ICEgirl

||EPISÓDIO 23「Caçadora」


NATHANIEL POV

Eu ainda estava confuso por Ailyn estar aqui. Por um lado, me sentia mal por ela... Foi trazida aqui a força provavelmente, se não, entendeu mal alguma coisa que o meu pai disse. Mesmo eu fazendo box, porque eu não conseguia revidar meu pai? Um trauma de infância talvez.

Mesmo ela não tendo que se envolver, ela quis.

Ailyn disse que eu só deveria distrair meu pai por breves segundos e me prometeu que não o machucaria.

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Machucar é? Ailyn não era pequena e “fofa” como a maioria das garotas daqui. Ela era alta como Rosalya e forte. A única ajuda que ela necessitava era de um guia de interpretação de falas, de resto, ela tinha uma incrível habilidade de não se importar com as coisas ruins ao seu redor.

Eu realmente – depois que à vi de biquíni - não imaginei que a veria nua. Quer dizer, eu não vi de fato mas... Eu podia imaginar. O que era besteira ficar pensando, mas certamente ela era bonita, até mesmo meu pai achava isso. E isso não era bom.

Ela estava na minha frente agora, descendo as escadas. Sua pele branca praticamente brilhava no escuro. E mesmo ela não sendo pequena, era delicada como uma boneca.

Passei por ela nas escadas e me deparei com uma cena horrível. Meu pai fazendo sexo com a minha irmã, Ambre. Ela sequer fazia sons, estava acostumada. Ela me viu, e se manifestou mas eu fiz sinal que não o fizesse. Fiquei a alguns metros de meu pai e o chamei.

- Saia daqui seu merdinha! – Ele veio para cima de mim, e quando suas mãos estavam centímetros da minha face, Ailyn surgiu e deu um golpe rápido e forte em seu pescoço – ou pareceu que foi –; meu pai caí no chão, mas não levanta.

- Ailyn... – Eu ia perguntar o que ela fez, mas achei desnecessário. Não me importava com meu pai.

Ela correu até Ambre, preocupada, e eu fui logo atrás. Ambre pareceu confusa quando à viu, mais do que eu até. Maneei com a cabeça e ela se aquietou. Reuniu suas roupas atiradas por ai e vestiu-se. Não que ela estivesse completamente nua, geralmente ele só arrancava as peças necessárias e pronto.

- Temos que tirar ele daqui, - Ela começou a puxa-lo pelos braços – Venha, me ajude com as pernas. Ambre, arrume as coisas aqui, ele tem que pensar que dormiu.

Ailyn estava séria como nunca tinha visto ela ficar. Ela não era boba, mas geralmente parecia estar distraída com seus pensamentos, tirando suas conclusões. Percebi que era assim que ela ficava quando estava caçando.

Ajudei ela com as pernas como ela disse. Levamos meu pai até o andar de cima, e o deixamos na cama. Ao voltarmos, Ambre tinha arrumado tudo. Ailyn disse que precisava ir embora. Estava tarde... mas que precisava das coisas dela. Achamos suas roupas de baixo da cama, com o celular e a mochila. Ela se vestiu no banheiro e foi em direção a saída.

- Não vou contar a ninguém – Ela disse, meio cautelosa – Mas... Ambre, por Ambre você deve enfrentar seu pai. Chame alguém, me chame se necessário.

Eu simplesmente não pude me conter. Ela estava ali, parecendo tão indefesa e desejável. Não queria magoa-la, mas eu me apaixonava por ela mais e mais. Segurei-a pelos cotovelos e a beijei com desejo.

Ela não recusou, como de costume. Talvez ela nunca recusasse um beijo, porque não pensava em me magoar ou em como ela se sentia. Ela fugia, mas jamais recusava. Mas não importava o quão perdidamente apaixonado eu estivesse pela moça de cabelos prateados, eu queria estar ali beijando ela. Mesmo que isso significasse ser odiado.

Ela se afastou, tremula, buscando ar.

- Nath... – Ela disse me olhando, apreensiva – Eu preciso ir pra casa, eu estou com sono...

Eu sabia que meu pai fazia as pessoas dormirem com aquela droga, e sabia que era bem forte. Porque ela conseguia se manter de pé? Ela devia dormir até amanhã, para dar tempo das fotos e meu pai se livrar dela, essa era a grande sacada.

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- Eu levo você.

Ailyn POV;

Eu estava cansada, eu tinha certeza que não era pra eu estar acordada, mas meu corpo era resistente pela vida no Alasca. Eu pensei várias vezes sobre o assunto e decidi perguntar para Nathaniel e de fato: Era a bala que havia me feito dormir.

Drogas para mim eram uma história de terror que a mamãe contava nas aulas de história. Nunca considerei que elas existissem de verdade, e muito menos que eu tivesse comigo uma naquela noite. Ah mamãe, eu virei uma drogada! O que eu faço! Vou ter que ir em centros químicos e dar palestras sobre a minha vida no mundo das drogas... Talvez não fosse o caso.

- Obrigado pela ajuda – Ele disse levando uma mão à nuca. – Eu sinto vergonha por ter dependido de você, sou fraco.

- É o seu pai – Eu disse, argumentando – Eu não faria isso no meu, eu acho.

- Seu pai levou a pessoa que você gosta para tirar fotos nuas e futuramente ter relações sexuais enquanto ela estivesse desacordada? – Ele quase perdeu o fôlego, mas eu entendi o que ele quis dizer.

- Olha... – O que eu poderia dizer pra ele? De fato, isso nunca e nem vai acontecer com o meu pai. Ele ama minha mãe. Porque... pais não deveriam supostamente cuidar dos filhos? Não se coloca uma vida no mundo sem ao menos querer cuida-la, certo? – Me desculpe, eu não entendo... Eu só não queria ver vocês desse jeito... Eu fiquei assustada também, quando Castiel me viu nua.

Ele pareceu ligeiramente irritado, mas riu alto e ergueu o rosto para admirar o céu. Ele abaixou a cabeça com um sorriso não muito típico dele no rosto.

- Tudo bem, na próxima eu vou fazer alguma coisa, tipo ligar pra polícia. – Ele riu – Mas só quando for por Ambre. Se acontecer algo com meu pai ou com a minha mãe, não poderíamos mais morar aqui.

- Entendo – Eu balancei a cabeça de forma afirmativa, eu também tinha problemas financeiros. Ele deveria querer entrar em uma faculdade para ajudar a irmã. Por isso ele estuda tanto.

- Ailyn? – Ele mudou o tom de voz.

- Ah? – Eu disse distraída, olhando para as árvores e o apartamento dos meus tios que já estavam a poucos metros de distância.

- Quer ir ao baile comigo?

Eu me virei para ele por um instante. Uma brisa noturna passou por nós, fazendo com que eu me arrepiasse. Rosalya tinha dito que ia com o namorado, e geralmente os casais eram namorados ou coisa assim. Pensei por um instante. Não importa o quão brilhante as estrelas estavam esta noite, os olhos dele brilhavam muito mais.

Houve um momento em que eu dei minha resposta, entretanto um carro passou nesse mesmo instante, e nem mesmo eu pude escutar minha resposta.