Imagine Dragons

Let's Play a Game


–- Cale a boca e pare de se mexer, você tem que ficar linda! – Eleanor urrava para Amber a cada segundo, pois a garota não conseguia não se mexer, o pincel do delineador a incomodava, o pó do blush a fazia espirrar e o rímel sendo passado em seus cílios causavam-lhe agonia. – Agora eu vou passar o batom em seus lábios, e ele é bem vermelho, então não ouse se mexer ou irá borrar!

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Vinte minutos depois, pois Eleanor ainda estava arrumando os cabelos de Amber, a garota se olhou no espelho e mal conseguiu reconhecer-se. Amber sempre soubera que tinha certa beleza, mas agora, olhando-se daquele jeito, conseguia sentir-se linda. Seus cabelos estavam soltos, mas Eleanor lançara um tipo de magia neles, e as pontas agora estavam mais claras e cacheadas, o que com certeza melhorava a sua aparência. Os olhos estavam agora, se possíveis, ainda mais atraentes, com cílios grandes e uma sobra brilhante nas pálpebras. As faces rosadas devido ao blush e os lábios vermelhos.

–- Não ouse escolher uma roupa, este ainda é o meu trabalho! – Eleanor protestou assim que viu a amiga abrindo o malão em busca de suas costumeiras calças jeans, tênis e qualquer suéter. – Você nem pense em se vestir como de costume, vamos lá, você está indo à um encontro!

–- Com Scorpius? Acredite, não é um encontro. – Amber rebateu, observando a amiga fechar seu malão e seguir para o próprio, de onde tirou uma blusa preta de mangas compridas e rendadas, uma calça jeans branca completamente detonada e sapatilhas brilhantes pretas.

Eleanor jogou as peças para ela, que as fitou hesitante. Eleanor revirou os olhos e empurrou Amber para o banheiro do dormitório, o que não significava nada além de ‘vista-as se não quiser que eu as enfie em seu corpo à força’. Quando saiu para o dormitório, Amber teve de tampar os ouvidos, pois Eleanor gritou histericamente.

–- Você. Está. Linda! – ela correu e abraçou a amiga,que retribuiu o abraço. – Até mesmo Danniel vai BABAR em você! Garota, você está um arraso! – era engraçado ver Eleanor tão eufórica, Amber não conteve o riso, e então as duas começaram a rir feito idiotas.

–- Mas não se preocupe, voltarei cedo e não acontecerá nada demais.

–- Como assim não acontecerá nada demais? Eu te produzi inteira para ouvir isso? Ah garota, vai acontecer TUDO demais! Qual é, você vai sair com o Malfoy! Como espera que nada aconteça? Ele é um amor com você, admita! – neste ponto Amber tinha que concordar com Eleanor, Scorpius vinha tratando-a bem ultimamente.

Confirmando com um movimento de cabeça e ouvindo mais um gritinho animado, Amber enroscou o braço no da amiga, e juntas elas desceram para Sala Comunal, que estava agora vazia, pois elas estavam atrasadas e todos os alunos já estavam nos jardins de Hogwarts, ou até mesmo já a caminho de Hogsmeade.

Ao chegarem aos jardins, logo avistaram Alvo e Scorpius, que estavam parados conversando. Assim que as viram seus olhos se arregalaram, e ambas reprimiram um risinho. Amber não podia dizer que estava odiando aquilo, mas devia assumir que não era muito agradável aquela situação. Eleanor e Potter já haviam partido há certo tempo quando finalmente Malfoy e Amber começaram a seguir em direção ao povoado.

–- Você está muito bonita, devo admitir. – ele murmurou, um sorriso malicioso em seus lábios, os olhos cinzentos fitando a garota de tal maneira que a fez sentir-se desconfortável. Amber parou bruscamente, cruzando os braços, ignorando o frio. – O que foi?

–- Isso é sério? Você me obriga a sair com você e ainda passa a impressão de que não esta suportando a minha presença? Qual é o seu problema, Malfoy? – ela bateu com os braços nas coxas, e saiu andando apressada, passando à frente do garoto, que ficou sem reação por algum tempo.

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–- Ei, ei! – Scorpius alcançou-a e agarrou seu braço, virando-a para que eles ficassem um de frente para o outro. – Sinto muito ok? Me desculpe, eu não queria passar essa impressão! A verdade é que... – ele então ficou em silêncio.

–- É que o que? – Amber pressionou-o, desviando o olhar daqueles olhos cinzentos.

–- Fico feliz que tenha aceitado sair comigo. – ele sorriu torto, o que fez com que as pernas da garota bambeassem.

‘Não seja ridícula Amber, demonstre indiferença! Não seja tão tola!’ ela pensou consigo mesma, e forçou-se à não sorrir de volta para Malfoy, que ainda olhava-a, esperando alguma resposta ou algum gesto.

–- Não é como se eu tivesse escolha, não, Malfoy? – ela rebateu com uma voz fria, sem demonstrar nenhum sentimento.

–- Então quer dizer que você esta odiando cada segundo disso? Por favor, Amber, não aceitaria se não quisesse, aceitaria? – ele provocou, e a garota ficou em silencio, o que fez com que um sorriso brotasse em seus lábios. Andaram quietos até Hogsmeade.

O povoado estava, de certa forma, vazio. A maioria das pessoas ali presentes eram alunos de Hogwarts, que corriam para cima e para baixo, em busca da Zonko’s e da Dedos de Mel. Malfoy, em um movimento rápido, apanhou a mão de Amber, que não relutou, pois bem nesta hora, Danniel estava passando com duas garotas ao seu encalço.

–- Venha. – Scorpius, ainda segurando a mão da garota, puxou-a consigo até a Dedos de Mel. O lugar estava cheio, e silencio era a única coisa que não estava ali dentro. Alunos gritavam, corriam, riam alto... Galeões voavam de um lado para o outro, doces e mais doces à vista.

Malfoy comprou um pacotinho de feijõezinhos de todos os sabores, e eles foram então para o Três Vassouras, que já estava ficando cheio devido ao frio que fazia lá fora. Amber tremia, batendo os dentes. Sentaram em uma mesa ao canto, e Scorpius cobriu-a com um dos casacos que estava vestindo.

–- Tudo bem, vamos fazer uma brincadeira. – Scorpius começou a falar e Amber levantou uma das sobrancelhas, desconfiadas. – Não faça esta cara, eu nem terminei de falar! É o seguinte, cada um escolhe um dos feijõezinhos e coloca na boca do outro, que terá de comer independente do gosto, fechado?

–- Parece justo, SE eu começar. – ela sorriu e ele concordou com um movimento rápido de cabeça.

Amber então remexeu na embalagem, e apanhou um feijãozinho que tinha uma cor escura e estranha, mais puxada para o marrom, com algumas mesclas amarelas e verdes. Assim que viu o doce, Malfoy franziu o cenho. A garota sorriu maliciosa, e se esticando, depositou o feijãozinho na boca do garoto, que mastigou e engoliu, fazendo uma careta.

–- Ok, isto foi cruel. – ele comentou e ela gargalhou alto, o que o fez acompanhar. Apanhou um feijãozinho na embalagem, o primeiro que seus dedos tocaram. O doce tinha uma cor azul clara suave, chegava a ser bonitinho, e então, com cuidado, colocou-o na boca da garota, que mastigou e engoliu normalmente, sorrindo.

–- Não facilite para mim só porque sou garota, Malfoy! – Amber protestou, ainda sentindo o gosto de amoras na boca. Ele sorriu para ela, que apanhou outro feijãozinho.

O jogo continuou até que a embalagem estivesse vazia, e depois de caretas, risadas e línguas queimadas, tomaram cada um uma cerveja amanteigada, para que o gosto doce, ou azedo, no caso de Amber, deixasse suas línguas. Os dois ficaram ali o tempo todo, conversando e rindo, falando bobagens.

Tudo corria bem, aparentemente, e ambos estavam se divertindo. Scorpius agora segurava a mão da garota, que não tentava recuar ou hesitar. Dentro do Três Vassouras estava um clima quente e aconchegante. Eles não tinham noticias de Eleanor ou de Alvo, mas nem ao menos pararam para se preocupar com isso.

Então, como nem tudo é magia, Danniel entrou despercebido pela porta, mesmo que com duas garotas rindo e gritando baixinho de modo histérico. Ele sentou-se consideravelmente longe de Amber e Scorpius, mas em um lugar no qual tinha boa visão da mesa dos dois.

–- Sabe, é uma pena que já estejamos no quinto ano. – Malfoy comentou, puxando sua cadeira para mais perto da cadeira de Amber.

–- Por quê?

–- Porque perdi quatro anos longe de você.

‘Não entre em pânico, não entre em pânico!’ a garota repetia para si mesma enquanto Scorpius segurava sua nuca com uma das mãos, a que não estava segurando sua mão. Amber podia sentir a respiração do garoto, chegou até mesmo à sentir os lábios dele nos seus...

–- Ora, ora, se não é Amber Muller. – a voz cortante de Danniel fez com que ambos recuassem, virando-se para olhá-lo. Amber agora explodia de raiva. Involuntariamente pôs-se de pé, e percebeu que Malfoy também havia levantado.

–- O que você quer, Aster? – Scorpius perguntou frio e rude, com a voz inundada da mesma raiva que Amber também sentia.

Danniel soltou uma gargalhada sinistra, que deveria ter soado como deboche, o que não deu muito certo. Puxou Amber para perto de si, o que fez a garota arregalar os olhos e ficar ainda mais confusa, afinal, ele havia dado o ‘bolo’ nela, não?

–- Não é você que me interessa, Malfoy, acredite. – e então saiu do Três Vassouras, arrastando a garota pelo punho e com Scorpius em seus calcanhares. Estavam agora em uma rua cheia de pessoas, e o tempo parecia ter voado, pois a lua já estava alta e a noite estava extremamente escura.

Todos ao redor estavam olhando, de alunos à professores, até mesmo os bruxos que moravam no povoado estavam ou na rua ou em suas janelas encarando a cena. Amber se debatia, tentando livrar-se dos braços do garoto. Em meio à multidão, avistou Eleanor e Alvo, que pareciam atônitos.

E então, em um movimento rápido, Danniel virou Amber para si, e agarrou-a, forçando seus lábios contra os dela que tentava inutilmente recuar. O beijo, porém, não durou nem dez segundos, pois Scorpius agarrou o garoto e lançou-o para longe de Amber, que recuou e foi puxada por Eleanor. O que aconteceu depois as garotas não puderam ver, pois correram para o Castelo assim que saíram do meio das pessoas que estavam assistindo à tudo.