My Dream

Primeiro beijo na testa


[...] Cantei o ultimo verso e senti o ar voltando para meus pulmões, abri os olhos e os jurados apenas me encaravam, aquilo era torturante...

Por que eles não falam nada?

Os jurados se entreolharam e o mais carrancudo deles começou a rabiscar algo na folha a sua frente que aparentava ser de extrema importância.

O da outra extremidade me olhava com um sorriso fraco nos labios e fora ele que começou a falar. Todos no final da conta falaram que eu não tinha pratica, mas que minha voz era bonita, que eu precisava de treino, etc, etc, etc...

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Quando mais eles falavam mais eu me sentia menor em relação a eles e a todos no mundo. Me sentia uma nada.

Finalmente o mais carrancudo se pronunciou:

– Bem vinda ao programa. - fora essas suas palavras que ele pronunciou e que ecoou por todo o teatro.

Demorei um pouco para assimilar, mas quando cai em mim já estava em prantos agradecendo todos.

Sai do teatro com a mão tremula a frente da boca e com os olhos inchados e ainda inundados de lagrimas. Avistei Lewis entre a multidadão com sua familia e fora diretamente para ele que meus pés se direcionaram.

Abracei o dos olhos claros com força escondendo o rosto e chorando cada vez mais de alegria. Mas acho que eles pensaram que eu chorava por não ter passado, pois Jay tocou meu ombro e me olhou de um modo maternal que nunca minha mãe havia me olhado antes.

– O que aconteceu lá dentro? - disse ela alisando meu rosto borrado de maquiagem.

– Eu passei. - disse sorrindo e sentindo mais lagrimas escorrerem pelo meu rosto. As irmãs de Lewis começaram a pular e festejar e Jay me abraçou com força deixando um Lewis confuso.

***

Quando chegamos a casa dos Tompson, Jay queria comemorar e o seu jeito fora fazer o melhor jantar do século. Tinha muita comida, mas era muita comida gostosa.

Enquanto nós jantavamos tive a ideia de ir falar para meus pais que tinha conseguido e esfregar na cara de minha mãe que eu tinha capacidade de fazer o que eu queria.

Depois de jantar e tomar banho chamei Lewis para conversar.

– Eu vou lá em casa fazer as malas. - disse me sentando na cama do seu quarto que por sinal estava muito bagunçado.

– Vou com você. - sorriu para mim colocando o celular no bolso e se preparando para ir comigo.

– Não precisa Lew, só vou pegar minha mala e voltar. - dei de ombro mentindo. Iria fazer isso, mas antes de voltar iria falar com meus pais.

– Mesmo? - disse unindo os silhos.

– Sim papai. - ri e me levantei saindo do seu quarto e indo em direção ao andar de baixo.

– Não me chame assim. - gritou Lew do seu quarto o que me fez rir mais.

A neve não caia mais, mas a que tinha no chão já dificultava bastante minha locomoção.

Ao entrar em casa, encontrei meu pai vento jornal sentado no sofá e minha mãe estava no escritorio provavelmente escrevendo.

– Chama ela, quero falar com vocês. - disse depois de meu pai falar onde minha mãe estava.

Meu pai arqueou as sobrancelhas e me olhou confuso, mas fez o que havia lhe pedido - ou mandado? - enquanto eu ia para meu quarto arrumar mais uma vez as malas.

Assim que desci entrei os dois na sala de estar e meu pai ao notar minhas malas uniu as sobrancelhas.

– Eu consegui passar no X-Factor e não há nada que vocês digam ou fazem que ira me impedir de participar. - disse olhando diretamente para minha mãe. - O sonho de vocês não era escrever a merda de um livro nessa geleira? Estamos aqui certo? Agora é minha vez de ir atras dos meus sonhos. - disse quase gritando colocando tudo que estava preso na minha garganta para fora e engolindo o choro, para não mostrar fraqueza para eles.

Meu pai fez algo que eu nunca imaginaria dele, ele se levantou de onde estava, caminhou até mim e me abraçou, pressionando minha cabeça contra seu peito.

– Parabéns Catita. - disse em um sussurro. - Mesmo eu achando que cantar não trás futuro a ninguém se é isso que quer tentar, não vou me impor contra você. - disse e beijou minha testa, coisa que nunca fizera em toda minha vida.

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Fiquei estática olhando para ele e senti mais lagrimas se formarem em meus olhos, mas rapidamente os fechei impedindo delas saírem de dentro de meus olhos.

– Vou para a casa de Lewis, outro dia nos falamos. - disse saindo rapidamente de lá e vendo pela minha visão periférica minha mãe se levantar e subir novamente para o escritório.

Ao entrar na casa dos Tompson as gêmeas estavam assistindo desenho na sala, Jay arrumava a cozinha, Fizzy lia uma revista sentada na sala e Lewis e Lottie não estava no comodo de baixo.

– Já chegou Cath? Foi rápido. - disse Jay colocando o pano sobre o ombro e se encostando no batente da porta da cozinha.

– É... Foi rapido né. - disse olhando para os lados, menos para ela. Apanhei minha mala e subi correndo para o andar de cima para me trancar no quarto de hóspedes.