Os Secretários

Somos pássaros


- Andy! - Alguém sacode meus ombros. Abro os olhos e vejo o pássaro de olhos castanhos no teto de meu quarto. - Andy!

- Que foi? - pergunto sentando-me na cama e encarando Alex e Olly. - O que vocês fizeram?

- Nada. - Os dois se entreolham. - Porque acha isso?

- Porque vocês me acordaram? - Cruzo os braços e encaro os olhos castanhos dos dois. - Comecem a falar. Agora.

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- Não aconteceu nada. - diz Olly.

- O que diabos aconteceu aqui? - grita meu pai do andar de baixo. - Alex e Olly, venham aqui agora!

Solto uma risada e levanto-me da cama, seguindo-os até a cozinha, onde meu pai segura duas sacolas de pano com comida e o forno em um estado mais parecido com um pós explosão.

- Foi a Andy! - Os dois apontam para mim.

- Eu não explodi o forno com o poder da mente. - digo. - Como vocês fizeram isso?

- Quem dos dois tentou cozinhar? - pergunta meu pai.

Alex levanta a mão e olha para o chão.

- Estávamos com fome, você tinha saído, Andy estava dormindo e Olly não sabe nem esquentar leite. O que você queria que eu fizesse?

- Esperasse Andy acordar ou que eu chegasse. - diz meu pai bravo. - Olha aqui. Eu não quero mais saber, vocês três vão limpar isso aqui.

- Mas eu nem fiz nada! - digo.

- Os três. - repete meu pai.

Ele sai da cozinha. Cruzo os braços e encaro os dois.

- Se me dão licença. - Ando na direção de meu quarto, mas Alex segura meu braço e sorri. - O que você quer?

- Você ouviu o papai, os três vão limpar isso.

Olho em volta e vejo a fruteira com um abacaxi.

Seguro o abacaxi e entrego-o para Alex.

- Ele ajuda. - digo rindo e voltando para meu quarto.

**

- Adorei a história do abacaxi. - diz ele rindo e olhando para o por do sol.

Olho para seus olhos castanhos e rio também.

- Mas você teve que limpar tudo.

Ele dá de ombros. Sinto o cachecol vermelho pinicar minha nuca.

- Eu vivo com vocês, tenho que ajudar o Alex.

- Ah. - digo ouvindo um rangido. - Ouviu isso?

Ele olha para trás e o chão começa a tremer.

Tento me levantar, mas o chão desaba e só o que vejo é algo cinza.

Começo a tossir, mas não adianta, não consigo respirar direito.

Minha perna dói.

- Andy! - escuto a voz de Olly em meio a fumaça cinza. - Andy!

Começo a ficar tonta e desmaio.

Abro os olhos.

Continuo agarrada ao pescoço de Olly, que está com a cara molhada com suas próprias lágrimas.

- Caleb.

- Brianna.

- Compareçam á sala de Candice. Estamos aguardando vocês.

Nos entreolhamos e ele ignora o aviso.

Ficamos mais alguns minutos até que o mesmo aviso volta.

- Dane-se! - grita Oliver ainda com lágrimas nos olhos. - Você matou meus pais sua vadia! Não venha me pedir coisas!

Olho para os lados e percebo que tudo está muito silencioso.

Ele se levanta do chão e puxa meu braço.

- Temos que ver se ainda resta alguém. Isso está muito estranho.

Andamos pelo prédio, descendo escadas, rampas andando pelo elevador, abrindo as portas dos dormitórios vazios até que percebo que se continuarmos vasculhando o lugar, será a maior burrice que já fizemos.

- Está pensando o mesmo que eu? - pergunta ele.

- Que vasculhar este lugar é burrice?- pergunto.

Ele ri e balança a cabeça.

- Creio que não. Somos os únicos aqui. Todos os outros sumiram. Estão todos no subsolo.Temos que ir até lá.

- Você sabe onde é este lugar? - pergunto.

Ele inclina a cabeça de um lado para o outro fazendo uma careta.

- Mais ou menos. - diz ele. - Meu pai me disse que não é tão difícil.

- Ah, e não é. - diz uma voz rouca e grossa atrás de mim. Um homem surge atrás de Olly e coloca um saco preto em sua cabeça. Um pano é colocado em meu nariz. Depois disso, eu não vejo mais nada.

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