– As vezes eu me pergunto se vocês acham que eu sou cega. – ela depositou a maleta sobre a mesa e a abriu. Pegou vários papéis nas mãos e voltou a encarar a família. – Pois eu digo: não sou trouxa, e muito menos cega. – ninguém ousou a interromper de novo. – Tanto não sou cega, que com esses olhos que a terra há de comer que eu vi o que nenhum de vocês viram. E se viram, fizeram de conta que não. Há algumas semanas eu venho suspeitando do comportamento de dois dos meus netos. – ao meu lado, o corpo de Edward ficou imediatamente tenso, assim como o meu. – Eles nunca foram tão próximos, e agora, não se desgrudam mais. E eu quis saber o porquê. Contratei Jenks e hoje ele me entregou sua... Digamos que sua pesquisa. – Eleanor abriu um sorriso macabro que me arrepiou até o último fio de cabelo. Ela foi até o centro da sala e virou o papel de maneira que todos na sala pudessem ver seu conteúdo. Ouvi um arfar coletivo e Edward depositou sua mão sobre a minha e a apertou. – Reconhecem esse casal feliz na foto? Se não, eu esclareço sua dúvida. São meus queridos netos Edward Cullen e Isabella Swan.

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Os olhares de todos na sala recaíram sobre mim e Edward, mas o olhar que mais pesou foi o de Charlie. Enquanto os gritos de Esme eram ouvidos, meu pai me encarava com os olhos duros, decepcionados. Ao lado dele, minha mãe me fez um sinal com a mão e cochichou algo em seu ouvido.

Mais relaxada, olhei ao redor. Eleanor ainda estava lá de pé com o mesmo sorriso macabro, que se possível estava mais horripilante ainda. Esme apontava o dedo para Edward e chorava. O resto estava inerte demais para fazer algo e tinham as miradas perdidas por qualquer canto da sala. Meu namorado continuava sentado ao meu lado, encarando o pai. Apertei sua mão de leve e ele me olhou. Sorri, e ele sorriu de volta, entendendo o que eu queria dizer. Com aquele sorriso, eu quis dizer que o amava. Com aquele sorriso, eu quis dizer que agora estávamos livres. Com aquele sorriso, eu me levantei, e diante dos olhos julgadores e embasbacados da minha família, parei bem diante da mulher que se dizia minha avó, mas que fora e ainda era a pessoa que mais me machucava no mundo.

– Satisfeita, Eleanor? - perguntei com a voz cheia de deboche. O sorriso continuava em meu rosto. – Satisfeita por finalmente me libertar do fardo de ter que esconder o meu amor pelo meu namorado? - uma veia em sua testa saltou quando eu falei a palavra “namorado”.

– NAMORADO? - minha querida avó gritou. Os demais na sala apenas assistiam, tirando Esme que não parava de gritar palavras que eu não conseguia entender. - COMO VOCÊ PODE NAMORAR O SEU PRÓPRIO PRIMO? O SEU PRÓPRIO PRIMO! O SEU PRÓPRIO SANGUE!

– Já parou de dar chilique? - cutuquei a onça com vara curta. - Eu namoro o Edward sim, e nunca fui tão feliz em minha vida como estou agora. - vi que Edward fez menção de levantar, mas fiz um sinal para que ele parasse. Aquela luta eu queria lutar sozinha. - E quer saber de uma coisa? Eu estou pouco me fodendo se ele é meu primo ou não. Edward é homem, é o meu namorado e em breve será meu marido. E não é você e nem ninguém que vai me impedir disso.

– Ora, sua pirralha. Eu vou lhe impedir e é agora. - Edward levantou correndo ao ver que, mais uma vez, Eleanor ia me bater. Antes mesmo que eu pudesse empurrá-la ou sua mão dela tocar o meu rosto, Edward interceptou seu braço.

– Não, Eleanor, você não vai encostar um dedo da minha mulher.