Imagine Dragons

Poor Sick Boy


-- VOCÊ DEVERIA SER EXPULSA! – uma das garotas no quarto gritava tão alto que Amber acordou no chão, após ter se assustado e caído da cama. Eleanor estava usando calças jeans, um suéter branco e por cima de tudo um casaco que COM CERTEZA não lhe pertencia.

Não demorou muito tempo para Amber compreender a cena. Ali, no dormitório com todas as garotas estava a senhora Nettan, professora de Feitiços, e ela lançava um olhar desaprovador para Eleanor, que estava de braços cruzados, olhando para o chão e ignorando os xingamentos e reivindicações de Caroline, a garota que gritava agarrada ao cobertor.

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-- Será que alguém se incomodaria em me explicar o que esta acontecendo? – Amber perguntou levantando-se do chão e sentando-se na cama, cobrindo rapidamente o corpo com o cobertor, pois agora sentia frio. Esfregou os olhos ainda inchados e meio fechados, tentando se acostumar com a luz que agora estava acesa.

-- Sua linda amiguinha Eleanor – começou Caroline em tom provocador, revirando os olhos e cruzando os braços – se esgueirou para fora do nosso dormitório, e sabe para onde? Para a Torre de Astronomia. E sabe com quem? Com o Potter, o MEU Potter!

Eleanor ficou vermelha de raiva e tentou avançar na garota, que recuou muito, caindo em uma das camas. A senhora Nettan se colocou entre as duas e ordenou que parassem com aquela briga, que era algo ridículo e que Caroline não se preocupasse, pois Eleanor sofreria uma punição. E a Grifinória perderia 100 pontos por mau comportamento dos alunos.

A senhora Nettan ordenou que Amber e Eleanor ficassem na Sala Comunal por um tempo, para que as coisas se acalmassem no dormitório, e se possível o tempo suficiente para Caroline e as outras dormirem. Falou também que se quisessem podiam ir até a cozinha para que Eleanor tomasse uma xícara de chocolate quente, bebida trouxa que um dos elfos sabia preparar e aqueceria a garota que batia os dentes de frio.

Assim então as duas fizeram, e desceram com cuidado e em silencio até a cozinha, onde foram muito bem recebidas pelos elfos que já estavam preparando o café da manha do dia seguinte. Um deles trouxe as bebidas para as garotas, que as tomaram e resolveram ficar ali por mais algum tempo, esperando o tempo passar para voltarem ao dormitório.

-- Me explique isto. – Amber falou puxando com cuidado uma parte do tecido do casaco enorme e azul marinho que Eleanor ainda trajava e continha o inconfundível perfume de Alvo. Eleanor por sua vez corou um pouco.

-- Bem, antes de subirmos para o dormitório, Alvo me falou que tinha uma surpresa preparada para mim. Pediu para que eu me arrumasse e aparecesse na Sala Comunal depois que todas as garotas do dormitório dormissem. Então assim eu fiz, me arrumei e desci. E lá estava ele, sorrindo e radiante, arrumado e bem vestido. – Eleanor contava tão animada que Amber nem ao menos tentou abrir a boca. – Então ele me levou até a Torre de Astronomia.

‘E nós ficamos lá, abraçados, esperando o por do sol. A noite lá fora esta realmente linda, o céu esta limpo e cheio de estrelas. Ficamos conversando, e quando eu senti frio ele me deu o casaco. E tudo estava tão perfeito, tão perfeito. Mas tudo que é bom dura pouco, não? Pirraça apareceu berrando aos ventos que tinham alunos fora da cama e mal conseguimos nos esconder a tempo.’

Apesar de cansar ouvindo sobre toda aquela melação, Amber se sentiu mal pela amiga, é claro. Eleanor estava realmente desapontada, isso não era nada difícil de perceber, e por esse motivo Amber deixou que a amiga contasse cada um dos mínimos detalhes de tudo que acontecera enquanto eles ainda estavam lá. Passado o que pareceu um bom tempo, elas resolveram que voltariam ao dormitório, pois àquela hora todas as garotas provavelmente haviam voltado a dormir.

Enquanto andavam Amber percebeu que lá fora o sol já nascera, e que o dia já começara. Claro que os alunos ainda estavam dormindo, pois podia estar de dia, e o sol podia estar brilhando lá fora, mas ainda não devia passar das 6h00.

-- Lea, quer saber? Vai subindo, eu vou pra lá depois. – Amber apressou o passo em direção à Ala Hospitalar e havia mudado de corredor tão rápido que nem ao menos pode ouvir os protestos de Eleanor. Seguiu em silencio até a Ala Hospitalar, onde Jonh cochilava suavemente.

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Entrou com cuidado, empurrando a porta que rangeu ao contato com o piso frio e liso de Hogwarts. Amber se esgueirou para dentro, onde estava escuro, e logo encostou a porta para que a luz diminuísse. O garotinho que antes estava comendo os doces agora dormia, assim como Jonh, mas Malfoy estava acordado. Amber caminhou até sua cama e ficou ali parada, esperando que o garoto a notasse.

Assim que a notou levou um susto, arregalando os olhos que brilharam na escuridão. Amber abafou o riso, sentando-se na cama ao lado. Scorpius sentou-se também, virando-se de frente para a garota, que ainda abafava o riso.

-- O que esta fazendo aqui? – ele sussurrou para ela, que cruzou as pernas e os braços, porque agora sentia frio. Só então reparou que ainda estava de pijama, e que seu pijama era fino. Scorpius jogou um cobertor para ela, que se enrolou rapidamente.

-- Vim checar o que tinha acontecido com você, por que havia sumido e se estava bem, ou se seu ego inflado havia sofrido com a visita à Casa dos Gritos. – ela sussurrou de volta com um sorriso malicioso nos lábios.

-- Há há, muito engraçado, Muller. Na verdade, o que foi realmente afetado, não foi o meu ‘ego inflado’ – Scorpius fez aspas no ar com os dedos -, e sim minha saúde. – a garota deu uma gargalha baixa e cruel – Ria-se à vontade, mas saiba que ter caído na neve me rendeu uma alta febre.

Amber colocou-se de pé e avançou até o garoto tomando o cuidado de não fazer muito barulho. Estendeu o braço e com as costas da mão direita tocou a testa de Malfoy, que queimava em febre. Scorpius se esquivou para trás, pois a mão da garota estava muito gelada.

-- Pobrezinho, está doente. – dramatizou Amber, fazendo um beicinho.

-- Belo pijama, Muller. – Malfoy retrucou, em um tom de voz brincalhão. Amber revirou os olhos e empurrou os ombros do garoto para baixo, forçando-o à deitar. – O que está fazendo? – ele perguntou confuso, a testa vincada.

-- Cuidando de você, que ficou doente por minha culpa. – Amber murmurou séria, arrumando os travesseiros e cobertores. Malfoy a fitava com olhos desconfiados. – Pare de me olhar assim ok? Eu estou me sentindo culpada.

-- Sério? – ele perguntou, um sorriso brotando em seus lábios.

-- Claro que não. – ela respondeu contendo o riso. – Bons sonhos, Malfoy.

Amber caminhou com cuidado até a porta, e assim que a fechou às suas costas ouviu a voz de Jonh abafada lá dentro ‘Fique ai Malfoy, e volte a dormir.’. Com um sorriso nos lábios, se afastou, rumando para a Sala Comunal da Grifinória.