Capítulo 8

Fecha-se o cerco.

O Setor Gama começava com um corredor com duas portas além daquela pela qual Bryan e Nicholai haviam vindo: uma à direita e outra no final. O russo, seguindo na frente enquanto Jessen caminhava com dificuldade, disse:

– A enfermaria fica no próximo corredor... A porta para o corredor da sala de controle também não fica longe...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Cuidado!

Nesse momento a grade de um duto de ventilação veio ao chão, junto com um “bebê”, bem na frente deles. O mutante soltou um sonoro grito e começou a correr na direção de Nicholai, mas logo teve sua cabeça explodida por uma rajada do AK-47 de Zinoviev.

– Essas coisas estão vindo do Beta pelo sistema de ventilação! – concluiu Nicholai. – Vamos em frente!

A dupla seguiu na direção da porta no final do corredor. Bryan perguntou:

– O que há naquela outra porta?

– É a sala de força. Nada útil.

E ganharam um outro corredor, este com três novas portas, todas numa mesma parede. Na primeira havia a inscrição “Enfermaria”. Na segunda, “Dormitório” e finalmente, na terceira, “Sala de Controle, Cozinha”.

Mas antes que pudessem cruzar a primeira porta, os dois invasores ouviram um estridente grito. Olhando para um dos cantos do corredor, viram dois Hermes correndo famintos, exibindo os afiados dentes. Estavam mais para demônios do que para bebês.

Nicholai acertou uma rajada no centro do corpo de um dos monstros, fazendo com que este voasse para trás, deixando um rastro de sangue no chão. O segundo foi aniquilado por Bryan, atingido por três disparos da Desert Eagle no tórax.

– Já eram! – exclamou o dentista.

Estava, porém, enganado. O Hermes morto por Nicholai se levantou, por incrível que pareça, e algo começou a ocorrer com seu corpo. Era realmente bizarro. Gritando, o “bebê” viu que sua pele começava a cair, e dois grandes ossos, parecidos com chifres, surgiram em suas costas, rompendo os músculos. Suas garras também ficaram maiores, afiadíssimas. Os dentes da criatura aumentaram grandemente, e quando o processo terminou o mutante estava dois terços mais alto.

Ele logo avançou na direção da presa, que reagiu à altura. Logo a coisa tombou no chão, após levar vários tiros de Bryan e três rajadas de Nicholai. Ficara muito mais forte.

– Por que ocorreu isso? – questionou Jessen.

– O T-Virus causou essa mutação nos Hermes – explicou Nicholai. – Vamos logo sair daqui antes que o outro mutante também levante!

E entraram na enfermaria.

William e Linda estavam na sala onde ficava o cofre aberto por Nicholai, a qual havia sido pouco explorada pelo russo mais Chris e Jill devido ao pedido de socorro de Sherry. Percorrendo o lugar com os olhos, McDouglas disse, se aproximando de um armário:

– Hei, veja isto!

Era um diário, bem empoeirado, de cor azul. Linda recebeu o objeto das mãos do namorado e leu o que continha, em voz alta:

Diário de Ronald Harper, funcionário da Umbrella Inc., Complexo Siberiano, ano de 1999.

Sexta-feira, 1º de outubro de 1999.

Hoje faz um ano que Raccoon City foi destruída, e ninguém suspeita do envolvimento de nossa empresa nesse incidente. Enquanto isso precisamos produzir novas armas, que não caiam em mãos erradas como o T-Virus e o G-Virus.

Estamos trabalhando com o pessoal da Biocom neste laboratório, uma empresa rival, e temos instruções de zelar ao máximo por nossas descobertas. O fato de estarmos criando novas armas ao lado da concorrência não significa que eles devam descobrir todos os nossos segredos. Dessa maneira eles acabariam sendo usados contra nós.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Domingo, 3 de outubro de 1999.

Hoje nosso chefe de pesquisas, Gordon, se desentendeu com o responsável pelo pessoal da Biocom, aquele odioso Brellen. Eles são detestáveis, não vejo a hora de irmos embora daqui. A Biocom ainda está engatinhando no ramo de armas biológicas, e nós já produzimos uma arma devastadora como o Nemesis! Não sei por que estamos trabalhando com esse bando de idiotas!

Segunda-feira, 15 de novembro de 1999.

Hoje nós demos um salto na pesquisa. Com a ajuda de alguns pesquisadores da Biocom, conseguimos criar uma nova variação do vírus NE-T. Nós a batizamos de “Justice”, e em breve estaremos produzindo novos mutantes com ela, bem longe deste fim de mundo e, principalmente, longe da concorrência!

O diário terminava aí. Mais uma prova contra a Biocom. Linda guardou-o consigo, enquanto, subitamente, algo caiu de dentro do livro.

– O que é isso? – estranhou William, apanhando o objeto.

Era mais uma chave-cartão, amarela, com a inscrição “Chave 3”. Agora só faltava uma.

– Venha, vamos entregar isto a Chris! – exclamou McDouglas.

E deixaram a sala.

Enquanto Bryan cuidava de seus ferimentos na iluminada enfermaria, Nicholai vasculhava um armário em busca de alguma chave-cartão. O dentista, já se sentindo melhor, perguntou ao russo:

– Você sempre foi biólogo, Nicholai?

– Sim, formado na Universidade de Moscou! – respondeu Zinoviev, demonstrando pouco interesse.

– Certo...

Súbito, Nicholai virou-se para Bryan, segurando algo. Era a última chave-cartão, vermelha, com a inscrição “Chave 1”.

– Se os outros já encontraram a outra chave, podemos pegar Deller! – sorriu o russo.

– Isso se aquele Wesker filho da mãe permitir...

Nesse instante, o dentista percebeu que Nicholai lhe apontava seu AK-47, mirando sem piscar.

– Nicholai, o que é isso?

– Não se mova! – murmurou o russo, friamente.

– Ah, é? Sabia que não podíamos confiar em você! Jill estava certa! Você é um traidor e...

– Atrás de você!

Jessen, apreensivo, olhou para trás. Viu um zumbi horrendo, sem pele alguma, vestindo jaleco em frangalhos.

Rapidamente Nicholai deu cabo do mutante, explodindo seu crânio com uma bela rajada.

– Mas de onde essa coisa veio? – perguntou Bryan, trêmulo.

– Deve ter rastejado de baixo dessa cama! – apontou Nicholai, com face inexpressiva.

– Bem... Foi mal, cara!

Nicholai não respondeu. Apenas caminhou até a saída e, olhando para trás, perguntou:

– Você não vem?

Bryan checou a munição da Desert Eagle e acompanhou o russo de volta ao corredor.

Neste, a dupla encontrou os outros quatro invasores.

– Bryan, Nicholai! – exclamou Linda. – Tudo OK?

– Sim – respondeu a Unidade Alfa. – Encontramos esta chave-cartão!

E o russo entregou o artefato para Chris, que disse:

– William e Linda encontraram a chave que faltava! Temos as quatro!

– Ótimo – sorriu Nicholai, de forma que não agradou Jill. – A porta está ali!

Os seis se aproximaram da porta com a inscrição “Sala de Controle, Cozinha”. Chris entregou as quatro chaves-cartão para Nicholai, que as colocou em ordem numérica num painel ao lado da tranca da porta. Esta foi liberada assim que todas foram inseridas, emitindo um som metálico.

– Vamos? – indagou Nicholai, assim que o caminho foi liberado, revelando um novo corredor.

– Antes, gostaria de fazer uma pergunta! – exclamou Bryan. – Chris, vocês viram Nemesis lutando com um cara estranho lá atrás?

– Não, não vimos ninguém! – respondeu Jill, confusa.

– OK, agora vamos! – disse Zinoviev, impaciente.

No novo corredor havia duas portas, uma com a inscrição “Cozinha” e na outra, “Sala de Controle”. Obviamente o grupo seguiu na direção da segunda, com Nicholai à frente.

Antes de entrarem, todos pararam por um instante, temerosos. Aquilo podia ser uma armadilha, estava fácil demais.

E a porta se abriu. Após olharem para dentro da sala hexagonal por alguns segundos sem pisar dentro dela, os seis intrusos entraram. Não havia ninguém na sala de controle. Nem Deller ou o holograma de Wesker.

– Mas o quê? – estranhou Chris.

– Cadê o Deller? – exclamou Jill, nervosa.

Nicholai se aproximou do painel de monitores, olhando para as várias telas. Logo disse:

– Não importa onde está Deller! Temos que sair deste lugar!

– Como assim, não importa? – irritou-se Jill. – Esse cara é um dos criminosos da Umbrella! Nós precisamos fazer justiça!

– Olhe, minha missão também é eliminar Deller, mas se não andarmos logo não conseguiremos fugir!

– É verdade, amor – concordou Chris. – Já temos provas suficientes, não? Fugir não seria má idéia!

– E já perdemos Sherry... – murmurou Bryan, cabisbaixo, pensando na pobre Birkin.

Seguiu-se um instante de silêncio. Nicholai sentou-se na frente do computador central e começou a digitar rapidamente no teclado. Logo todos puderam ver a passagem secreta na grande sala do Setor Ômega ser revelada, através de um dos monitores do painel.

– O caminho está livre! – disse Nicholai, girando na cadeira. – A escolha é de vocês!

O impasse era geral. Jill olhava para todos com cara amarrada, mordendo os lábios, enquanto Chris, William e Linda pareciam concordar com Nicholai. Bryan era diferente a todos eles, estava triste. Pensava em Sherry.

Subitamente, as luzes se apagaram. O holograma azul de Wesker surgiu no centro da sala, produzido por feixes de laser. Nitidez incomparável.

– Vocês conseguiram! – sorriu Wesker. – Muito bem!

– O quê? – exclamou Chris, cada vez mais confuso. – Wesker, por que...

– Não diga nada, Chris. A missão de vocês está praticamente concluída. Deller fugiu, mas vocês têm muitas provas contra a Biocom. Agora é só fugir no submarino.

– Isso é uma armadilha, não? – irritou-se ainda mais Jill, gritando ao invés de falar. – Algo nos espera no caminho!

– Deller soltou Nemesis e Ares-1, as maiores armas da Umbrella e da Biocom. A luta final entre essas duas empresas será travada por esses dois mutantes. Não restará pedra sobre pedra!

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– E não mesmo! – exclamou Nicholai. – Acabei de programar a autodestruição do complexo para daqui a trinta minutos!

– E você vai nos deixar ir embora assim? – indagou William.

– Sim. Apesar de terem desobedecido minhas ordens ao não matarem Nicholai, vou deixar que vivam para contar a história. Sherry morreu no lugar de vocês.

– Desgraçado! – berrou Jessen, que sentia uma profunda dor no coração ao ouvir o nome da promotora.

– É melhor não me insultar, rapaz! Ainda posso mudar de idéia!

Seguiu-se mais um minuto de silêncio. Chris disse, olhando para Nicholai:

– Formate o computador central!

– Não faça isso! – exclamou Wesker, alterando a voz, tornando o holograma menos nítido. – Posso matar vocês nesta sala agora mesmo!

– Nicholai, formate o CPU, já!

– Vocês são idiotas? Todo o laboratório viraria um caos!

– Eu disse já, Nicholai!

– Não tenho certeza disso, Chris... – murmurou o russo.

– Então deixa comigo!

Redfield disparou uma rajada de balas contra o computador central. Imediatamente as luzes da sala se acenderam, mas agora em cor vermelha.

Todos olharam para o holograma de Wesker. Ele parecia definhar, gemia, como se tivesse recebido as balas de Chris. Logo se aquietou, fitando os intrusos com raiva na face, o azul oscilando grandemente, e desapareceu de vez.

– E agora, Nicholai? – perguntou Chris.

– Veja você mesmo!

Uma mensagem surgiu na tela do computador, que dizia “Sistema de Emergência ativado. Autodestruição em andamento”.

– Nós podemos escapar com o sistema de emergência ativado, não há problema! – explicou o russo.

– Hei, o que é aquilo? – indagou Jill, apontando para o monitor.

Iluminados pelas luzes vermelhas, todos viram que no canto da tela do computador, piscando em branco, havia a inscrição “Cheque-mate”.

– Cheque-mate? – estranhou Linda.

– Não temos tempo para isso! – irritou-se Chris. – Vamos embora!

E deixaram rapidamente a sala de controle.

– O tempo está se esgotando...

Adams estava atordoado na frente do computador. Sabia que as coisas não deviam estar boas para os invasores. Conseguiriam pegar Deller?

O grupo de intrusos entrou sem problemas no Setor Ômega. Porém, logo que pisaram no primeiro corredor, tiveram uma grande surpresa. O corpo de Sherry não estava mais ali. Havia apenas uma poça de sangue.

– O quê? – espantou-se Bryan. – Onde está Sherry?

– Eu temo que ela tenha... – oscilou Jill, também chocada.

– Ah, não! Ela pode ter virado um daqueles zumbis?

– Receio que sim, Bryan...

O dentista ficou alguns instantes olhando para a poça de sangue no chão, e subitamente seguiu à frente dos outros, andando rápido.

– Espere! – exclamou Linda, seguindo Jessen com os demais.

Logo que ganhou a ampla sala onde ficava a passagem secreta, Bryan parou e ficou olhando para frente. Os outros, sem saber a razão do dentista ter parado, se aproximaram e Chris perguntou:

– O que há?

– Olhe!

Bryan apontou para frente e os outros também viram. Nemesis e Ares-1 estavam lutando no meio da ampla sala, entre as mesas e computadores.

– Meu Deus! – gritou Jill.

– Fique quieta... – pediu Chris, acompanhando o balé das duas criaturas com seu rifle.

Ares-1 estava acertando uma seqüência de golpes em Nemesis: um soco no abdômen, outro no tórax e um chute no pescoço. O mutante da Umbrella recuou alguns passos e chicoteou o adversário com seus tentáculos, fazendo pingar líquido roxo. Desta vez o monstro da Biocom foi atingido, fazendo surgir três rastros de sangue em suas costas. Incrivelmente eles desapareceram logo depois.

Nemesis continuou seu ataque, observado pelos invasores. Agarrando Ares-1 com os tentáculos, jogou-o contra uma das mesas, que se partiu ao meio com o impacto.

Para o desespero de nossos heróis, Nemesis virou-se na direção deles nesse momento.

– S.T.A.R.S.!

– Oh, não!

A aberração caminhava lentamente na direção deles, chicoteando os tentáculos no chão. Quando Chris ia ordenar que corressem, algo inesperado ocorreu.

– Ares-1! – exclamou Nicholai, com estranha satisfação no rosto.

O mutante criado pela Biocom havia derrubado Nemesis após atingi-lo nas costas, fazendo com que este voltasse para a encarniçada luta, esquecendo-se dos “S.T.A.R.S.!”.

– Agora, vamos!

Com a ordem de Chris os fugitivos se dividiram em dois grupos de três e correram por lados diferentes da sala, na direção da agora aberta passagem secreta. Eles conseguiram alcançá-la e antes de entrarem olharam uma última vez para trás: Nemesis estava acertando vários golpes em Ares-1, empurrando-o na direção de uma parede. Por fim atingiu-o novamente com seus tentáculos, fazendo com que a criação da Biocom atravessasse uma das paredes, caindo dentro da sala onde Chris e Jill haviam enfrentado um Hunter. A luta prosseguiu lá dentro.

Rapidamente os seis seguiram passagem adentro, percorrendo um extenso corredor metálico, com apenas uma porta no final. Esta se abriu sozinha e o grupo entrou numa área totalmente escura, parecia ser uma caverna.

– Vocês estão com suas lanternas? – indagou Chris, parando a marcha.

– Sim! – exclamou Bryan.

Todos equiparam suas lanternas, inclusive Nicholai, iluminando o perigoso e desconhecido caminho. A corrida virou caminhada, uma caminhada cautelosa.

– Se não me engano, este complexo de cavernas leva até a doca! – disse Nicholai. – Não é muito longe!

– Espero que não encontremos nada anormal! – exclamou Chris, seguindo à frente.

As oscilantes luzes das lanternas iluminavam o caminho com incerteza. As paredes rochosas faziam o frio aumentar, e nossos heróis estavam trêmulos, com névoa saindo da boca.

– Quando isto tudo acabar, quero fazer o churrasco do ano! – riu Redfield. – Carne fina, cerveja e muito rock n’roll!

– Eu posso levar meus discos! – disse Bryan.

– Faça isso! Todos estão convidados!

– Ai! – gritou Jill.

– O que foi?

Todos se viraram para trás e iluminaram Jill, com o pescoço sangrando. Parecia haver algo pendurado nele, algo negro. A ex-integrante do S.T.A.R.S. estava nervosa, e com os dentes cerrados tentava livrar-se daquilo que a mordia.

– É um morcego! – gritou William, que com a lanterna descobriu o que estava grudado em Jill.

– Um Hades! – concluiu Nicholai. – É um maldito Hades!

Os Hades. Morcegos perigosíssimos criados pela Biocom através de mutação de DNA.

Súbito, um disparo, e o morcego no pescoço de Jill caiu fulminado. Linda fora a autora do tiro.

– Obrigada, Linda! – agradeceu Jill, passando a mão pelo pescoço cheio de sangue.

– Foi muito grave, amor? – preocupou-se Chris.

– Não, por sorte ele não mordeu nenhuma artéria vital... Mas foi horrível! Ela apertava meu pescoço como um leão!

– Ah, merda! – praguejou William, mirando a lanterna para cima.

Uma nuvem negra de morcegos se aproximava. Eram centenas deles, aos gritos.

– Corram! – gritou Chris.

E começaram a percorrer a escura caverna, tropeçando e dando trombadas, com os Hades atrás deles. Chris, William e Nicholai viravam para trás atirando nas criaturas, mas era inútil. Eram muitas.

– Ai, minha perna! – gritou Linda.

– Droga!

Um morcego havia mordido a perna esquerda de Malone. Seu namorado, iluminando a criatura com a lanterna, eliminou-a com um disparo.

– Vamos logo! – gritou Chris.

E a fuga prosseguiu, com Linda mancando e sangue escorrendo da perna. Jill estava certa. A mordida daquelas coisas era fortíssima.

– Nem a luz das nossas lanternas repele essas coisas! – exclamou Chris, ofegante.

– Os Hades possuem incrível resistência à luz – explicou Nicholai. – Eu participei das experiências que os criaram, neste laboratório.

– Que outras aberrações assassinas você ajudou a criar? – irritou-se William.

– Muitas, meu caro!

E, após cerca de dois minutos de perseguição, sem que os morcegos desistissem, Chris avistou algo com a lanterna, exclamando:

– Uma saída! Estou vendo uma saída!

– Vamos até ela! – gritou Bryan.

E os seis fugitivos ganharam uma ampla caverna, com várias plataformas de metal suspensas e ligadas por escadas, sendo que estavam sobre uma delas. À esquerda havia uma espécie de sala de controle, pois era possível ver vários computadores antigos através de vidros. Lá embaixo, água, um pátio de concreto e um grande submarino negro, com uma estrela vermelha e uma numeração da mesma cor no casco. Havia uma grande comporta metálica que separava a caverna do mar, logo na frente do submarino, à direita. Haviam alcançado a doca subterrânea.

– Estão todos bem? – perguntou Chris.

– Sim, apesar das mordidas! – respondeu Jill, limpando o sangue do pescoço.

– É grandioso! – espantou-se William, contemplando o lugar.

Imediatamente a entrada atrás deles se fechou, deixando os famintos morcegos para trás.

– Mas o quê? – estranhou Bryan.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Em seguida, várias luzes vermelhas se acenderam na doca, e a voz de Wesker começou a anunciar, em meio a uma irritante sirene:

– Atenção! A autodestruição do complexo foi ativada! Esse processo não pode ser abortado! Todos devem se dirigir imediatamente para a rota de fuga! Repito, a autodestruição foi ativada! Isto não é um exercício!

E começou a repetir sempre essa mensagem. Nicholai disse, após olhar alguns instantes para os lados:

– Temos que abrir a comporta para podermos fugir no submarino! Podemos fazer isso através daquela sala de controle!

– OK, então vamos!

E todos seguiram Nicholai pelas plataformas, correndo na direção da sala de controle, com a voz de Wesker e a incansável sirene massacrando seus ouvidos.

Continua...