Imagine Dragons

Hogsmeade II


-- Chegamos. – Amber falou sentindo dor nas costas e de forma cansada, produzindo uma nevoa branca no ar. Estava mais frio que antes, mas parara de nevar. Ambos estavam exaustos quando chegaram até a Casa dos Gritos.

-- Pronto, estamos aqui, já podemos voltar. – Scorpius deu as costas para o grande prédio e começava a andar em direção ao povoado quando Amber o puxou novamente, fazendo-o revirar os olhos.

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-- Não, não, não. Nós vamos entrar. O seu desafio é entra lá, qualquer primeiranista tem coragem de ficar aqui fora parado. Você vai entrar. – e deu ênfase na palavra ‘vai’, empurrando o garoto à sua frente enquanto passavam pelo lugar onde antes ficavam os arames que impediam a passagem e que agora já haviam sido arrancados por, provavelmente, estudantes de Hogwarts.

¹As portas e janelas continuavam destruídas, e a casa continuava com a mesma aparência de antes. Apesar de todos saberem que ela não era mal-assombrada nunca tentaram tornar sua aparência melhor, pois ainda atraia muitos bruxos e bruxas, o que era bom para o povoado. ‘Cuidado’ Amber murmurou quando Malfoy empurrou cuidadosamente a porta e eles entraram.

O lugar era mal iluminado, quase escuro, as paredes, móveis e escadas estavam acabados e a Casa dava a impressão de estar se mexendo a cada segundo que eles olhavam para os lugares, o que deu à Amber a sensação de tontura. Scorpius lançou um olhar duvidoso à ela e ela fez um gesto com a cabeça para que ele subisse as escadas. Então os dois subiram com cuidado, e o barulho do ranger das madeiras começava a agonizar Amber.

A garota olhava para todos os lados à cada mínimo som que a Casa produzia, fazendo-a virar-se a cada segundo, e em uma dessas vezes, quando voltou à posição na qual antes estava, de frente para Malfoy, o garoto havia desaparecido.

-- Malfoy? MALFOY? – Amber começava agora a se preocupar de verdade. Ele simplesmente desaparecera. Começou a andar de um lado para o outro, procurando em todos os lugares. Não conseguia encontrá-lo.

Amber então resolveu que sairia dali e o procuraria fora da Casa, pois ele provavelmente havia a largado ali mesmo, com medo ou apenas para assustá-la. Desceu as escadas com o maior cuidado possível para não pisar em nenhum dos degraus quebrados e se machucar, e quando abriu a porta para sair quase caiu no chão com tamanho susto.

Lá estava Malfoy, parado com uma expressão congelada, quase petrificado, e assim que a garota pulou para trás e deu um grito, o loiro começou a rir tanto que seus ombros sacudiam sem parar. Amber se levantou com pressa e saiu da Casa já gritando, tentando acertar Scorpius que se esquivava, ainda rindo, de cada tapa da garota.

-- ISSO NÃO TEVE GRAÇA, MALFOY! – ela estava vermelha, de raiva, enquanto ele estava vermelho devido às risadas que ainda não haviam acabado.

-- Teve sim, você deveria ter visto sua cara! – ele conseguiu falar em meio as gargalhadas, ainda se esquivando dos braços de Amber, que cortavam o ar com força. – Pare de tentar me agredir.

Ele apanhou os dois braços da garota, e ainda rindo, começou a andar para trás. Havia um galho de árvore no caminho, e Scorpius não o havia visto. Então, ambos caíram. Amber começou a rir muito, o que o fez lançar-lhe um olhar confuso.

-- Por que esta rindo?

-- Porque agora você esta cheio de neve, e o nome disso é karma. – ela continuou rindo, mas ele deu um sorriso malicioso que a fez parar no mesmo segundo.

Em um movimento rápido e cuidadoso, Malfoy rodou o corpo, deixando Amber por baixo deles. A garota sentiu a neve em suas costas, o frio penetrando em seus ossos. Agora ambos riam.

-- Quem esta cheio de neve agora? – Malfoy perguntou, e seus rostos estavam tão próximos que ele podia sentir a respiração quente que escapava dos lábios entreabertos de Amber em sua face.

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²Ali ficaram, por algum tempo, apenas se encarando em silencio. Malfoy não desviava o olhar, o que começava a causar certo constrangimento à garota, afinal ele estava em cima dela, e aquela não era uma situação muito agradável. Os segundos passavam tão vagarosamente que Amber resolveu parar de desviar o olhar dos olhos do garoto, e ambos ficaram se encarando por um tempo. Scorpius começou a aproximar cada vez mais seus rostos, até seus narizes se tocarem.

-- Malfoy. – Amber falou fazendo-o recuar um pouco. – Será que se importa em sair de cima de mim?

De certa forma constrangido, o garoto se levantou e ajudou-a a levantar também. Ouviram os risos inconfundíveis de Alvo e Eleanor, que agora iam na direção da Casa dos Gritos, abraçados. Os dois pararam assim que os viram. Eleanor carregava uma sacolinha vermelha em forma de coração e em seu pescoço estava enrolado o cachecol de Potter, que sorria.

-- Onde vocês estavam? Fiquei os esperando na Zonko’s por mais de uma hora! – Scorpius parecia calmo, por mais que suas palavras quisessem expressar raiva. Ele cruzou os braços e seus dentes batiam devido ao frio.

Amber também estava com frio, e agora tentava retirar a neves das roupas antes que esta derretesse e congelasse-a mais ainda. Agora se arrependia de não ter saído com mais um casaco, ou pelo menos com mais uma blusa de lã.

-- Estávamos na Dedos de Mel, nos perdoe. – falou Alvo em tom brincalhão, fazendo Eleanor rir e Malfoy descruzar os braços e revirar os olhos enquanto abria um pequeno sorriso. – Mas e vocês? Onde estavam?

-- E como foi seu encontro com Aster, e POR QUE não esta ainda lá com ele? – perguntou Eleanor virando-se para Amber com um semblante irritado, e neste mesmo momento Scorpius também se virava para a garota.

-- Bem, não foi. – Amber falou seca. – Ele não apareceu na hora em que todos estávamos indo para o povoado, fiquei uma hora sentada esperando por ele, então fui para o Três Vassouras, onde ele estava agarrado à uma sonserina asquerosa. Então, como uma boa pessoa, caminhei até eles e virei meio copo de cerveja amanteigada na cabeça de Aster – ao falar isso, os três arregalaram os olhos e deram risadas, principalmente Malfoy, que gargalhou – e sai de lá.

-- Então ela me encontrou na Zonko’s, onde fui rudemente abandonado por vocês, e nós viemos até aqui. E agora vocês também estão aqui. Viram, não foi difícil explicar as coisas. – Scorpius então virou-se para Amber. – Mas, qual foi a reação dele e dos outros quando você virou a cerveja em sua cabeça?

-- Não sei, não fiquei lá para checar. – assim que falou isso, eles seguiram para o Três Vassouras, onde pediram mais algumas cervejas e ficaram lá por um bom tempo, apenas conversando e aproveitando o tempo que ainda tinham em Hogsmeade.

O Três Vassouras, como de costume, estava lotado e aconchegante, e agora Amber não sentia mais frio. Não havia nenhum sinal de Danniel ou da garota sonserina, o que fazia com que as coisas só estivessem melhores. Alvo e Eleanor conseguiam ser irritantemente fofos, e Malfoy mal falava, às vezes ria de alguns comentários de Potter, mas apenas isso.

Passadas mais ou menos duas horas, deixaram o bar e seguiram para Hogwarts, como sempre faziam desde o terceiro ano. Chegaram ao Castelo congelados, correndo para a Sala Comunal da Grifinória, onde a lareira estava acesa e o ar era quente. Lá ficaram até tarde, ainda conversando nas poltronas próximas ao fogo. Scorpius continuava quieto.

Amber desejou boa noite à todos e subiu, estava exausta, mal havia dormido e o incidente com Danniel agora começava a perturbar seus pensamentos, o que a fazia querer mais e mais adormecer. E assim fez.