Alarguei meus passos atrás de Patch no corredor.
- Você só poder estar brincando comigo. - Falei, pegando em seu braço.
Agora ele me encarava, sério.
- Você acha que eu gostaria disso? - Ele soltou um sorriso sem humor. - Claro que não, anjo.
- Então porquê? - perguntei.
- Porque não temos escolha. - Foi a última coisa que ele disse, depois ele me abraçou durante um bom tempo e foi embora.
Passei a noite chorando na cama com medo das consequências da proposta de Scott.
- Por favor me ajude! - Gritei. Minha barriga estava doendo tanto.
- Você rompeu a bolsa, Grey. - Scott falou, me pegando no colo. - Eu não pensei que daria tão certo nosso plano. Vamos pra sala de cirurgia.
- Onde está Patch? - Perguntei.
- Bem aqui. - Ele falou, passando as mãos ao redor do meu corpo e me tomando do colo de Scott. - Pra qual direção?
Ele nem Scott abriram a boca, mas ele não tirava os olhos de mim.
- Eu nunca senti tanto medo, anjo. - Ele confessou.
- Eu também estou com medo, Patch - Sussurrei. - Muito.
- Prometa que eu não vou perder você. - Ele estava a ponto de chorar.
- Eu prometo. - As lágrimas me inundaram. - Não deixem que machuque o meu anjo, Patch.
- Nunca. - Ele sorriu. - Ele é um pedaço seu comigo, vou cuidar dele como se fosse você.
- Eu te amo. - Sussurei, puxando a cabeça de Patch o suficiente para nossos lábios se tocarem.
- Eu também te amo, anjo. - Ele murmurrou. Ele estava chorando?
- Está na hora, Grey. - Scott parecia nervoso.
A sala era diferente, não parecia um hospital. Parecia mais o interior de uma nave espacial, haviam muitos paineis com gráficos, centenas de botões, uma maca e uma bancada com utensílios cirurgicos.
- Patch! - Gritei. - Segure minha mão!
- Isso não é permitido. - Um enfermeiro me repreendeu.
- Patch! - Soltei outro grito estridente, minha barriga doia tanto.
- Ele ira observar tudo de lá. - Uma enfermeira apontou para uma parede de vidro no segundo andar e eu pude destinguir a escuridão dos olhos de Patch.
Respirei até alguém colocar uma máscara em mim e injetar algo em minha corrente sanguínea que fez minhas pálpebras pesarem.
A todo momento eu olhava para o alto na procura de consolo, enquanto eu sentia algo gelado escorrer pela minha barriga. Sangue.
- Patch… - Eu sussurrei. Ele não podia me ouvir, mas felizmente ele virou o rosto pra me olhar. - Amo você.
” Eu também te amo” A voz dele ecoou em minha cabeça.
- Estamos perdendo a frequência, Senhor. - Uma enfermeira gritou.- Está morrendo.
- Não - Eu arfei, minha voz era inaudível.
Fiquei lutando com meus olhos durante tempo suficiente para ouvir um choro.
- Conseguimos! - Outra enfermeira anunciou.
Não tive força o suficiente para olhar para o alto, mas consegui sorrir. E esse foi meu último sorriso, antes que a porta se fechasse e tudo ficasse escuro.

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