— Takashi, acorda. — Rei o chamava em voz baixa, balançando o ombro do garoto com uma das mãos.

Ele resmungou alguma coisa e virou-se para o lado oposto num dos sofás de uma loja de móveis do shopping. Então, ao lembrar-se da situação atual – zumbis, pessoas morrendo, caos – levantou-se rapidamente, quase caindo sobre a garota.

— Que horas são?

— Eu não sei. Deve ser quase de manhã. — ela respondeu, balançando os ombros.

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— Você deveria dormir um pouco, Rei.

— Não consigo. — a garota abaixou o rosto. — Preciso falar contigo.

— Agora?

— Sim.

Sem esperar pela resposta dele, ela o puxou pelo pulso, afastando-se da loja onde o resto do grupo dormia. Prosseguiu, passando por vários corredores de lojas, e parou onde antes deveria ser a praça de alimentação. Cadeiras tombadas e papéis largados sobre as mesas eram apenas sombras. Ao fundo, uma janela mostrava os tons de laranja que começavam a tomar conta do céu. Amanhecia.

— Você sabe voltar, não? — Perguntou Takashi, inseguro. Ainda não havia explorado por ali.

Ela parou de frente para o garoto, soltando-lhe.

— O que a sempai¹ é para você? — Perguntou. Havia algo diferente em seus olhos; algo que beirava a desconfiança.

Takashi cruzou os braços.

Existiam perguntas com respostas simples e fáceis, outras eram mais complexas. Essa, no entanto, era uma daquelas que exigia a coisa certa a se dizer. E nem sempre o que parecia ser certo para um homem era certo para uma mulher.

— Qual o motivo da pergunta? — Questionou, tentando ganhar tempo.

— Não me responda com outra pergunta. — Ela colocou os braços sobre a cintura, batendo o pé. — O que ela significa pra você?

— Ela é uma amiga.

Aquela era claramente a resposta errada.

— Uma amiga? Você normalmente deixa que suas amigas durmam e babem no seu colo?

— Rei.

— Você sempre empresta sua camiseta pras suas amigas?

— Rei.

Takashi suspirou, cansado, ao notar que não adiantaria chamá-la. A garota prosseguia com seu discurso interminável ignorando qualquer outro som. Ele passou as mãos em torno da cintura da garota, puxando-a para perto, e então encostou seus lábios aos dela. Rei precisou de algum tempo para entender o que estava acontecendo, mas logo correspondeu ao garoto, com os braços envolvendo o pescoço dele.

.

.

.

— Você tem ciúmes da sempai? — Ele perguntou, afastando do rosto da garota uma mecha do cabelo dela. Ela virou o rosto para o lado; suas bochechas levemente avermelhadas. — Lembra da promessa de dedinho? — Ela acenou com a cabeça, confirmando. — Eu pretendo cumpri-la.

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"Now and again we try to just stay alive."

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.