My Dream

Eu só queria entender


– Lewis eu te odeio. - murmurei enquanto saia do banheiro com um vestido que Lottie havia me emprestado. Sinceramente estava me sentindo uma vadia qualquer naquele vestido. - Por que mesmo eu aceitei ir nesse jantar?

– Porque você é a melhor amiga do mundo. - disse Lew, aparecendo do meu lado no espelho enquanto eu terminava a trança. Eu não achara a minha meia calça grossa, mas eu não tinha frio nas pernas mesmo. Meu sobretudo cobria até a minha coxa, um pouco maior que meu vestido, que ia até a metade das coxas.

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– Eu juro que a próxima vez que você me meter numa enrascada eu vou fazer você se arrepender. - eu disse e ele riu.

– Não vai me deixar ver o vestido? - perguntou ele e eu cruzei os braços.

– Não. - eu disse e ele abriu um sorriso desafiador.

– Logo você vai tirar esse sobretudo. - ele disse e eu ri. Lewis era assustador quando queria alguma coisa.

– Vamos logo, Lew, se demorarmos mais sua mãe nos mata. - eu disse, pegando minha bolsa. Lew analisou-me um pouco e depois saiu, logo atrás de mim. Tenho a impressão que não foi por "cavalheirismo" que ele me deixou ir na frente. Saimos de casa e nem me dei ao trabalho de deixar algum aviso aos meus pais, afinal eles não se preocupam mesmo.

– Não vai avisar seus pais? - perguntou Lew, lendo meus pensamentos.

– Não. - eu disse, grossa e ele entendeu o recado. Chegamos a casa dele, depois de muito tempo, e ele abriu aporta para mim. - Com licença.

– A casa é sua. - disse a senhora Tompson.

– Obrigada, senhora Tompson. - eu disse e ela abriu um sorriso.

– Pode me chamar de Jay mesmo, Cath. - disse ela e eu sorri.

– Obrigada, Jay. - eu disse.

– Então Lewis disse que iria te levar pro jantar né? Está bem bonita. - ela disse.

– Ah, obrigada senho... Jay. - eu disse. - Lew me convenceu a ir.

– Vai ser bom ter você para nos acompanhar. - disse Jay. - Lew vai adorar sua...

Um estrondo de algo caindo no chão e gargalhadas fez-nos parar de falar.

– O que foi isso? - perguntei e Jay suspirou.

– Phoebe e Daisy. - disse ela. - As irmãs mais novas de Lewis.

– MÃEEEEEEEEE! - berrou Lew, descendo com um jeans surrado e uma camiseta de listras azuis. Pendurado em seu pescoço, tinha duas meninas loirinhas de vestidos identicos, apenas de cores diferentes.

– Daisy e Phoebe, vocês duas já estão arrumadas, parem de desarrumar o seu irmão! - disse Jay, de forma severa.

– Desculpe mamãe. - disseram elas, descendo do pescoço de Lewis. Elas correram até mim e ficaram me analisando.

– Você é a Cath que o Lewis tanto fala? - perguntou uma delas.

– Sou eu sim. - disse, corando de leve.

– Você é bonita. - disse a outra. - Eu sou Daisy.

– E eu sou Phoebe. - disse a que estava de vestido azul.

– Onde está Felicite? - perguntou Jay.

– É Fizzy, mãe, eu já disse. - falou a loirinha entrando na sala. Ela estava com um vestido lindo, o engraçado era que ela usava all star.

– Onde está Lottie? - perguntei e Lewis apareceu do meu lado, pois pousou a mão na minha cintura.

– Está arrumando o cabelo. Ela acha que vai casar. - disse ele e rimos.

– Não vou me casar, apenas tenho que me arrumar direito. - disse Lottie, aparecendo no meu campo de visão. Ela estava deslumbrante.

– Uau. - dissemos todos, só Jay parecia acostumada.

– Está linda. - disse ela. - Mas nós temos que ir, sua avó já deve estar desesperada.

– É vamos apresentar a Cath para a família Tompson. - disse Lewis, puxando-me pela cintura para fora da casa, em direção ao carro. Iriamos em dois carros. Eu e Lewis em um. Lottie, Fizzy, Daisy, Phoebe e Jay em outro.

– Comportem-se. - disse Jay, indo pro carro dela. Lew abriu a porta para mim e eu agradeci, entrando no mesmo. Ele deu a volta e sentou-se no banco do motorista.

– Bom, lá vamos nós. Está pronta? - perguntou ele, olhando-me. Os olhos dele são irresistiveis, já comentei isso?

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– Nem um pouco. - eu disse e ele deu a partida, tirando o carro da garagem, enquanto ria.

– A graça está na surpresa não é mesmo? - perguntou ele com um sorriso gigante no rosto.

– Nem sempre. - eu disse e ele riu.

– Minha familia é legal, Cath, eu juro que eles não vão te morder. - ele disse. Mordi o lábio e encarei a paisagem. Ficamos um bom tempo num silêncio mortal. Os avós de Lewis moravam numa cidadezinha no interior da Inglaterra, que ficava a umas 3 horas de Londres, mas não era isso que estava me incomodando.

– Catita? - perguntou Lewis e virei-me para ele ignorando o apelido. - O que houve?

– Nada, Lew. - eu disse, baixinho, evitando o olhar dele.

– Parece desconfortável. - disse ele.

– Não é nada, Lew. - insisti, mas ele sabia que havia algo errado e eu sabia que ele não iria desistir.

– Tem certeza? - perguntou ele.

– Tenho. - eu disse, convicta. Ele apenas apertou um pouco o volante e fixou o olhar melhor na estrada. Ele estava perdido demaisem pensamentos para perceber o que eu fazia agora, ou seja, estava analisando-o. As feições de Lewis eram perfeitas. Era como se eu estivesse olhando para um anjo. O cabelo dele, com a franja jogada para o lado, davam um ar de menininho para ele. O olhos dele, que hoje estavam mais claros que de costume, pareciam um milagre de Deus, eram de um tom verde azulado, não era totalmente verde, nem totalmente azul. O nariz dele tinha um angulo perfeito. Não era tão grande, nem tão pequeno. A boca dele era bem fina na parte de cima e mais carnuda na parte de baixo. O sorriso dele era perfeito, mas desaparecia com a expressão séria que ele assumira agora.

– Está bravo? - perguntei e ele assustou-se.

– Não, só... pensativo. - disse ele.

– Está querendo saber por que eu estou assim não é? - perguntei e ele apenas continuou olhando a estrada. - Eu só queria entender por que você falaria de mim para sua familia.

Dizendo isso Lewis virou-se por alguns segundos para lançar-me um olhar incrédulo, depois voltou a olhar a estrada.

– Cath, você é totalmente esquisita sabia? - perguntou ele e eu apenas assenti, mas se ele acha que eu não percebi que ele não respondeu minha pergunta, ele está bem enganado. Hora ou outra, ele vai ter que me contar.