Sonhos Roubados
Capítulo 21
- Jess. Calma. – Bianca revirou os olhos e me puxou para frente do espelho.
Era estranho, pois a minha frente estava uma garota bonita e elegante em um longo vestido azul, que colava ao tórax e caía como uma cascata de seda a partir da cintura. A maquiagem dava aspecto mais saudável a pele, os olhos estavam bem destacados com maquiagem preta e a boca de um tom suave de rosa. Já no cabelo formava-se um coque bem preso e com alguns fios soltos à intenção de deixar o penteado mais dinâmico e uma única mecha caia solta nas costas que estava quase toda nua.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Uau. – Falei olhando para uma Bianca sorridente. – Muito obrigada!
- Não agradeça a mim. Agradeça ao Evan. Ele que pediu um vestido azul, não sei se você percebeu, mas eu fiz o possível para que a cor ficasse o mais próxima da cor dos olhos dele. Mas sobre o penteado... Eu mereço todo o crédito, pois sabia que você iria gostar de um toque meio bagunçado.
- Você fez um trabalho incrível. Eu nem estou parecendo a Jess.
- Não venha com essa, Jess. – Ela revirou os olhos. – Você é uma garota linda. Só não se olha no espelho muitas vezes.
- Obrigada.
- Disponha. Agora – ela pegou uma caixa na bolsa que ela tinha trago e me entregou. – pegue aqui o seu sapato.
Peguei o sapato de salto alto sem reclamar e o avaliei. Bianca me olhou com uma expressão frustrada no rosto.
- São apenas quatro centímetros. Eu desconfiei que você não gostasse de sapatos muito altos.
- Obrigada novamente.
Acho que posso suportar ser quatro centímetros mais alta, pensei.
- Agora chegou minha vez de ficar maravilhosa. Vou ir pra casa me arrumar. – Disse pegando a bolsa. – Evan deve vir te pegar daqui 20 minutos, mais ou menos. Acho que ele quer te fazer uma surpresa antes de ir para a festa ou algo assim. Tchau e até mais tarde. – Ela se dirigiu a porta e quando estava ao pé da escada gritou: - Não amasse o vestido.
Ri baixinho, calcei os sapatos e dei uma volta no quarto. Tudo ótimo, ele era bastante confortável apesar do salto ser fino. Sem nada para fazer resolvi ligar a TV e assistir qualquer coisa. Estava passando um programa realmente divertido e pouco tempo depois escutei o barulho da campainha.
- JESS. O EVAN. – Gritou Fred lá de baixo.
Levantei-me e dei uma última arrumada no vestido e fui para a sala.
- Uai, cadê ele? – Perguntei a Fred.
- Ele foi ao carro buscar alguma coisa. – Ele me deu uma olhada de cima a baixo e disse: - Eu não deveria deixar você assim.
- Por quê? – Perguntei assustada.
- Porque você está sexy.
- Me poupe. – Falei rindo.
- Olha só. – Disse me virando. – Cadê o pano aqui dessa parte das costas?
- Não é minha culpa. Bianca é culpada.
- Eu sei. – Ele sorriu e me abraçou. – Você está sensacional. Evan é um garoto de sorte.
- É, realmente eu sou um garoto de sorte.
Olhei para o lado e lá estava Evan sorrindo para mim com um buquê que emitia uma variação de cores e flores.
- Oi. – Falei.
- Aqui, para você. – Ele me entregou as flores e acrescentou: - Eu não sabia quais eram as suas prediletas então eu improvisei.
- Obrigada, Evan. São todas lindas. Vou coloca-las em um jarro agora mesmo.
- Deixe que eu faça isso. – Fred disse pegando as flores. – Pensei que vocês tinham um compromisso.
- É, acho que temos. – Falei.
- Então vão logo. E Evan tome conta de Jess. Não a deixe cair na frente dos seus familiares.
- Pode deixar. – Evan riu.
- Vamos, Evan. – Falei ignorando Fred e pegando na mão de Evan.
Conduzi Evan até a porta e a fechei atrás de mim. Evan parou na varando e me encarou.
- O que foi? – Virei para encarar ele e só então reparei o quanto ele estava bonito. Ele usava um terno bonito que ficava muito bem nele e usava uma gravata azul. – Sua gravata é da mesma cor do meu vestido.
- É, eu sei. Devo me sentir culpado? – Perguntou com um sorriso torto.
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Ele sorriu e me beijou suavemente.
- Obrigado, mas devo dizer que ninguém vai olhar para mim depois que colocar os olhos em você.
- Não acredito nisso.
- Pois deveria. Agora venha comigo. Quero te apresentar a minha mãe antes de irmos para a festa.
- Ela não vai?
- Não, meus pais não se dão muito bem hoje em dia. – Ele fechou a cara, mas logo abriu um sorriso. – Ela está louca para te conhecer.
...
- Mãe?
- Estou aqui na cozinha. – Evan pegou minha mão e me conduziu até lá.
A sala de estar de Evan era pequena, mas sofisticada apesar da maioria dos moveis serem antigos e de madeira. A cozinha era um contrastante pelos eletrodomésticos de inox, armários pretos e azulejos brancos.
A mãe de Evan estava na bancada cercada de papéis e concentrada olhando para o notebook.
- Mãe. – Evan chamou a atenção dela e ela saiu de trás do computador. Assim que viu o filho ela esbanjou um sorriso grande e bonito. Ela era alta, tinha longos cabelos castanhos claros e seus olhos eram de um tom pálido de azul. Ela passava um ar de sabedoria e era tão bonita e jovem.
- Ei, filho. – Ela olhou para mim e acrescentou: - E Jess?
- Isso. – Evan falou sorrindo para mim para me encorajar a dizer algo.
- Oi, espero que não estejamos atrapalhando a senhora. – Falei olhando a pilha de papel.
- Ah, isso. Não se incomode. – Ela veio ate mim e me deu um abraço. – Prazer em conhecê-la.
- O prazer é todo meu.
- Vocês estão tão elegantes que estou me sentindo um pouco envergonhada. – Disse sorrindo.
- Obrigado, mãe. Você sabe como que é meu pai.
- Sei sim e sei também que ele gostaria que você fosse o primeiro a chegar.
- Sim, só queria passar e dizer um “oi”.
- Já disse. Vai logo antes que ele ponha a culpa em mim. – Ela pegou minha mão e disse. – Não estou expulsando vocês. Quando você conhecer o pai de Evan você vai entender o que estou querendo dizer.
- Eu sei que não. – Sorri de volta.
- E, por favor, fique a vontade para vir aqui quando quiser, ok?
- Ok, obrigada.
...
- Jess, você parece nervosa. Meu pai vai amar você. Fique calma. – Disse Evan sentado ao meu lado.
- Estamos chegando? – Perguntei.
- Sim. Apenas relaxe. Não vou sair do seu lado em nenhum segundo.
- Por favor.
Evan sorriu e pegou minha mão. Ficamos em silêncio por alguns minutos e passei a olhar o caminho através da janela. Imediatamente me ocorreu que eu conhecia aquele caminho muito bem. Eu, Fred e Jim havíamos passado por ali muitas vezes. Mas era um caminho comum, penso eu.
- Olha ali na frente, Jess.
Olhei e meu coração bateu freneticamente chegando a doer com tamanha intensidade.
- Aquela é a casa do meu pai.
Uma vontade de gritar me invadiu. Evan estava apontado para a casa ao qual eu havia pulado o murro algum tempo atrás. A casa onde eu descobri três cofres que eram um só. Eu estava indo direto para a casa do Senhor Siqueira.
Senhor Siqueira.
Pai do Evan.
Meu sogro.
E de acordo com o Evan, ele vai me amar.
Nada podia dar mais errado.
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