A Vingança Do Benson

Capítulo 8


Sam

Hoje é o Grande Dia! Tudo está perfeito, quer dizer, quase tudo. O Frednerd com certeza deve estar se esvaindo em raiva agora mesmo. Ri da minha própria maldade. Eu avisei pra não mexer com a mamãe aqui.

- Sam, pode fechar o zíper pra mim? – Carly tremia da cabeça aos pés, mas estava linda! Maravilhosa! Senti um caroço se formar na minha garganta mas engoli. Não queria passar duas horas de novo me arrumando.

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- Carly Shay, você está perfeita. É a noiva do ano! – Ela se virou e me abraçou apertado. – Eu to muito feliz por você amiga. – Falei com a voz embargada.

- Eu acho que teria tido um aneurisma se você não tivesse comigo, Sam. Você é a melhor madrinha do mundo. Prometo responder a altura quando for sua vez, futura Senhora Benson – rimos mas depois eu fiquei séria.

- Não, Carly... Eu e o Freddie odiamos estar no mesmo lugar por muito tempo. Você sabe que eu não superei ele, mas não combinamos – falei triste. Era verdade. O Benson agora só me trata mal, tudo ele arma pra cima de mim. Acho que matei até mesmo o carinho dele por mim. – Olha, é a sua noite, tá? Aproveita! – Ela me olhou com tanta compreensão que eu quis matá-la, mas não posso. O que eu diria ao noivo?!

- Tudo bem, te vejo lá dentro – eu saí e me dirigi ao hall, onde seria nossa passagem para o salão do hotel.

- Uau, Sam, você está deslumbrante! – Como não era o que eu esperava daquela voz, me virei pra ver se era mesmo quem eu imaginei. E sim, era o Freddie. Impecavelmente sexy e charmoso com um sorriso sedutor e um olhar brincalhão e admirado.

- Co-como você fe-fez isso? – Perguntei atônita.

- Eu disse que conhecia todos os seus truques, porque você não mudou nada! – A expressão divertida sumiu, ele estava indecifrável.

Fiquei furiosa, meu plano era perfeito, ou eu achava que era.

- Você é um babaca, mesmo estando no melhor dos ternos continua sendo o nerd fraco e acovardado que eu conheci – era mentira, claro. Mas humilhá-lo era minha última cartada.

Ele me olhou com tanto desprezo que eu senti algo dentro de mim se contorcer dolorosamente.

- Sabe Sam, pra uma garota delinqüente como você, o máximo que eu daria pra um futuro decente pra você, seria trabalhando como garçonete num restaurante de quinta. Mas aí você me surpreendeu. Por algum milagre, ou chantagem que é mais a sua cara, você entrou numa faculdade! E fica melhor! Tenho que te dar os parabéns, você virou o que mais odiava: uma nerd. Mas pro seu azar, nerd’s não têm vida social. A sua se resumia a Carly e os amigos dela, porque ninguém atura uma garota que age como você.

- Freddie, calma cara – Spencer que apareceu não sei de onde, nos olhava assustado.

- Calma nada! Cansei de bancar o bom moço com uma garota que não merece nem minha boa educação – ele disse com tanta raiva que eu não sabia o que dizer. Me senti mal, machucada, humilhada. Foi tudo isso que fiz ele sentir por tantos anos?

- Me perdoe se eu não fui uma dama como as outras. E me perdoe se foi nisso que você se transformou por minha causa – eu queria chorar e correr pra longe dele.

- Você não pode chorar e nem ir – Como ele sabe? Ele se acalmou, mas estava frio.

- Eu sei muito bem o que eu tenho que fazer! – Falei entre os dentes. Os outros nos olhavam sem nada dizer.

A música tocou e nós avançamos. Eu tentei ficar e ouvir, mas estava difícil. Logo eu estava correndo prédio afora. Não sabia onde estava indo até chegar lá: Ridgeway.

Tive anos maravilhosos ali com meus dois amigos. Bom, na época eu pensei assim mas agora...

Valeu a pena bancar a durona com eles? Com ELE na verdade. Continuei andando, não enxergava bem onde ia por conta das lágrimas até que esbarrei numa porta. Sala dos Relatórios: com certeza o meu nome seria o mais visto, mas eu queria ver, queria entender porque fui tão má com ele que só me queria bem.

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Abri a porta sem dificuldade nenhuma. Anos de prática. Estava lendo as inúmeras transgressões minhas quando avistei uma pasta com o nome dele.

Abri e li:

Fredwardo Benson: ENFERMARIA (Samantha Puckett o derrubou da escada)

Fredwardo Benson: ENFERMARIA (Samantha Puckett o esmurrou no nariz)

Fredwardo Benson: ENFERMARIA (Samantha Puckett o derrubou da bicicleta)

E assim se repetia em todas as folhas. Uma vergonha se apossou de mim e remorso me fez soluçar tanto que sentei no chão, tamanha era a minha agonia.

Ele nunca me fez nada. Era só um garoto feliz com uma mãe super preocupada. Péra...

Foi isso! A minha vida toda eu fui esquecida e deixada de lado, minha mãe nunca me elogiou ou referiu a mim qualquer palavra que me fizesse sentir querida.

O Benson tinha a mãe que eu queria. Claro que sem tantos exageros, mas que me amasse e cuidasse de mim. Ele tinha a quem recorrer se mexessem com ele porque sabia que teria a sua proteção. Desde pequena tive que me virar sozinha. Mas tudo isso não justifica o que eu fiz.

Prestei atenção ao lugar em que me encontrava agora... Em frente a casa da minha mãe.

- O que aconteceu, Sam? – Ela olhava o celular.

- Eu preciso de colo mãe! Você pode me dar pelo menos desta vez? – Perguntei aos soluços. Ela me olhou surpresa e triste, abriu os braços pra mim e eu me joguei ali e chorei.