Bruno e eu começamos a gargalhar, eu já estava quase perdendo o ar.
­­ ­­ ­­ — Como vocês podem rir disso? — Ela disse fazendo beicinho.
­­ ­­ ­­ Não respondi a sua pergunta.
­­ ­­ ­­ — Doeu tanto assim você confessar isso?
­­ ­­ ­­ — Doeu, porque eu sei que ele não gosta de mim do mesmo jeito... — Ela disse. Abri a boca para retrucar, mas ela me interrompeu — Nem vem, Fatinha! Ele nunca gostaria de mim — Ele estava com uma expressão triste sentada em um banco em frente ao nosso.
­­ ­­ ­­ — E por que nunca gostaria? — Falei levantando-me e sentando ao lado dela, abraçando-a.
­­ ­­ ­­ — Ele me trata como amiga. E só — Ela disse fazendo beicinho novamente.
­­ ­­ ­­ — Hm... Acho que isso é uma conversa de mulher, daqui a pouco eu volto — Bruno disse confuso.
­­ ­­ ­­ — Espera! — Ela chamou e chegou mais perto dele com um olhar não muito agradável — Se você contar a alguém o que eu acabei de dizer, considere-se morto — Apontou o dedo em seu tórax.
­­ ­­ ­­ — Pode deixar, Senhora — Disse rindo e saiu, deixando uma Ju com uma cara irritada.
­­ ­­ ­­ — Respire. — Falei aproximando-me dela.
­­ ­­ ­­ Assim que ela se virou para mim, pude ver que estavam brotando lágrimas de seus olhos.

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— Oh, Ju... — Abracei-a — Não fique assim por causa de Bruno, você sabe que ele é assim...
— Eu não estou assim por causa dele, Fatinha, eu sei como ele é. Fazem onze anos que eu o conheço e ele sempre zoava comigo por estar apaixonada por alguém — Ela revirou os olhos — Mas... Finalmente eu posso zoar ele por estar apaixonado também, aleluia! — Deu um sorriso fraco.
Eu ri.
— Mas então... Por que está chorando?
— Gil. Eu sei que ele não gosta de mim do mesmo jeito que eu o... Eu o... Eu o amo.
Arregalei os olhos com a última palavra.
— Você nunca vai saber se não perguntar...
— Está louca? Quer o que? Que eu ganhe um belo “não”?
— Não tenho certeza se essa era a resposta que você ganharia — Sorri e apontei para Gil vindo com suas malas em nossa direção.
— Ah não. Eu acabei de descobrir que sou apaixonada por ele, e agora, enquanto estou chorando, ele vem até aqui? Tem alguém aí em cima contra mim? — Ela falou e levantou as mãos para o alto.
Eu ri... Novamente.
— Oi! Vocês sabem onde eu tenho que ir para pegar as chaves dos quartos? — Ele disse confuso.
— Acho que na secretaria... — Ju disse ainda com a cabeça baixa.
— Ei... O que houve com você? — Perguntou deixando suas malas no chão e levantando a cabeça dela com um dedo — Está chorando...
— Não foi nada, não... — Ela blefou.
Então, ele fez o que ela sinceramente não queria que ela fizesse. Bem, não agora. Ele a abraçou. Para que? Ju começou a chorar ainda mais.
Senti que estava sobrando e saí lentamente.

Saí andando pelo Campus, para conhecê-lo melhor. Encontrei Mel sentada, analisando alguma espécie de mapa.
— Mel — Falei aproximando-me.
— Hey Fatinha Bruno me contou sobre vocês — Ela sorriu.
— É?
— Sim! Oh, eu estou tão feliz por vocês! — Seus olhos brilharam por uma fração de segundo.
— Está mesmo? — Falei contente.
— Claro, por que não estaria?
— Sei lá... Vocês ficavam praticamente todos os dias, nunca se sabe... — Fitei o chão.
Ela riu.
— Ah... Mas eu nunca senti nada além de atração, e ele também. E você viu a quantidade de gatos que essa faculdade tem?
Minha vez de rir.
— Mel, sempre Mel.
— Sempre — Ela repetiu sorrindo.

— Fatinha, você vai comigo até o quarto dos meninos para deixar as minhas malas? Não queria deixar elas pelo Campus... — Mel pediu.
— Claro — Sorri.
Fomos conversando sobre uma festa que teria esta noite. Segundo ela, os “veteranos” fariam os “novatos” se sentirem bem vindos.
— Como? — Perguntei confusa.
— O que você acha que esse bando de vadias e esses fãs de sexo fazem de melhor? — Ela deu o seu sorriso mais malicioso e olhou em volta, fazendo-me olhar também. Verdade. Em todo lugar que eu olhava eu via gente se beijando, quase que transando, lá mesmo.
— Que medo — Arregalei os olhos e ela riu.
Quando chegamos no quarto dos meninos e ela bateu na porta, Dinho abriu.
— Senha para entrar? — Brincou fazendo uma cara séria. Mel e eu rimos e entramos.
Lá estavam Bruno,Fera, iDinho,Lia e Malu. Mel sentou-se no tapete, cruzando suas pernas como “índio” e colocando uma almofada em cima. Sentei-me ao lado de Bruno, este sentado em uma cama sozinho. Bom, não mais.

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