Não sou mais criança

Depois de Caleb eu deixarmos as garotas em suas casas, fui para minha. Eu estava com muito sono mesmo tendo bebendo. Ao abrir a porta de casa com muito cuidado e rapidez ( pois eu sei que quanto mais devagar abre mais barulho faz), vi que a televisão estava ligada. "Ótimo! Mamãe está me esperando para dormir! Não acredito!" pensei enquanto ai para sala.

Quando olhei para o sofá quase dei um pulo ao ver Ian assistindo. O que ele estava fazendo em casa?

– Porque esta aqui? - perguntei me encostando na parede.

– Sua mãe deixou nós dormirmos aqui. - disse mudando de canal.

– Você e a Lana estão aqui? - perguntei enquanto ele acenava um sim com a cabeça.- Tudo bem, vamos dormir.

Subi as escadas atrás dele, logo vendo ele entrar em um dos quartos de casa. Todos estavam ocupados. Mas porque eles estavam dormindo aqui?

Decidi entrar e dormir de uma vez. Joguei o sapato em algum canto do quarto e tirei o vestido, colocando o pijama.

Mal acabei de deitar dormi.

*****

Ouvi alguém abrir a porta do meu quarto, mas não me dei o trabalho de ver quem era. A pessoa que supostamente deveria ser minha mãe deixou algo na minha penteadeira. Me virei na cama e tentei voltar a dormir mas não conseguia. Comecei a procurar meu celular entre meus travesseiros até que consegui acha-lo. Liguei o visor,14:45hmin. Droga! Muito tarde, me sentei em um pulo na cama, que foi a pior coisa que eu fiz me deu muita dor de cabeça. Me levantei e fui me arrastando até a penteadeira, tinha algumas aspirinas e dois copos de água. Bebi o copo cheio, logos depois despejei as aspirinas no outro copo e tomei. Tinha um papel que dizia que era para mim voltar a dormir e assim fiz.

******

– Acorda! Anda acorda! - disse alguém ao lado da minha cama.

– Não mãe, me deixa dormir!- resmunguei e me virei na cama.

– Já são oito horas da noite, não precisa dormir mais, maninha.

Ai me toquei que eles dormiram em casa. Que belo dia para se dormir na casa da irmã!

– Lana... - resmunguei seu nome- Me ajude a levantar, se quiser me ver de pé.

– Nosso pai adoraria te ver, mas como você esta mais lerda que uma lesma, nós vamos embora e voltamos daqui a um ou dois meses novamente. Então por mim e pelo Ian levante-se e vá ve-lo. Por favor!

Tirei as coberta da minha cabeça e olhei para ela. Droga! Ela estava fazendo a carinha de criança triste.

– Tudo bem, mas só porque eu amo muito vocês.- disse me sentando na cama, procurando meus chinelos.- Tá, levantei.

– Está se sentindo melhor?

– Estou, por?

– Suas primas me pediram para colocar dois copos de água e aspirinas aqui. Elas tomaram logo depois que chegamos.

– Sorte a minha, sabe se Rani e Carol estão bem?

– Sim Clarisse ligou para elas. Acho que a Carol estava até chorando de tanta dor de cabeça, pelo que Clarisse disse ela não falou para os pais.

– Huum, agora eu preciso me trocar com licença?

– Estaremos lá embaixo. - disse antes de fechar a porta.

Marchei até o closet a procura de algo para vestir. Vi um vestido mas descartei a ideia de colocá-lo, e peguei um short desfiado e uma blusa cavada com uma caveira em rosa choque, e uma resteira com strass. Fui para o banheiro e fiz minha higiene como sempre e desci os degraus da escada. Antes de ir para a sala, abri uma das portas do ármario da cozinha e peguei um doce, pois estava com fome. Voltei para a sala vendo minha mãe, meus irmãos e meu pai com sua esposa Susan.

Parei na entrada da sala. Encarando seus rostos, esperando algum deles falarem algo. Mas a primeira fez isso foi Susan.

– Como você cresceu, Nathália, e esta mais linda do que era.- disse dando seu sorrisinho amoroso.

– Obrigado Su, oi, pai.

– Querida, venha me dar um abraço não pude ficar um tempo com você ontem.

Não queria fazer isso, mas andei calmamente até a ele lhe abraçando, logo depois abraçando Susan.

Fui até o sofá ao lado de Lana e Ian.

– Mãe? Onde está tia Luiza e as meninas?

– Querida elas foram na casa da Ranieri, parece que a Dora estava precisando de uma ajudinha.

Assenti e me voltei para meu pai o que ele queria agora?

– Pode começar a falar.

– Tudo bem, conversamos com sua mãe e decidimos que seus irmãos vão estudar na mesma escola que você.

– Mas vocês não moram aqui... Mas também não me importo de você deixa-los com minha mãe pedindo que ela seja responsável pelos seus filhos. Isso é um pouco normal pra mim.

Eu sei que estava sendo rude, grossa, tanto faz. Mas minha mãe sabia que eu guardava magoa e rancor das pessoas, e dele principalmente. Vi Susan me olhar como se tivesse magoada, e pelo jeito ela estava, meus irmãos eram filhos dela.

– Não é nada disso Nathália...- disse Susan.

– E o que é? Não vejo outra opção, pelo menos para mim.

– Compramos uma casa nesta cidade, a casa é um pouco mais perto da sua escola do que esta casa.

– Finalmente, agora quando meus irmão quiserem me ver, você não irá dar desculpas de que mora longe de mim. - cruzei os braços- Já que essa sempre foi sua desculpa.

– Não é verdade Natty! - disse Lana brava, ótimo a criança sabe-tudo queria entrar nessa também?

– Claro que é Lana! Mas você não sabe o que eu sofri ao ver todas as crianças tendo um pai e eu não! Mas você não sabe, vocês dois não sabem, porque sempre tiveram ele ao seus lados. E se ele realmente me amasse não teria me apresentado vocês quando eu tinha doze anos! Doze! Não era Cinco ou Quatro anos, mas doze!

– Eu tinha motivos para isso Nathália! E não grite com seus irmãos! - disse meu " pai" bravo.

– Eu grito com que eu quiser, a unica que sempre mandou em mim, foi minha mãe! E minha tia também! Mas você, há! Nem na minha infância compareceu! Tenha dó! Eu não sou mais criança, não é só dizer pelo telefone que você esta trabalhando muito e sem tempo para me visitar em meu aniversário, que vai se resolver! Eu não sou mais uma criança! Que droga, e logos eles vão saber disso também, as únicas que me entendem são minha mãe, minha tia e as meninas! E se for isso pode ir embora, vou velos na escola, talvez assim matemos as saudades, que você nos causou!

Ao disser isso subi de volta para o meu quarto, as únicas que eu queriam ver eram as meninas e minhas melhores amigas.