Quem Sou Eu?
Capítulo 34
Eu ja tinha pensado em como morreria. Achei que acabaria como uma velhinha em uma cadeira de balanço em um asilo qualquer enquanto pensava na vida e o que fiz dela. Achei que estaria sozinha mas nunca iria imaginar que estaria com 16 anos ao lado de amigos e do garoto que amo esperando ouvir um som de tiro e o fim.
De pé lá, abaixamos a cabeça e encaramos os pés. Não dissemos que falhamos ou nos culpamos. Não, apenas nos olhamos pela última vez. Sabíamos que não sairíamos dessa. A nossa volta, todos os que não fugiram ou poderiam estar mortos ou estavam presos por soldados, obrigados a ficar virados para paredes e muros ou sentados no chão. Não havia sobrado ninguém. Quem estivera dentro do prédio da presidência agora estavam amarrados e sendo presos em caminhões para serem levados para onde quer que fosse. Não vi mais Ster, só torcia para que tivesse conseguido fugir.
E nós, incapazes de olhar mais uma vez por nossa volta, encaramos o chão e esperamos pelo som do fim.
Ele veio, forte e assustador mas sem dor. Nada, não senti nada apenas ouvi sons e ruídos.
– Haiden, tudo bem?
A voz dele, estava perto, bem perto e quando me abraçou é que pude perceber que era real. Eu estava viva e ele também. PAI! O abracei mais forte sem entender como podia estar viva e ele estar ali.
– Você está bem.- Ele respirou aliviado.
– O que aconteceu?
– Seu pai nos salvou. - Ed disse ao meu lado.
– Pai, como você...- Parei notando agora que ele usava uma farda azul escura e haviam muitos homens vestidos assim também. Os nossos executores estavam caídos no chão mas adormecidos não mortos . fico aliviada com essa observação.
– O que...
– Ouça, estamos aqui para ajudar, nos sabíamos de tudo a muito tempo. Estávamos de olho em vocês e intervindo quando necessário
– Intervindo? - Eu ainda estava muito confusa.
– Os computadores! - Ricky disse abaixado segurando Carol.- Foram vocês que impediram o vírus de nos invadir.
– Foi.
– COMANDANTE! - Um dos soldados veio gritando até nos. - UMA ESQUADRA INIMIGA SE APROXIMA!
– Melhor conversarmos depois. - Meu pai disse.
– Vamos para o prédio da presidência. - Ed disse e entramos com Ricky na frente trazendo Carol no colo.
– Estou confusa ainda, isso não faz sentido. Mamãe sabe de você? E o Matt? Estão preocupados, acham que morreu. EU achei que tinha morrido. Eu...- E comecei a chorar.
– Acalme-se querida, eu peço desculpas.- Ele veio e me abraçou.- Mas agora precisa se concentrar e ser forte. Temos que acabar com isso.
– O que ele pretende? Raimon. O que ele quer? - Ed disse se virando para meu pai.
– Poder. É o que todos querem. Mas para isso ele vai ter que eliminar os " inúteis" para ele.
– Os esquerdos. - eu disse.
– Exato.
– Isso é loucura, eles são quase a maioria, iria destruir a cidade inteira! - Ed falou assustado com essa contestação.
– Ja sabemos qual o nosso novo objetivo. Agora isso se tornou pessoal.- Eu disse olhando para meu pulso com a faixa preta. - Vamos impedir esse louco. É uma promessa. - Olho para Ed que não precisa dizer nada para saber que concorda.
– Hã? - Ouvimos uma voz fraca vindo de trás de nos, era Carol que estava acordando. Todos nos viramos.
– Carol? - Ricky foi para perto dela.
– Ri...cky? - Ela falou com a voz um pouco fraca.
– RICKY! - E o puxou e abraçou.
– Carol - Ele disse em um tom tranquilo, algo que nunca tinha visto antes. Um Ricky tranquilo.
Eles se encararam e foram se aproximando um do outro até se beijarem. Quando se lembraram de nos se afastaram e não conseguimos disfarçar um sorriso de felicidade.
– Que fofooooo. - Uma voz falou atrás de nos.
– STER! - E eu a abracei.- Você está bem.- Respirei aliviada.
– E vocês também. Que bom que meu sinal chegou a tempo comandante.
– Eu lhe agradeço por cuidar da minha filha.
– Estou feliz que pude. Mas sabe que foi uma honra para mim, comandante.
– Vocês se conhecem? - Perguntei com um ar de surpresa.
– Ster é nossa espiã. Ela nos avisava sobre tudo o que descobria do governo dentro do colégio. Até nos avisou de vocês.
– Eles me pediram para ficar de olho que iriam ajudar vocês indiretamente e usar o ataque a seu favor. Planejamos um golpe contra Raimon a muito tempo mas encara-lo de frente podia custar a operação e por em risco muitas vidas inocentes. Então, enquanto ele estava quieto, nos ficamos apenas esperando uma oportunidade de agir e vocês nos deram ela.
– Vocês estão nos usando? - Eu disse meio brincando.
– Estamos querendo o mesmo que você. Nos vejam como um auxilio. - Meu pai me olhando com um ar tranqüilizador.
– Obrigado pela ajuda comandante .- Ed disse por fim.
– Ster, você ja sabia? - Eu disse quando percebi.
– Eu disse, sei ler o comportamento e acho que sou muito boa nisso.
– Vamos nos concentrar agora. Temos que derrubar Raimon e há muitos soldados pela cidade. Precisamos de uma estratégia. - Ed disse nos cortando.
– Certo. - O olho com decisão. É agora.
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