Imagine Dragons

Becky Hanstom


–- Amber, não se preocupe, sua comida ainda está em seu prato. – comentou Eleanor enquanto elas tomavam juntas o café da manha, e enquanto lia um livro sobre azarações. Amber, por sua vez, olhava de um lado para o outro, girando o pescoço para uma direção à cada segundo.

–- O que foi? – perguntou desatenta, ainda procurando por todos os lados, na esperança de encontrar a garota ruiva com quem sonhara algumas noites atrás e vira pelos corredores de Hogwarts.

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–- O que tanto procuras, senhorita Muller? – perguntou Lea, fazendo uma pose séria e passando os dedos pelo queixo, reprimindo uma risada que logo escapou. As duas se encararam por um pequeno tempo, sérias, mas então riram.

–- Ninguém. – comentou Amber, finalmente comendo uma das torradas que estavam em seu prato.

–- HÁ HÁ! – gritou Eleanor, triunfante, tão alto que todos no Salão as miraram. – Sabia que estava procurando por alguém. Se for Malfoy, está na Ala Hospitalar, se for Danniel, desista. Ele não vale à pena, e você sabe. Quanto à Malfoy, acho que você deveria dar uma passadinha lá para vê-lo.

–- Primeiramente, você esta errada. Estou procurando uma garota, mas isso não vem ao caso. Por que eu daria uma passadinha na Ala Hospitalar para visitar Malfoy? – ela perguntou curiosa, e Eleanor se levantou da mesa.

–- Porque soube que ele tem sussurrado o seu nome. – deu um sorriso malicioso, girou nos calcanhares, e saiu do Salão como se Amber não estivesse ali, tentando conversar com ela. Assim que se levantou, Amber a avistou. A ruiva.

Correu pelo Salão e agarrou, o mais delicadamente possível, o braço da garota, que virou-se e quando a viu arregalou os olhos, tentando se soltar. Todos na mesa da Lufa-Lufa olhavam para elas, confusos, chocados, ou até mesmo perturbados. ‘Vem’ Amber murmurou rigidamente, puxando a garota, que lutava inutilmente, consigo.

Quando chegaram à um corredor vazio, Amber parou e soltou o braço da garota. Pediu desculpas pela força que usara e sentou-se à um banco, pedindo que a garota sentasse-se ao seu lado. Assim a ruiva fez, mesmo que um pouco hesitante.

–- Tudo bem, me diga seu nome, sua idade e o que você tem a ver comigo. – pediu Amber, agora em pé, olhando para a garota, que parecia ligeiramente assustada naquela situação.

–- Qual a utilidade de tudo isso, Amber?

–- Nunca disse que me chamava Amber! – ela exclamou vitoriosa. – Agora, por favor, me explique o que nos temos em comum.

–- O sonho. Você teve o mesmo sonho que eu, não teve? Teve, é claro que teve! E eu não devia te procurar, ou estar falando com você, mas... – Amber lançou um olhar severo à garota, que foi direto ao ponto. – Me chamo Rebecca, mas pode me chamar de Becky, todo mundo me chama assim. Tenho catorze anos e...Eu também não sei qual a nossa ligação. Juro que não sei. – acrescentou a ultima frase ao notar o semblante desconfiado de Amber.

–- Então como sabe o meu nome?

–- Sinceramente? Não faço a mínima idéia. No sonho, eu dizia o seu nome, mas eu não sabia ao certo quem você era. Aquele sonho foi tão estranho! E tão real! E aquilo, dentro da caverna, era um dragão? – os olhos azuis da garota estavam arregalados, e ela parecia assustada.

–- Foi só um sonho, ok? Só um sonho Becky, se acalme. Tudo bem que você existe, o que torna este sonho um pouquinho mais sinistro, mas não ser preocupe ok? Volte pra sua Sala Comunal, tenha suas aulas e se tiver novamente aquele sonho ou algum sonho estranho, pode me procurar, tudo bem? – Amber falou e se preocupava mesmo com a garota. Nunca havia conhecido-a, mas algo dentro dela havia mudado, ela só não sabia o que.

Becky então se levantou e, passando os braços pela cintura de Amber, a abraçou. O que não foi muito normal, afinal elas haviam acabo de se conhecer. Se soltou de Amber e saiu, como se nada tivesse acontecido, os cabelos ruivos indo de lá para cá em movimentos suaves.


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Depois de todas as aulas, Amber e Eleanor estavam com Alvo na Sala Comunal da Grifinória, por volta das 21h00. Scorpius ainda estava na Ala Hospitalar, o que significava que Potter e Eleanor ficariam juntos, conversando e se beijando, o que deixava Amber excluída. A garota então pegou o livro que havia arrumado na biblioteca à algumas noites, e começou a lê-lo.

‘Amber, venha.’ A garota fechou o livro, assustada. Era a criatura, sabia disto. Estava chamando-a novamente. Tentou ignorar, e continuou a leitura. O livro era bem interessante, na verdade, contava a historia de uma bruxa que perdera os pais quando jovem, tendo que viver por sua própria conta. ‘Amber.’ Revirou os olhos, sabia que devia ir. Deixou o livro na poltrona onde estava, calçou os sapatos e saiu, mesmo aos protestos de Potter e Eleanor.

Fazia frio, e o céu estava limpo, cheio de estrelas e uma lua cheia iluminava os terrenos de Hogwarts. Seguiu próxima à sombra do Castelo, tomando o cuidado de não ser vista. Correu até as arvores, e adentrou a floresta. De alguma maneira sabia para onde seguir. Com cuidado, foi adentrando cada vez mais nas árvores, perdendo de vista o Castelo.

Conforme caminhava, notou que no lugar da grama, pequenos cascalhos iam ganhando vida. Aquela era uma parte nova da floresta para a garota. Caminhou um pouco mais depressa, pois sabia que talvez não conseguisse voltar a tempo. O chão começou a ficar escorregadio, e aquele lugar já não parecia mais Hogwarts. E não era. Amber agora estava fora dos terrenos da escola.

Continuou seguindo, até que avistou uma caverna enorme, no topo de uma rocha. ‘Você deve estar brincando!’ pensou consigo mesma, e começou a subida íngreme até o topo. Na encosta da pedra, havia uma espécie de escada, o que facilitou bastante a subida. Quando chegou estava exausta, suas pernas e pés doíam, e sua cabeça rodava devido a altura.

Sentou-se no chão por um tempo, mesmo que este fosse frio. Levantou-se, ainda sentindo dor no corpo, e continuou caminhando, entrando na caverna, que, por dentro, parecia muito maior do que quando vista por fora. E lá estava a criatura, parecendo mais magra que antes, os ossos aparentes por debaixo da pele revestida de couro. Mas aquela não era a única visão perturbada que Amber teve, Becky também estava ali.