~Logan POV

Ouvi os malditos passarinhos cantando lá fora, abri meus olhos devagar e me sentei, estalando a coluna. Nunca tinha dormido tão mal em toda minha vida.

Olhei pro sofá e lá estava ela, dormindo igual um bebê, aquela filha de uma quenga. A casa é minha e ela me põe no chão.

Me levantei e fui até a cozinha. Peguei um copo d’água e vi um bilhete na geladeira. Da minha mãe.

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Filho, viajei com sua irmã. Ia me despedir de você, mas você estava dormindo. Fui pro Hawaii, te vejo em duas semanas!

Beijo, mamãe!

– Véia, preta, carrancuda, gorda! Nem pra me levar. – Murmurei enquanto acabava de tomar minha água.

Amassei o papel e joguei no cesto de lixo, colocando o copo na pia. Fui pro meu quarto e, ao abrir a porta, não vi a cena mais agradável de todas. Bom, ao menos não em parte. Josh estava de cueca, o que me deu vontade de morrer, mas Jess estava de calcinha e sutiã. Nada mal.

Sai e fechei a porta, deixando os dois em paz. Voltei para a sala de jogos, olhando Lucy ainda dormindo. Eu tinha que me vingar, de alguma forma. Não ia dormir assim no chão e não fazer nada.

“Já sei!”. A ideia veio em um segundo e me pareceu brilhante. Cuidadosamente coloquei meus fones de ouvido nela e liguei um toque de sirene do meu celular. No máximo.

Ela se levantou num pulo, tirando os fones com desespero. Eu ria vendo aquilo.

– Filho. Da. Puta! – ela colocou as mãos sobre os ouvidos, fazendo cara feia.

– Que coisa feia, uma garotinha sensível e fofinha como você falando palavrão. – disse com um sorriso curto.

– Eu vou te matar. – Ela cerrou os punhos e pulou em cima de mim, me dando tapas.

– Nossa, que morte dolorosa que eu vou ter. – respondi rindo.

– Vai se fuder! – ela me acertou um tapa na cara.

– É isso, já chega. – peguei ela pelos pulsos e a prendi, colocando meus joelhos ao lado do corpo dela, no chão. – E agora? – ri de novo.

– Agora você podia sair de cima de mim. – ela virou o rosto, muito vermelho. Não entendi o porquê, mas então percebi a posição em que a gente estava. Mas não consegui mover um músculo que fosse pra me levantar. – Logan? – ela virou seu rosto e me olhou, fixamente.

Soltei um de seus pulsos e coloquei em seu rosto, me aproximando dela, sentindo a respiração dela contra minha boca. Ela fechou os olhos e eu repeti a ação. Lhe dei um beijo, entrelaçando minha mão na dela.

Ficamos assim durante alguns segundos. Separei meus lábios dos dela, sem afastar o rosto.

– Vai ficar com raiva de mim de novo? – sorri, ainda de olhos fechados.

– Não sei - ela deu uma risadinha baixa. – Vai me dar motivo? – abri os olhos.

– Vou pensar no seu caso, você é muito chata. - dei de ombros.

– Sai de cima da chata, então! – Lucy franziu o cenho.

– Quero não, aqui tá tranquilo. – suspirei.

– Sai, eu to sendo esmagada. – ela se contorcia, tentando sair.

– Ok, ok. – sai de cima dela e me sentei no colchão.

– Agradeço desde já. – ela se levantou e se sentou no sofá.

– Ei, senta aqui do meu lado. – Bati no pedaço do colchão ao meu lado.

– Dispenso, não quero ser assediada de novo. – ela abraçou um travesseiro.

– Escrota metida. – eu me sentei ao lado dela no sofá e a abracei. – Larga de ser preta, sua preta.

– Tem problema de visão? – ela me olhou.

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– Possivelmente. – dei de ombros.

Ouvi passos na escada, cada vez mais próximos. O casalsinho pervertido entrou logo depois de bater na porta.

– Bom dia, jovens. – Joshua sentou no sofá, nos observando. – Ué, vocês tão namorando?

– Não. – Lucy respondeu tirando meus braços dela.

Franzi o cenho, me afastando um pouco. Jess tinha trago um papel na mão e se sentou entre eu e Lucy.

– Uma carta? – peguei o papel da mão dela, mas ela pegou de volta no mesmo instante.

– Sim, mas não é pra você. – Ela entregou o papel para Lucy. –É pra você.

Lucy pegou a carta e a abriu, lendo-a, sem nem piscar. Assim que acabou, ela dobrou a carta e guardou-a no bolso, se levantando.

– E-Eu tenho que ir. – Ela pegou a mochila e o celular e saiu correndo, sem falar mais nada.

Sai correndo atrás dela, Josh e Jess me seguindo. Segurei-a pelo pulso quando a alcancei e ela parou.

– O que aconteceu? – ela soltou minha mão do pulso e continuou indo até a porta. –OU! – ela se virou.

– Que foi? Não deu pra perceber que eu to com pressa, imbecil? – Ela saiu com a porta batendo atrás de si. Fiquei olhando a porta, sem entender mais nada.