My Dream

Aceito só um café


Passei o dia inteiro com o som no ultimo e comendo salgadinho de tudo quanto era marca.

Ao anoitecer ouvi, mesmo com o som alto, o barulho do carro de meus pais parando a frente de casa.

Desliguei o som e resolvi tomar banho, pois não queria ficar ouvindo minha mãe falar de como é bom estar nesse inferno gelado.

A água quente amoleceu meus músculos relaxando meu corpo. Aquilo era tão bom, mas não tão bom como sentir o sol e o calor batendo em seu rosto como era nas manhas na California.

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Assim que sai do banheiro enrolada na toalha um baque gelado fora contra meu corpo fazendo todo meu corpo se arrepiar. Nesse momento meu pai estava subindo as escadas e me viu.

– Tome cuidado filha. - disse ele brincalhão. - Se não Jack Frost congela seu nariz. - e assim que passou por mim bateu seu indicador no meu nariz.

Senti-me tão infantil, tão... Retardada.

Revirei os olhos e fui para meu quarto sentindo o vento gelado entrar pela janela do mesmo e invadir a casa a deixando um frigorífico.

– Jack Frost... Tenha santa paciência. - resmunguei revirando os olhos e fechando a porta e janela impedindo o vento me congelar ainda mais.

Fui em direção ao armário, que por sinal estava vazio, com a intenção de colocar meu pijama, mas ao vê-lo vazio e minhas roupas todas ainda naquelas malditas caixas um choque percorreu minha espinha e eu simplesmente desabei a chorar.

Não me pergunte o porquê, mas eu chorava e parecia que nunca iria parar, mas então caminhei até a janela, vi que não estava nevando e um pensamento se passou em minha mente.

Corri até as caixas, procurei as melhores roupas para a ocasião e me troquei com toda a calma que consegui. Uma calça jeans, uma blusa preta meia manga, meu coturnos, luvas e um sobretudo quente, felpudo e preto.

Olhei-me no espelho e vi meus cabelos castanhos caídos sobre meus ombros sendo dividido corretamente fazendo com que minha franja ficasse igualmente dividida. Como toque final, coloquei minha toca preta e passei uma maquiagem leve ignorando as roupas que estava usando.

Desci até a sala de estar e reparei que minha mãe estava jogada no sofá assistindo algum tipo de programa ridículo e meu pai lia o jornal como toda noite.

– Onde está indo mocinha? - disse meu pai. Minha mãe como sempre me ignorando.

– Vou só conhecer a vizinhança. - dei de ombros, sorri para ele de um modo que ele acreditasse em mim.

– Cuidado. - disse tirando os olhos do jornal e os depositando em mim.

Assenti e finalmente sai daquela casa deixando meus pais para trás. Olhei ao redor e suspirei. Vi a fumaça branca sair de dentro da minha boca e aquilo só me fez sentir mais ódio daquele lugar.

– O que está fazendo aqui fora? - ouvi uma voz conhecida.

Olhei para o lado e avistei Lewis parecendo um esquimó. Minha vontade era de rir da quantidade de blusas que ele estava usando, mas não fiz.

– O que iria mudar na sua vida? - disse colocando as mãos dentro dos bolsos do casaco.

– Mudaria o fato de que podíamos estar bebendo um café quentinho em uma Starbucks enquanto comemos cupcakes e você me conta o motivo de tanto mal humor. - disse ele sorridente como sempre.

Não pude não rir, ele estava me convidando para sair?

– Só um café. - disse me aproximando dele que começou a rir e eu não aguentei e comecei também.