugir de alguem. Na mão havia algumas roupas que estavam cuidadosamente dobradas.

Jae desceu do taxi e ajeitou sua gravata que estava um pouco frouxa. Passou a mão levemente pelos cabelos e certificou se estava tudo certo com sua aparência.

Seguiu para o interior do fino e bem iluminado restaurante. O local não estava cheio, mas existia ali um numero considerável de pessoas. Olhou ao redor procurando pela sua acompanhante e viu alguem se levantar e acenar de longe. Ele abriu um sorriso largo ao ver que era Dana.

- Oi... que bom que... é você – envergonhou-se um pouco ao dizer aquilo. Cumprimentou Dana e depois se sentou.
- Pois é... - corou. Ambos estavam muito nervosos.
- Senhoras e senhores, subirá ao palco agora nosso ilustre pianista desta noite.

As luzes se enfraqueceram e uma outra forte foi ligada em direção ao palco. Um rapaz alto trajando um terno apareceu. Usava uma estranha máscara, o que deixou algumas pessoas confusas e outras curiosas, mas retirando cochichos de todos.

Sentou-se ao piano e pediu para que colocassem um microfone. O som do piano começou a ecoar pelo lugar juntamente com a bela voz do rapaz. À todo momento, o “ilustre pianista” não retirou seus olhos de uma certa pessoa que também o observava curioso, encantado com seu talento.

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Todos aplaudiram de pé enquanto o pianista sorria agradecido, ainda fitando JaeJoong. Desceu do palco pela escada frontal e seguiu em direção ao loiro que o observava se aproximar de si. A forte luz o acompanhava até a mesa do casal. O rapaz mascarado parou em frente à Jae, inclinou-se e depositou um beijo suave em seus lábios. O loiro arregalou os olhos e todos do local ficaram boquiabertos. Dana apenas observava a cena assustada e surpresa. Um ciume lhe invadiu o peito, a fazendo desviar os olhos daquela cena não muito agradável. Yunho se afastou e abriu um sorriso, deixando o local.

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FLASH BACK

- Vô!? Vovô!! - chorava um jovem assustado, apertando a mão de um senhor que jazia em uma cama de hospital – Fale comigo... - soluçava – O que aconteceu com ele enfermeira!?
- Desculpe minha criança... ele não resistiu. F-Foi... a pressão muito alta que ele tinha...
- O Que? - seus olhos se arregalaram de medo – Não pode... ele não pode ter me deixado! Vovô! - gritava desesperado enquanto sacudia o cadáver sobre a cama. Dois enfermeiros o retiraram do quarto com dificuldade.
- Calma meu jovem. Onde estão seus pais? - perguntou um dos enfermeiros.
- Eles... morreram em um acidente de carro - respirava com dificuldade.
- E, onde está sua família?
- Eu não... - por um momento pensou. Não poderia dize que não tinha ninguém. Seu avô havia morrido e ele tinha apenas 17 anos. Era menor de idade então não poderia ficar sozinho e ele não queria ir para um orfanato – Eu tenho uma tia e...
- Então por que não vai para lá, hein!? - sorriu tentando confortá-lo – Nós iremos resolver tudo o que for preciso e avisaremos assim que sair o laudo do óbito.
- Hum... - olhou para o chão, ainda sentindo as lágrimas percorrerem seu rosto – Mas o que aconteceu enfermeiro? Por que meu avô morreu? - O enfermeiro o olhou preocupado.
- Foi a pressão e...
- Não. Não foi. Ele não tinha pressão alta. Me conte a verdade. - falou o olhando sério. Não era idiota. Sabia muito bem sobre a saúde de seu avô.
- B-Bem... eu... - respirou fundo. Não iria conseguir enganá-lo – Por favor garoto, não conte que eu te disse isso, tudo bem!? Eu não acho certo esconder ago assim... - olhou fixamente nos olhos do menino – O médico... foi uma operação mal feita. Eu não sei ao certo o que aconteceu mas a operação não saiu como o esperado. O doutor Park é um bom médico... ele não teve culpa...

Junsu se levantou. Tentava engolir toda aquela dor daquela morte injusta. Como um médico poderia tirar a vida de uma pessoa por um erro seu!?

Dirigiu-se à sala do médico. Bateu na porta e foi logo entrando mas não havia ninguém. A raiva o estava dominando. Andou apressadamente pelos corredores do hospital e não o encontrou.

Ao chegar à recepção do hospital, avistou através das portas de vidro o médico que havia tirado a vida de seu avô. Estava conversando com um garoto que aparentava ter a mesma idade que Junsu. Ambos sorriam felizmente. Como poderiam?!

Junsu caminhou a passos pesados em direção à Park. Chegou aos berros.

- Como você pôde matar meu avô!? O que você tem na cabeça... como pôde ter errado!!!? - os soluços voltaram mais fortes. Suas pernas bambearam e ele caiu ajoelhado, apertando bem os olhos pelo choro. Não dizia mais nada, apenas chorava.

O sorriso estampado no rosto do médico desapareceu. Ele olhou pensativo para o lado e logo se abaixou, ficando de frente para Junsu e acariciou seus cabelos.

- Meu filho... eu... eu não sei o que eu fiz de errado. Era para tudo ter dado certo e...
- Tire suas mãos de mim seu assassino! Você nem devia ter se formado e... - os soluços o impediam de continuar. O garoto que acompanhava o médico o olhou assustado e desviava seu olhar para seu pai.

Seu coração se apertou tanto enquanto olhava aquele lindo garoto chorando e naquele estado. Tocou silenciosamente o ombro de seu pai e este se retirou, voltando para o interior do hospital.

O filho de Park agachou-se e levantou o rosto de Junsu, o fitando tristemente.

- Hey... o que houve menino!? - falou carinhosamente. Junsu abriu os olhos devagar, avistando aquele rosto cheio e branquinho a sua frente.
- Meu... meu avô. Aquele médico... aquele médico o matou... - o olhava enquanto mais lágrimas umedeciam sua bochechas.
- Não diga isso... - o garoto de cabelos negros repicados passou a mão levemente nas bochechas do outro, as secando.
- Sim eu digo por que é a verdade! - olhou para o chão, fechando novamente os olhos.
- Vem aqui... vamos tomar alguma coisa...

Os dois garotos foram para uma pequena lanchonete próxima ao hospital. Pediram dois refrigerantes e alguns petiscos. Junsu precisava se alimentar.

- Então, o que faz?!
- Eu... sou estudante ainda... - respondeu já mais calmo e em seguida tomou um gole do refrigerante.
- Hum.... - sorriu – Eu toco piano.
- Isso é uma coisa legal... - Junsu abriu um sorriso pela primeira vez naquele dia.
- Hey, você sorriu! - falou sorrindo engraçado e apertando a bochecha do mais baixo.
- Como se chama? - perguntou Junsu.
- Pode me chamar de Chunnieh! E você?
- Pode me chamar de Junnieh! - ambos riram.

Aquele dia, a pessoa que mais confortou Junsu foi aquele tal de Chunnieh. Os dois se tornaram grandes amigos, tanto que Junsu acabou se apaixonando por ele com o tempo.

6 meses se passaram desde a morte do seu avô. Junsu morava com seu amigo Yunho e seus pais, pois não podia se sustentar sozinho. Logo que completou 18, tratou de arranjar um emprego e não demorou para comprar seu próprio apartamento. Mas isso aconteceu apenas depois de ter sumido da vida de Yoochun.

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6 meses se passaram desde a morte do seu avô.

- Chunnieh eu queria te contar algo... - ambos estavam sentados no sofá da casa de Yunho. Ele e os pais haviam viajado.
- Pode contar Junnieh – sorriu, se aproximando mais do amigo. Junsu desviou o olhar corado.
- Eu... eu...
- Eeeeeeeeeeeeeeeeuuuu......... ? - repetiu, brincalhão.
- Eu te amo – espremeu os olhos de vergonha. Um silencio dominou o apartamento.

Yoochun sorriu sem que Junsu visse e começou a se aproximar lentamente. O mais baixo abriu os olhos e novamente viu aquele rosto cheio e branquinho a sua frente.

Os lábios se encaixaram de uma forma tão perfeita. Yoochun podia sentir finalmente aqueles lábios cheios do menor nos seus. O beijo foi ficando mais caloroso e ambos já se sentiam incomodados pelo quente pijama que trajavam, mas não interromperam aquele momento por isso.

- Eu te amo também Junnieh... - disse roçando o nariz na ponta do nariz do Junsu.

Yoochun foi a pessoa mais importante em sua vida após a partida de seu avô. Ele trancou aquela tristeza dentro de seu coração e perto dele, não conseguia mais chorar, apenas rir.

Por isso havia se apaixonado por ele.

- Chunnieh... - chamou carinhosamente aninhado nos braços do mais alto.
- Fale meu amor... - sorriu.
- Sabe por que eu me apaixonei por você? - mordeu os lábios.
- Por que?
- Por que você me faz esquecer de todos os meus problemas – sorriu ternamente – Lembra quando a gente se conheceu!?
- Claro que me lembro! Foi quando você chorava pelo seu avô... dizia que meu pai era um assassino e...

Junsu não podia estar ouvindo bem.

- S-Seu pai!? - o ódio daquele médico começava a voltar vagarosamente em seu peito.
- Sim... Park é o meu pai – sorriu de lado. Lágrimas preenchiam os olhos de Junsu.
- Não acredito... eu me apaixonei pelo filho daquele assassino!? - gritou, se afastando violentamente de Yoochun.
- Junnieh... espera eu... não estou entendendo.
- Como você não está entendendo!? Vai embora Yoochun, vai! - os soluços já haviam começado – Anda... não me procura mais ok... - empurrava o moreno para fora do apartamento.
- Junnnieh! Calma! Me deixe explicar! - gritava Yoochun desesperado.
- Não quero te ouvir!! - a dor o dominava mais e mais.

O moreno foi jogado para fora do local e a porta fechou-se brutalmente atrás de si. Seu coração doía como já mais havia sentido e lágrimas brotaram de seus olhos. Amava tanto aquele garoto e agora o havia perdido justamente quando resolveram se acertar. Ajoelhou-se em frente aporta e soluçava baixo para que ninguém ouvisse. Do outro lado da porta, Junsu estava encostado na mesma, tentando controlar o choro.

Lembranças das tardes mais perfeitas de ambos povoavam a mente dos dois amantes. Tardes em que Yoochun tocava piano para Junsu. A melodia mais bem feita e era especialmente para aquele garoto que tanto amava. Todas as letras românticas que compunha eram para ele. Tudo o que sentia estavam naquelas músicas que escrevia com tanto sentimento.

“Eu... eu não tocarei mais piano. Não enquanto Junsu não voltar para mim”.

FIM DO FLASH BACK