Pov. Aisaka Taiga.

–Eu não sou qualquer pessoa e você sabe disso! - Meu pai disse, apontando o dedo para mim. Não admito que me apontem o dedo.

–Ah, agora você quer dar uma de pai? Nem você nem minha mãe, se é que devo chamá-la assim, nunca foram presentes na minha vida, e agora quer vir dar lição de moral? - Respondi, já irritada.

Meus "pais" nunca se preocuparam em cuidar de mim, então quando eu completei 12 anos, eles simplesmente compararam uma nova casa, mandaram os empregados arrumarem minhas malas, e mandaram o chófer me levar, sem me dizer nada. Eu ainda era uma criança, mas já sabia entender as coisas, e entendi muito bem o por quê daquilo. Eu percebi que nem tudo era "falta de tempo" deles, e sim, a falta de vontade de cuidar de mim, e então não os considero mais meus pais.

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Pode ter parecido uma atitude mimada de minha parte, mas ninguém nunca vai sentir o que eu senti. Chorei o resto da noite.

Eu só vivo aqui porque eles me enviam dinheiro, mas não é como se eles se importassem.

–Filha, você tem que entender que nem eu e nem sua mãe tivemos condições para cuidar de você, na época a empresa estava com alguns problemas, nós não tínhamos tempo para cuidar de você, pensávamos em te trazer de volta assim que acabasse a crise, mas você pareceu se adaptar tão bem numa casa vazia, apenas com você. Você não gostava de ficar no seu quarto, lendo? Agora é a mesma coisa.

–É a mesma coisa? Você acha que é a mesma coisa? MAS NÃO É! Você achou que eu estava bem? Eu pareço bem? - eu disse, com os olhos já lacrimejando. Mas ele nem merecia algo tão insignificante como lágrimas.– Nem você, nem mamãe nunca vieram me visitar para ver se eu estava bem, era sempre a droga do empregado!

–Filha, tente entender, eu...-Ele tentava arranjar uma desculpa. Ele era tão falso quanto o cabelo loiro de minha mãe.

–Não, eu não quero e não vou entender nenhuma de suas desculpas idiotas. Aliás, o que diabos você veio fazer aqui? - Me queixei. Por que ele não ia embora logo?

Ele demorou alguns segundos para responder , enquanto olhava pro chão, provavelmente pensando se devia falar ou não.

–Eu...- Ele começou. - A empresa está crescendo cada vez mais, e...E estamos fazendo parceria com outra empresa, e o dono dela tem um filho. E, para que nós possamos negociar, de fato, precisamos de herdeiros.

–Aonde quer chegar? - Eu o interrompi, confusa.

–Você e o filho dele terão que se casar.

Fiquei algum tempo parada, em choque, assimilando todas as palavras. Tudo que ele queria era o bem da empresa, como eu não imaginei antes? Velho maldito.

–C-como é? - Questionei, quase gritando. Como assim casamento?

–Isso é para o bem da empresa, filha. O rapaz é gentil, bonito, é só um pouco mais velho, apenas 5 anos, mas assim que você fizer dezoito anos, isso não afetará em nada!

–Você veio até aqui, depois de anos, para falar de um casamento estúpido? - Eu gritei, dando em seguida uma risada baixa e irônica - eu já devia imaginar que você não iria dar a mínima pra mim.

–Filha, tente entender meu lado, é o meu trabalho, e eu preciso disso. Vamos conversar mais um pou...

–Não! Não vamos conversar. Vai embora daqui, agora! - O interrompi.

–Você precisa pensar mais, filha, pense bem nisso!

–Sai daqui de uma vez! AGORA!- Gritei e o empurrei para a saída, trancando a porta em seguida.

Bufei alto, me jogando no sofá, deitando.

Casamento. Só nos sonhos dele.

Virei de lado e fiquei alguns segundos encarando a televisão de alta polegada, e, quando percebi, as lágrimas já estavam caindo.

Viver a adolescência inteira (n/a: na fic, todos têm 16 anos) sem os pais, e quando eles finalmente aparecem, é para o bem da empresa, é horrível.

Limpei meu rosto, que estava banhado pelas inúmeras lágrimas, e tratei de parar de chorar.

Fechei meus olhos devagar, e então dormi no sofá.

[...]

Pov. Takasu Ryuuji.

Fiquei na casa do Kitamura até 20h00, já que Taiga não havia ligado.

Voltei para a casa, e abri a porta, entrei e a tranquei. Me virei e dei de cara com Taiga dormindo no sofá, totalmente encolhida. Sorri de leve. Ela ficava fofa dormindo.

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Tirei meu casaco e o pendurei no cabideiro que havia na sala. Peguei Taiga no colo e a levei até seu quarto. A coloquei deitada na cama, e a cobri, desligando a luz e fechando a porta em seguida.

Fui para a cozinha e guardei as coisas que estavam na mesa e lavei a louça.

Fui para meu quarto e deitei na cama, olhando para o teto.

Não sei se é muito cedo para dizer isso, mas, sinto que vai ser bom morar aqui.

Notas finais!