Por Laura

Edgar atendeu a porta e entrei apressada, estava acabada, naquele momento, queria me jogar em seus braços para ter pelo menos uma sensação boa, mas me segurei, pois estava com o nosso filho:

– O que foi Laura? – ele me perguntou assustado

– Depois te conto ... Toninho estava com saudade de você – ele percebeu o clima e deu atenção ao nosso filho

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Edgar o pegou no colo. E começou a conversar sorridente. Meu filho que estava tão triste pareceu se animar. Edgar era maravilhoso com ele. E após um tempo, Toninho já parecia aquele menino alegre de sempre. Eles até começaram a brincar de cavalinho. Vê-los assim, fez tão bem ao meu coração, que por instantes até esqueci o inferno que vivia.

Após um tempo, Edgar chamou Matilde e disse para dar todas as guloseimas que Toninho gostava, ele foi com ela animado. Depois Edgar se sentou ao meu lado no sofá:
– Já se cansou assim? – perguntei sorrindo

– Antônio é fogo. Mas não foi por isso que pedi para Matilde levá-lo. Então o que houve?- ele me olhava preocupado

Eu contei tudo que acontecera naquele dia, ele me escutou atento e me consolando em alguns momentos:

– Edgar ver o meu filho brigar e ser expulso da escola por ... minha causa. Você não sabe como me sinto. O quanto é horrível- falei acabada

– Laura ... –ele me olhou fundo nos olhos e falou emocionado- presta atenção ... você não tem culpa de nada que aconteceu ... do ataque ... da sua demissão... do que aconteceu com o nosso filho ... de nada ... ninguém tinha o direito de fazer isso com você ou com ele ... Você não fez nada de errado.

– Ahhh... Edgar ... eu sei, mas é que pensar ... que meu filho brigou, foi expulso. Podem mexer comigo, eu não me importo, mas com ele... Toninho é só uma criança... A minha criança – era muito doloroso para mim, e eu quase comecei a chorar, mas me contive e continuei a falar – Será que nosso filho não poderá estudar tranquilo em nenhuma escola?

– Não sei o que faria com esse diretor se eu estivesse lá, ele se diz um homem santo? – ele parecia irritado, mas depois me olhou esperançoso - Laura, nós conseguiremos achar uma escola, você vai ver. Nem que seja preciso fundar uma. – ele sorriu e apertou a minha mão confiante

Era como se tivéssemos voltado ao passado, antes do nosso divórcio, quando a gente se apoiava ... dava esperanças para o outro. Nos olhamos felizes, como se não houvesse nenhum problema.

Mas ele desviou o olhar, e eu também. Visualizei sua mão que ainda apertava a minha e notei um hematoma:

– Então essa foi a consequência de bater naquele canalha? – falei e ele soltou a minha mão confuso, não me entedia– Esse machucado na sua mão... Seu Assis me contou que você bateu em Cândido, Edgar.

Ele se levantou e me olhou surpreso, depois cruzou os braços, inclinou a cabeça e pude perceber um sorriso com um misto de vergonha e orgulho:

– Não era para você ficar sabendo.

– Mas eu soube – sorri para ele – Obrigada, Edgar.

– Laura ... não me agradeça. Eu não fiz nada. O mundo seria um lugar melhor se aquele rato não estivesse mais aqui. Nenhum homem pode obrigar ... e bater em uma mulher. Ainda mais uma mulher maravilhosa como você- ele falou firme

– Você fez sim, Edgar... e por mim. Obrigada – eu sorri e ele também, um sorriso iluminado e ficamos calados nos olhando , percebia a sua felicidade e o desejo em seu olhar

Escutamos passos, nos viramos e vimos Toninho correndo até a gente. Ele deu um pulo e me abraçou. Estava todo sujo de comida, e isso me animou, ele parecia uma criança tão feliz:

– Estava gostoso, filho? – perguntei

– Muuiiiito.

– Imaginei – ri para ele

– Edgar, vamos brincar agora?

– Vamo, mas do quê, Antônio ?– Edgar ria

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– De espada – ele correu até o canto da sala, pegou dois pedaços de madeira, entregou um a Edgar e ficou com o outro.

– Em guarda – falou Edgar se posicionando

Toninho também ficou em posição, mas antes que eles começassem o duelo, falei:

– Mas eu também quero brincar- me passava por manhosa

– Vamos deixar a mamãe brincar, Antônio? – Edgar perguntou se fazendo de difícil

– Vamos! – ele disse satisfeito

– E o que ela vai ser? – continuou Edgar

– A princesa que vamos disputar! – Toninho falou criativo, eu e o Edgar rimos, mas resolvi contestar.

– Ahhh, mas eu não quero ... é sem graça, vou ter que ficar parada, filho. Só por que sou menina tenho que ser a princesa? – manhosa olhei para ele, ele parecia confuso - Não posso ser sua ajudante?- ele ficou pensativo

– Pode! –falou mandão

Assim o ajudei a segurar o pedaço de madeira que na sua imaginação de criança era uma espada e começamos a duelar. Éramos heróis, enfrentando um bandido. Eu e Edgar acabamos revezando na função de ajudante de Toninho, até que por fim, estávamos todos cansados, mas muito felizes.

Em pouco tempo estaria na hora do nosso filho dormir e eu tive uma ideia:

–Toninho, você quer dormir na casa do Edgar hoje? – Edgar sorria para mim e nosso filho também, seria a primeira vez que ele dormiria lá.