Único

Tensão sexual resume perfeitamente a relação dos dois.

Em um segundo, estão gritando um com o outro sem motivo aparente. Já no outro...

Olhares se cruzam. O silêncio se instala pelos corredores antes barulhentos.

Respirações estão aos arquejos. O ar escapuliu de seus pulmões.

Dúvidas surgem. Que droga de sentimento é esse?

Desejos explodem. Ah, maldita – e bendita – tensão sexual.

Corpos – pouco a pouco – se aproximam.

Hesitação.

Relutância.

Excitação.

Corpos se colam. Peles se tocam. Lábios se roçam.

Mãos – famintas – apalpam o que vêem pela frente. Abrem botões, afastam tecidos, apalpam o que conseguem alcançar.

Finalmente – finalmente- línguas se encontram.

Mais toques. Mais beijos. Mais suspiros.

Mais desejo.

Uma certeza.

Peças de roupas agora decoram o chão.

O ato é intenso. Apaixonado. Por que não selvagem?

Exatamente como eles.

Nada mais importa. Nem o fato de estarem nus naquele corredor escuro.

Nem o fato de que deveriam estar – no momento – fazendo rondas.

Nem a possibilidade de serem pegos.

Nada importa. Não agora.

Ele a ama.

Ela o ama.

Para sempre.