O silêncio reinou naquela sala. Os minutos se passavam e o clima só ficava pior.
— Bruno, eu preciso falar com você... — Comecei levantando-me e lembrando-me do que Gil disse sobre falar tudo o que eu pensava.
— Sou todo ouvidos — Disse tranqüilo, levantando-se também.
— É difícil falar isso, mais difícil ainda é admitir tal coisa, mas... — Hesitei — Eu descobri que... — Pausei e respirei fundo — Eu descobri que... Que...
— Descobriu o que? — Perguntou confuso.
— Eu descobri que Malu estava certa, eu não consigo mais viver sem você — Falei rapidamente e abaixando a cabeça.

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Ele me puxou para mais perto e me abraçou. Afundei minha cabeça em seu ombro. Eu não sei o que aconteceria, eu só sei que um peso enorme tinha sumido das minhas costas.
Logo, desprendi-me e fiquei encarando-o. Sua expressão era confusa.
— Boa noite... — Falei virando-me para subir as escadas. Ele não respondeu.
Mas, ao invés de subir para meu quarto, eu entrei na cozinha. De uma coisa eu estava certa: Eu precisava de doce.
Vasculhei a geladeira em busca de alguma coisa e não achei nada que me agradasse. Contentei-me com um copo de suco, e, só então subi.
Assim que cheguei a frente ao meu quarto, vi a porta do mesmo do Bruno aberta. Vi ele sentado em sua cama, com uma expressão pensativa.
Entrei no banheiro, ainda não tinha escovado os dentes para ir dormir. Assim que sai, ele estava parado na frente de sua porta. Tentei não prestar muita atenção e entrar correndo em meu quarto.
Mas ele foi mais rápido.

Bruno pegou em meu braço e desceu as escadas, conduzindo-me para segui-lo.
— O que está fazendo? Daqui a duas horas meu despertador irá tocar e eu ainda não dormi nada...
Ele não respondeu, apenas cuidava para não fazer muito barulho ao descer as escadas e o mesmo fiz eu.
Não sabia o que ele iria fazer, mas de uma coisa eu estava certa: eu estava muito, muito curiosa.
Chegamos ao andar de baixo e ele guiou-me até a cozinha, ainda sem dizer nada.

Ele abriu a porta, entramos e logo ele a fechou. Prensou-me na mesma, e quando vi, estávamos nos beijando.
Um beijo diferente, rápido... Desesperado. Minhas mãos passeavam em seus cabelos e nuca. As dele estavam apoiadas na porta.
Um minuto se passou. Dois, dez, vinte... Ar, fôlego e sono já eram totalmente insignificantes naquele momento.
Meia hora depois eu percebi o que estava fazendo e o empurrei levemente para trás, respirando fundo.
— Não, eu não... Eu não posso.
Ele riu.
— Você não acha que já se fez de difícil demais?
Dessa vez, eu quem ri.
Dei um passo à frente e encostei meus lábios nos dele. Foi estranho como ele contornava meus lábios com a sua língua, e mais estranho ainda eu ter aberto minha boca para a passagem dela.

Seus braços envolviam a minha cintura, e os meus seu pescoço, em uma tentativa idiota de não deixá-lo sair dali, prolongando o momento ao máximo.
Logo nos separamos novamente em busca de ar. Ele puxou-me e quando eu achei que ele iria me beijar novamente, ele apenas abraçou-me. Eu estava confusa, não sabia se o que ele sentia era semelhante ao que eu sentia. Não sabia se aquele momento significava tanto para ele quanto significava para mim.
— Eu também não consigo mais viver sem você — Ouvi ele falar. Sua voz estava baixa e um tanto rouca, deixando-a mais... Sedutora.
Minhas pernas ficaram bambas e eu apertei-me mais contra ele, apoiando-me.

Ele beijou o topo da minha cabeça e me desprendeu. Dei um passo para trás e fiquei encarando-o. Meus pensamentos estavam a mil, e eu não conseguia organizá-los. Mas todos eles fugiram quando eu ouvi a voz de Bruno.
— Você quer tentar?
Fiz uma expressão confusa.
— O que?
— Aquilo que... Você queria.
— O que eu queria? — Eu já sabia o que era, mas não seria nada mal ouvir da boca dele...
— Algo mais firme.
Eu ri.
—Bruno, é tão difícil para você dizer a palavra “namoro”?
— Tudo bem. Maria de Fátima dos Prazeres, você aceita namorar comigo? — Ironizou fazendo-me rir novamente.
— Sim.
Ele puxou-me para mais perto dele e deu-me um selinho.
— Ok, agora a pergunta mais esperada do dia: o que você foi fazer na casa da Mel? — Perguntei com um certo tom de ciúmes. Ele riu.
— Entregar um jogo que eu peguei emprestado do irmão dela.
— Acho bom — Brinquei e ele riu novamente.

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— Que horas seu despertador irá tocar? — Ele perguntou.
— Sete horas.
— Bom, faltam dez minutos...
— Você quer subir e fingir que está dormindo? — Convidei rindo.
Ele fez que sim com a cabeça e puxou minha mão, subindo rapidamente as escadas. Eu não conseguia conter o sorriso em meu rosto. Não enquanto ele estava com a sua mão sobre a minha.
Chegamos ao andar de cima.
— Boa noite — Brinquei.
— Boa noite — Disse soltando a minha mão e virando-se para entrar em seu quarto com cuidado para não acordar Gil. Fiz o mesmo tentando não acordar Malu.