Imagine Dragons

Answers


-- Amber! Amber, onde você está? – a voz de Malfoy era abafada pelo barulho das chamas que deixavam vagarosamente o focinho da criatura. Amber não o conseguia ouvir, e ele não conseguia ouvir ou ver nada à sua frente.

‘Olá, Amber. Fico contente em saber que ganhei a sua confiança, pois se não a tivesse ganho com toda a certeza você não deixaria o conforto do Castelo para encontrar-se com um dragão no meio da Floresta. Muitos achariam isso um suicídio.’ Amber não pode explicar, mas sentiu que a criatura sabia sobre o ocorrido anterior, quando Scorpius tentou impedi-la. ‘Agora, criança, diga-me porquê está aqui.’

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-- Vim buscar respostas. E sei que as tem. Eu só quero entender como a compreendo, e porquê. Quero entender que ‘grande mal’ é este do qual fala, e porque eu posso detê-lo. – Amber estava decidida a conseguir suas respostas.

‘Como me compreende para mim também é um mistério. Mas o motivo me parece bem claro. Você me compreende porque foi destinada à tal. Foi destinada à tal pois apenas você pode deter este ‘grande mal’, que ainda é desconhecido para mim. Antes mesmo de você nascer, pouco depois de o Lorde das Trevas ter sido vencido, um grande mal começou a crescer. Ele se instalou Romênia, o lugar do qual eu vim. Este grande mal poderia parecer inofensivo aos olhos dos outros, mas não aos olhas da criatura que o carregasse. E este sombrio dever coube à mim. Carrego este grande mal, e apenas você pode combatê-lo.’

-- O ‘grande mal’ é um dragão? Que tipo de ‘grande mal’ é este? – Amber mal podia segurar a risada que formava-se em seu peito, mas sua felicidade não durou muito.

‘Não deixe as aparências enganá-la, criança. O dragão parecerá inofensivo aos seus olhos, e principalmente aos seus olhos. Você tem o poder de destruí-lo Amber, mas também tem o poder de mantê-lo. O grande mal esta instalado na criatura, e se libertará assim que o dragão atingir certa idade. O grande mal é uma força obscura, que trará de volta à vida todas as criaturas sombrias e agourentas que algum dia vagaram pela Terra, e seu dever é impedir este mal.’

Depois de um longo tempo em silencio, refletindo e medindo o enorme peso das palavras, a voz sibilante voltou à cabeça de Amber. ‘Agora o dragão não parece tão inofensivo para você, não?’ Amber fez um movimento positivo com a cabeça, e percebeu que começava agora à amanhecer. Havia perdido completamente a noção de tempo. Quando virou-se para trás viu que a névoa havia desaparecido, e Scorpius estava sentado, encostado em uma árvore, dormindo. Quando voltou-se na direção em que a criatura há pouco estivera, a grande macha de couro roxo tinha desaparecido.

Andou até Scorpius o cutucou com cuidado. O garoto continuou na mesma posição, os olhos fechados, o cenho franzido, encostado contra a árvore. Se não fosse pelo movimento em seu peito, Amber diria que estava morto.

-- Malfoy, acorde! – ela agora o cutucou com menos delicadeza, e ele despertou rapidamente, colocando-se apressado de pé e limpando as vestes sujas de grama úmida. Amber segurou o riso. O cabelo do garoto estava todo bagunçado. – Venha aqui. – ela colocou-se na ponta dos pés e arrumou-o.

Scorpius ficou olhando-a por algum tempo, o que a deixou desconfortável. O céu estava agora alaranjado, mas ainda assim fazia muito frio. Caminharam devagar, não se preocupando com o tempo, com a hora, ou mesmo com seus colegas, que em poucos minutos sentiriam suas faltas. Assim que alcançaram o Castelo repararam que a porta estava aberta. Se entreolharam por alguns instantes, e então viram Filch, com uma ¹lanterna em suas mãos.

-- Se esconda! – Malfoy puxou Amber para trás de uma árvore de modo tão bruto que a garota cambaleou e quase tropeçou nos próprios pés. Os dois ficaram ali, quase que prendendo a respiração, esperando Filch desaparecer dentro do Castelo novamente. Aquela não era uma situação muito confortável, pois o corpo de ambos estava colado. – Ele já foi.

-- Como entraremos lá novamente? Quero dizer, sem que notem. Pelo que parece, já sabem que faltam alunos, talvez não saibam quais, mas sabem que faltam.

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-- E por que pensa isso? – Scorpius perguntou, confuso.

-- Que outro motivo tiraria Filch do Castelo à essa hora? Nem passam das 6:00! Todos os outros alunos devem estar dormindo em suas camas, mas Eleanor sempre acorda mais cedo, para seu ‘ritual’. – o garoto fez uma expressão ainda mais confusa.- Para se arrumar, Malfoy, para se arrumar! Não seja burro! Continuando, ela deve ter sentido minha falta.

-- Tudo bem, então continuaremos aqui. Alguns alunos saem aos jardins antes das aulas, então aproveitaremos isso e entraremos com eles, assim não seremos pegos, e poderemos ter nossas aulas sem que ninguém – além de Alvo e Eleanor – sintam a nossa falta.

Por hora, aquele era o melhor plano que tinham, continuar ali e esperar até que os outros alunos saíssem. Mas tomaram o cuidado de continuarem escondidos. O clima na Floresta estava quente, pois no local onde eles estavam as árvores eram muito unidas, e toda a luz que tinham era uma sombra do sol sobre as folhas verde-escuras. O tempo parecia se arrastar enquanto estavam lá, e agora quem quase dormia era Amber.

-- Amber? – Malfoy perguntou incerto, com medo de que a garota estivesse dormindo, pois ela estava de olhos fechados, encostada em uma árvore grande e alta.

-- Hm. – ela respondeu abrindo os olhos, dourados e brilhantes.

-- Você realmente conseguiu entender o que aquela criatura sibilou na noite anterior? Quero dizer, era tudo o que eu conseguia ouvir, sibilos e mais sibilos. Eram altos e agudos, e eu não conseguia enxergar absolutamente nada. Assim que você se afastou uma espécie de névoa cobriu tudo ao meu redor.

-- Sim, eu consigo compreendê-la. Não me pergunte o motivo, porque eu não sei. A única coisa da qual, agora, tenho total certeza é de que um grande mal está prestes a se libertar, e caberá à mim decidir o que fazer.

Após falar isso, Scorpius deixou o queixo pender. Amber tinha certeza de que ele faria mais perguntas, mas ele manteve-se em silencio, talvez por reparar na expressão exausta da garota, que acabou adormecendo rapidamente.