Sem Chance De Errar

Pai, o quê o senhor está fazendo?


POV Nessie

Tinha se passado uma semana desde que eu levei aquela surra. Na manhã seguinte eu fui pedir desculpas pra senhora Lorenna e ela não disse nada. Como as férias de verão começariam em duas semanas, ninguém perceberia se uma aluna simplesmente não fosse à escola já que eu não poderia por causa dos machucados que estavam no meu corpo todo. Mas nessa semana que se passou aconteceu também uma coisa que me deixou curiosa e com muito medo.

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Flashback on

Minha avó Lorenna tinha ido pra casa de uma tia minha em Seattle bem cedo. Eu nunca tinha ido visitá-la, nem ela nunca veio aqui, mas meu pai tinha uma foto com ela na sala e ela era feia. Tinha um rosto todo enrugado, seu cabelo é negro e muito curto, usava batons muito vermelhos e parecia com a minha avó. Uma vez, quando a filha dela nasceu meu pai viajou por uma semana e me deixou sozinha em casa, eu tinha dois anos e lembro que fiquei com fome durante dois dias, mas foi só até o meu pai lembrar que eu existo e ligar para a vizinha me dar comida.

Já que hoje é sábado fui aproveitar vendo televisão. Meu pai tinha saído com uns amigos, logo depois da minha avó. Fiquei vendo desenho até a hora do almoço, e então fui preparar alguma coisa para comer. Passei o resto da tarde vendo televisão depois jantei e fui para o meu quarto ficar deitada sem fazer nada até que eu acabei dormindo e só acordei bem tarde da noite com um barulho no jardim, mais continuei deitada. De repente eu ouvi a porta do meu quarto sendo aberta e depois fechada, na hora em que a porta foi aberta eu pude ver meu pai no canto do olho e ele não parecia bêbado, só deve ter vindo conferir se eu estava mesmo dormindo. Olhei no relógio do lado da minha cama e vi que já era de madrugada.

Algum tempo depois ouvi outro barulho que vinha lá de baixo e então eu ouvi um grito de mulher que me assustou muito, mas eu preferi não descer e me forcei á dormir um pouco mais. Acordei de novo uma hora depois com outro barulho e eu tenho certeza que aquele grito foi um sonho e que o barulho de agora foi meu pai chegando em casa. E então esperei uns vinte minutos e desci pra pegar um copo d'água.

Assim que desci as escadas, percebi que o chão estava sujo, muito sujo, de um liquido vinho que deixava um rastro para um saco de lixo, então me aproximei para ver o que tinha dentro, quando eu reparei em algo que me assustou. Tinha um monte de linha saindo do saco, peguei na minha mão e percebi que estava preso em alguma coisa e foi então que eu percebi aquilo não era linha, aquilo era cabelo, igual ao meu só que louro. Assim que eu ia abrir o saco meu pai entrou na sala.

–Pai o que é isso?- Perguntei assustada e ele me respondeu.

– Nada- Falou alarmado - Você viu o que tem ai dentro?
–Não. – Respondi

–Ainda bem- disse enquanto caminhava até o saco o arrastava-o até a porta

– Pai oque o senhor está fazendo?
–NADA RENESMEE, EU JÁ DISSE- Gritou irritado- AGORA SOBE PARA O SEU QUARTO E VAI DORMIR, ANTES QUE LEVE OUTRA SURRA.
–Mas...
–MAS COISA NENHUMA! SOBE AGORA!
Subi para o meu quarto, mais fiquei olhando da janela, e então vi meu pai saindo pela porta dos fundos com o saco e uma pá, o que era fácil já que o meu quarto ficava nos fundos do segundo andar. Meu pai então cavou um buraco e enterrou o saco. Eu não sei o que tinha naquele saco, mas para deixar meu pai daquele jeito teria que ser algo muito sério, porque meu pai em geral não ficava daquele jeito, ele sempre estava sério e com um olhar de ódio, mais dessa vez ele me olhou nervoso, impaciente e até um pouco perturbado. “