Hurricane

Capítulo 56


Hurricane II

Capítulo 33

– Edmundo! - Lena gritou mais uma vez, e ele finalmente acordou por inteiro no exato momento em que sua espada brilhava no tom azul celestial. O mesmo brilho intenso que emanava das espadas na mesa de Aslam.

– Aqui! - Edmundo gritou para a criatura, empunhando firmemente a espada.

A serpente deu o bote, e Edmundo cravou a espada sobre o céu da boca dela. A Feiticeira sumiu com um grito agudo, e a serpente se afastou, queimando em raios esverdeados antes de afundar definitivamente no mar. O céu clareou aos poucos, com pontos estratégicos de luz inundando aquele lugar.

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– O feitiço... - murmurou Lúcia, ajudando Lena a se levantar e observando admirada para o céu. - Está sumindo. Edmundo, Caspian, vejam! - ela gritou para o irmão que descia do mastro e para o amigo que se levantava dos escombros.

O mundo finalmente se tornou claro para eles, e puderam ver botes e mais botes vindo em direção ao barco.

– Narnianos! - gritou Caspian ao vê-los. - Narnianos!

Gael e seu pai abriram espaços entre os marinheiros até a beirada. Lena e Lúcia, vendo a amiguinha aflita, foram para seu lado, dando-lhe apoio. Gael percorreu os olhos por todos os botes. Onde ela estaria? Ela estaria ali? Foi quando finalmente a viu.

– Mamãe! - Gael gritou a todo pulmões.

– Elaine! - gritou o marinheiro.

Gael pulou na água, e seu pai foi logo atrás. A ansiedade de ver mãe e esposa era demais. A emoção que Lúcia e Lena sentiram eram demais. Lena virou-se, dando-se conta do quanto o aperto em seu peito era doloroso. Edmundo finalmente desceu os últimos metros do mastro e mal virou-se quando sentiu Lena se jogando sobre seus braços.

– Você conseguiu! - ela cantarolou ao seu ouvido, disfarçando as lágrimas de alívio ao vê-lo vivo e inteiro.

– Graças a você. - ele disse, forçando seu aperto na cintura dela. Nem ao menos se perguntara se a machucava, e ela nem mesmo se importava.

Vamos trazê-los a bordo, esvaziem o convés. - eles ouviram a voz de Caspian ordenando, mas, no momento, ambos pouco se importavam também.

No momento, eles experimentavam os lábios um do outro, aliviando a agonia que passaram minutos antes, quando pensaram que isso nunca mais aconteceira.

~*~

Edmundo se separou de Lena, a contra-gosto, e se virou para Caspian, que tinha uma mão apertando confortavelmente o ombro de Lúcia e um sorriso aliviado no rosto.

– Conseguimos. - disse Lúcia, visivelmente feliz e extasiada. - Eu sabia.

Lena riu, envolvendo a cintura de Edmundo com um braço enquanto ele a abraçava pelos ombros. - Modéstia à parte, Lu.

Lúcia revirou os olhos, mas não tirou o sorriso do rosto.

– Você não vai estragar minha felicidade, Lena! - brincou ela.

– Claro que não! - exclamou Lena, aproximando-se com Edmundo. - Afinal, parece que eu também previ isso!

– Mas não fomos só nós. - disse Edmundo, trocando um olhar cúmplice com as duas meninas.

– Tá falando do...? - começou Caspian, procurando raciocinar o que se passava na mente do amigo.

– Ei, Lúcia! - eles ouviram uma voz. - Ei, pessoal, eu estou aqui na água. Lúcia! Eu estou na água!

E conheciam aquela voz. Correram os quatro até a borda do navio, e viram um garoto na água, tentando nadar até onde estavam. Era Eustáquio! Ele voltara a ser um menino!

– Eustáquio?! - exclamou Lúcia, surpresa ao vê-lo.

– Eu voltei a ser um menino! - comemorava ele, batendo os braços na água cristalina para se manter sobre a superfície. - Eu sou um menino!

– Caspian, tire-o da água antes que ele se resfrie. - pediu Lena, sorrindo também ao vê-lo.

– Eustáquio! - gritou uma outra voz, antes que o rei pudesse reagir, e o ratinho Ripchip apareceu sobre a beirada quebrada do barco. - Suas asas foram aparadas!

E, com um pulo majestoso e animado, ele foi à água, comemorando com o garoto que tinha um sorriso quase rasgando-lhe os lábios.

– "Onde o céu e o mar se juntam

Doces ondas lá espumam"

Cantarolava o ratinho, com as risadas de Eustáquio como música de fundo. Em um ato que fez o menino franzir o cenho confuso, Ripchip parou de cantar a música, abriu a patinha em concha e bebeu da água do mar cristalino que o envolvia. E, uma surpresa, mais agradável que pavorosa. Doce. As águas daquele mar eram doces, como dita na música que ele tanto cantarolava pelos cantos.

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– É doce! - exclamou ele, sorrindo bobamente, enquanto Eustáquio bebia para comprovação. - É doce mesmo!

Risadas dos outros quatro foram ouviram, até que Ripchip chamou a atenção deles para outra coisa.

– Olhem! Olhem! - exclamou ele, subindo sobre o ombro de Eustáquio, que já se virava para onde era apontado.

Ali, bem ali ao fundo, na linha do horizonte, onde o céu azul era pintado por nuvens branquíssimas e um tom rosado que lembrava o pôr-do-sol e o mar tinha as águas mais límpidas azuladas já vistas. Ali, onde ambos os azuis se cruzavam na linha do horizonte, podia-se ver outra confirmação da música que Ripchip nunca se esquecera. Ondas. Ondas esbranquiçadas pela espuma marinha, que pareciam vir em sua direção como se pudessem engolir o mar. O tão famoso Além-Mundo, o País de Aslam.

– O País de Aslam. - disse Caspian, sereno. - Devemos estar perto.

– Bom... - comentou Edmundo sugestivamente. - Se chegamos até aqui...