Lembranças Do Inverno
Primeiro Encontro
Chego em casa distraída, com borboletas no estomago, tão feliz ao ponto de rir sozinha. Minha mãe nota minha presença e fala:
— Filha! Como foi lá?
— Ah… O garoto lá assumiu que foi ele que colocou cigarro em minha bolsa. — falo sem querer muita conversa.
— Quem é esse garoto?
— Depois eu te falo. To cansada… Ah mãe, amanhã vou ter que sair com a Jessica. — não podia contar de Daniel para minha mãe, ela nunca confiou em mim.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Aonde vocês vão? — finjo não ouvir e subo as escadas rapidamente, e me tranco no quarto, pego o celular e ligo para Laura.
— Laura! Ele me chamou pra sair! — a gente conversa até de madrugada, até quando o celular vibra, o coração dispara, era mensagem de Daniel que dizia:
“A gente podia se encontrar em uma sorveteria aqui pertinho de minha casa, vou te passar o endereço ok?”
“Tudo bem, então a gente se encontra amanhã à noite (:”
Estava tão feliz ao ponto de não conseguir nem fechar os olhos. Mais um dia nasce, e parecia que eu tinha renascido junto, fazia tempo que eu não me considerava realmente uma pessoa feliz.
— Bom dia, bom dia, bom dia! Dormiram bem? — falo com um sorriso estampado no rosto.
— Huuuuum… Ta feliz em Gabi? Desencalhou? — Gustavo fala me zoando.
— Engraçadinho. — faço cócegas nele como nos velhos tempos.
— Estão parecendo duas crianças! — minha mãe diz trazendo a comida para mesa.
— Não fique com ciúmes Dona Heloísa. — eu a abraço fortemente.
A noite chega e fico ainda mais ansiosa, provo mais de 10 roupas e parecia que eu não ficava bem em nenhuma. Gustavo entra sem eu notá-lo.
— Se você usasse essa blusa com aquela saia e um salto você iria arrasar. — ele aponta as roupas.
— Entende de moda agora é?
— Não, só to tentando te ajudar.
— Vou provar a roupa que você falou. Agora saí daqui. — jogo uma almofada nele. Parecia que Gustavo tinha bom gosto, tava me sentindo linda, nunca tinha sentido isso. Sempre tive auto-estima baixa, mas naquela vez era diferente. O combinado era chegar as 07h00min, Daniel atrasa, mas se desculpa pela demora.
— Nossa desculpa, eu me atrasei. — ele me abraça, e aquele abraço foi o melhor do mundo.
— Sem problemas. — a gente senta-se à mesa e olha o cardápio.
— Você quer sorvete de que?
— Acho que quero de morango e você? — falo um pouco nervosa, afinal, eu tava com o garoto mais bonito do colégio no meu lado.
— Vou querer de chocolate. — ele chama o garçom. — Então, eu nem sei seu nome. — risos.
— Meu nome é Gabriely, mas pode me chamar de Gabi.
— Posso te chamar de Gabizinha?
— Claro que pode. — sorrio.
— Então, o que você gosta de fazer? — ele pergunta curioso.
— Eu gosto escrever e você?
— Eu gosto de desenhar. — fico surpresa. — Você faz o livro e eu faço as ilustrações. — a gente rir. Uma escritora e um desenhista será que daria certo?
A gente passa horas conversando, Daniel era tudo que uma garota desejava, ele era ao contrário do que eu imaginava, mas eu tinha que tirar a idéia maluca que ele tava gostando de mim, não tinha condição dele gostar de uma garota como eu, uma garota tímida, misteriosa…
Ele paga a conta, levanta e segura em minha mão e me leva até uma praça ali perto. A praça era meio que abandonada, mas ali se tornou um lugar só nosso, um lugar onde eu podia lembrá-lo, afinal, eu já me considerava “apaixonada”.
— Você gosta de dançar? — ele pergunta.
— Eu não sei dançar Daniel. — risos.
— Vou te ensinar, vem.
— Não Daniel, eu não sei dançar. — ele me puxa para a dança, a gente começa a dançar incorretamente.
— Verdade, você não sabe dançar Gabi. — rimos. No meio da dança a gente se olha atentamente, ele fecha os olhos, meu coração dispara, minha mão fica gelada. Iria acontecer o beijo, mas o celular dele toca, ele atende assustado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Alô? — ele fica espantado como se fosse uma notícia ruim. — Como é? Eu não acredito nisso! To indo pra ai agora, me espera. — desliga o telefone e ajeita o cabelo.
— Aconteceu alguma coisa? — falo querendo saber o que havia acontecido pra ele ficar daquela maneira.
— Gabi, vou te levar em casa, desculpa, mas eu preciso ir agora. — diz apressado.
— Ok, vamos.
Próximo a minha casa eu paro e falo:
— Dani, pode me deixar aqui, eu vou sozinha. — tinha dito a minha mãe que tinha saído com Jessica, então ela jamais poderia me ver com ele.
— Tem certeza? — eu balanço a cabeça querendo dizer “sim”, e ele me presenteia com um beijo na testa como quisesse dizer “se cuida”.
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