My Dream
Desastre de vida
Um grande nó de saliva estava entalado na minha garganta dificultando minha respiração. Assim que o motorista parou na frente de casa ele se virou para me encarar e arregalou os olhos.
- Senhorita, você está muito pálida. - disse o homem.
- Não se preocupe, estou bem. - menti entregando o dinheiro da corrida para o velho e saindo do táxi respirando fundo e tentando engolir o nó de saliva inutilmente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Entrei em casa e meu pai estava sentado no sofá olhando álbuns de foto que meus pais haviam trazido quando nos mudamos.
Mordisquei o lábio e fechei a porta atrás de mim, ao ouvir o barulho da porta meu pai virou o rosto em minha direção e sorriu ao me ver.
- Está linda filha. - disse ele, mas ao subir os olhos para o meu rosto seu sorriso desapareceu e uma feição preocupada ocupou seu rosto. - O que foi?
- Você já ficou em duvida entre duas pessoas pai? - perguntei mexendo no cabelo e me sentando ao lado de meu pai que fechou o álbum em seu colo.
- Como assim, Catita? - franziu o cenho ainda preocupado.
- Eu... Argh - urrei de raiva fechando os olhos com força e tampando o rosto com ambas as mãos deixando meus cabelos curtos caírem a frente de meu rosto. Engoli mas uma vez as lagrimas e voltei a encarar meu pai que agora estava confuso e preocupado ao mesmo tempo.
- Pode falar comigo Catharine. - sorrio de um modo paternal e alisou minha bochecha com as pontas dos dedos.
Aqueles olhos tão parecidos com os meus me traziam confiança, mesmo nunca tendo uma conversa franca e verdadeira com o meu pai sentia que daquela vez poderia te-la pela primeira vez.
- Eu... - comecei e parei para pensar um pouco mais, respirei fundo e mordi o lábio olhando para o meu pai.
O telefone tocou e ele pediu para que eu esperasse alguns minutos para continuar, se levantou e foi até a cozinha falar com a pessoa do outro lado da linha.
Escondi, novamente, meu rosto nas mãos, comprimi com força os lábios formando uma linha fina. Eu não sabia o que fazer, precisava desabafar com alguém se não iria acabar enlouquecendo.
- Filha... - ouvi meu pai me chamar. Me levantei do sofá e girei os calcanhares para encarar meu pai que estava parado na frente da entrada da cozinha. - Quando terminar esse concurso, X Factor, teremos de voltar para Califórnia.
Inicialmente senti uma grande felicidade crescer dentro de mim, um sorriso fraco se formou no meu rosto, mas rapidamente a imagem de cinco garotos apareceram na minha mente me fazendo entrar em desespero. Não poderia deixar eles desse jeito.
- Por... Por que? - gaguejei mordendo fortemente meu lábio e em seguida sentindo o gosto de ferro.
Legal, agora alem de tudo estou com a boca sangrando.
- A família da sua mãe quer fazer uma homenagem a ela e precisa de nós lá, e alem do que não temos mais nada do que fazer em Londres, alem de sua apresentação o mais nos prende aqui filha?
"Os melhor amigos que eu já tive em toda a minha vida!" tive vontade de gritar com todas as forças de meu pulmão, mas no lugar disso olhei para os meus pés e comecei a chorar.
- Vou para o apartamento, qualquer coisa me liga. - disse em um quase sussurro. Meu pai ficou me olhando ainda mais preocupado com o cenho franzido.
- Não quer conversar, filha?
- Não mais. - sussurrei mais para mim mesma do que para ele. Já estava com a mão na maçaneta quando ouvi um "Eu te amo" de meu pai.
- Também te amo. - disse enxugando meus olhos e tentando dar o meu melhor sorriso.
Finalmente abri a porta e sai de casa indo em direção a um ponto de ônibus para ir para o apartamento.
O caminho todo até o apartamento fiquei ouvindo musica, no fundo do ônibus e chorando.
Minha vida realmente é um desastre. Primeiro sou obrigada a mudar de país, quando começo a gostar dessa geleira eu começo a gostar de dois caras ao mesmo tempo, minha mãe morre, aparece uma vadia querendo roubar um dos caras de mim e agora para finalizar a desgraça terei de voltar para Califórnia.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Assim que desci do ônibus guardei meu celular no bolso, entrei no prédio e subi para o apartamento sem cumprimentar ninguém que aparecesse na minha frente.
Abri a porta e me deparei com a pessoa que menos queria ver respirando no planeta. Eleonora estava com a mão na direção da maçaneta e ao me ver abriu um sorriso tão grande que se cortasse o rosto dela não ficaria surpresa.
- Tchau Cath. - pude ver o veneno pingar pelos cantos da boca dela. Eleonora passou por mim e entrou no elevador com um sorriso vitorioso no rosto.
Entrei no apartamento e bati, com toda a força que tive no momento, a porta. Todos no cômodo me olharam assustados e eu fuzilei cada um deles por longos segundos, e por fim encarei Lewis sentindo meu coração estar se desfazendo lentamente.
Fui direto para o meu quarto, tirei a roupa que usava, tomei banho e coloquei uma roupa simples e confortável que me aqueceu como um abraço de mãe - que nunca tive.
Fiquei deitada assistindo filme durante muito tempo, acho que assisti dois ou três filmes. Só sai do quarto para ir no banheiro e quando me deu fome.
Desliguei a televisão e me levantei. Ouvi alguém bater na porta e perguntei quem era.
- Harold. - disse a voz atrás da porta, mas aquela não era a voz dele. Uni os silhos e cruzei os braços me aproximando um pouco mais da porta.
- Entra. - disse desconfiada.
Assim que abriu a porta a imagem de Lewis apareceu. Tentei fechar a porta antes deles conseguir entrar, mas foi inútil minha atitude. Ele era mais forte do que eu e já estava dentro do quarto.
- Precisamos conversar! - disse sério cruzando os braços e me fitando severamente com aqueles perfeitos olhos claros.
Suspirei e me sentei - lê-se joguei - na cama cansada. Queria ficar um pouco sozinha, com os meus próprios pensamentos.
- Fala. - sussurrei, mas como o quarto estava quieto Lewis conseguiu ouvir.
- O que você tem? - ele disse se aproximando de mim.
Recuei e encostei minhas costas na parede. Abracei meus próprios joelhos e fiquei encarando os olhos de Lewis sem conseguir abrir ao menos a boca para responder.
- Hein Catita? - senti dor ao ouvir ele pronunciar o apelido que consegui gostar depois de vir para cá.
Por impulso, sem saber direito o que estava fazendo, me aproximei bruscamente de Lewis, fiquei de joelhos na cama para ficar da sua altura, fechei os olhos e encostei nossos lábios sentindo o gosto doce que os mesmos tinham.
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