Apenas Amigos.

Não me deixe!


– Júlia, a gente precisa conversar... – sugeriu Apolo incomodado com a situação que ocorrera há três dias...

- Não quero conversar com você. – disse ela enquanto procurava alguma roupa descente para a festa de aniversário de David.

- Júlia! – exclamou ele indignado.

Ela se assustou com o tom de voz dele.

- O que você quer? – dizia ela com lágrimas nos olhos. – Eu não quero falar com você. Me deixa em paz!

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- Você pode me ouvir por um minuto? – implorou ele.

Ela não respondeu. Ficou calada. Sentou-se na beira da cama e ele se aproximou.

- Eu sinto muito pelo que aconteceu no sábado. Eu... – ele não sabia bem o que estava fazendo. – Eu não queria magoar você de novo. Eu só estava estressado.

Ela não olhava para ele. Desviava o olhar o máximo que podia.

- Não quero saber Apolo. – disse ela.

- Está magoada pelo beijo ou pela garota? – perguntou Apolo percebendo que ela ainda gostava dele.

- Os dois. – respondeu agora olhando para os olhos dele.

- Eu só estava seguindo em frente...

- Eu sei. – ela abaixou a cabeça e levantou-se da cama. – Pode sair do meu quarto agora? – pediu ela entre soluços.

- Júlia, ainda gosta de mim? – perguntou ele.

- Eu não sei!

- Me diga o que você quer de mim porque não posso viver com você assim! – implorou ele.

Ela respirou fundo e começou a encará-lo.

- Eu só não consigo te entender. Estou insegura e com muito medo. Passei tanto tempo preocupada com o que eu devia fazer para te ver feliz que me esqueci de ser sincera comigo mesma. Eu esqueci das coisas que me agradavam e do que eu realmente gostava por que o fato de dizer algo que você não fosse gostar, me assustava. Pensei tanto na tua felicidade que me tornei infeliz. E só agora tenho consciência sobre isso. Talvez eu deva dar um basta, não é? Mas, eu só consigo permanecer com a mesma ideia. Ficar e te fazer feliz da forma que você quer. E esqueço que eu tenho o mesmo direito, comigo mesma. – disse entre lágrimas. Desabafou pois nunca esteve não incerta sobre seus sentimentos.

Ele aproximou-se.

- Você me ama? – perguntou ele.

- Eu não sei... – chorou ela.

- Há uma grande confusão nessa sua cabeça. Por isso você não consegue entender nada. – disse ele.

Ele saiu do quarto e a deixou ali, sozinha e confusa, afogada nos seus próprios sentimentos.

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Júlia arrumava-se para a festa. Usou um vestido preto acima do joelho, cheio de brilho. Os cabelos soltos e escovados, um cordão simples e seus brincos. Um salto alto e preto. Estava absolutamente linda. Queria sair sem que Apolo a visse, mas não foi possível.

- Júlia? Já estou esperando aqui em baixo! – informou Gabriela ao telefone.

- Tudo bem, já vou descer.

Ao chegar à sala de estar, Apolo estava revisando a matéria da faculdade. Ela pegou a chave sobre a mesa e Apolo a viu. Ficou olhando para ela e lembrou-se da noite da formatura.

- Sei que não devo perguntar, mais aonde você vai? – perguntou ele.

- Ao aniversário de um amigo. – respondeu.

- Vai chegar muito tarde? – perguntou meu tímido.

- Sim. Boa noite Apolo.

- Júlia, espera! – pediu ele. – acho melhor você me dar o endereço de onde vai para eu buscar você. É perigoso voltar sozinha à noite por aí.

- Não se preocupe. O Lucas vai vir me deixar. – respondeu ela.

Apolo encolheu-se e desviou a atenção para os livros. Júlia foi embora. Mal sabia as coisas que estavam por acontecer nessa noite, e de como negar a proteção de Apolo lhe faria mal.