Contei toda a história para eles.
— Coitado... — Ju pensou alto.
— Coitado? Coitado? Se ele é coitado eu sou o que, então?
— Você foi muito dura com ele — Insistiu.
— Não, foi bom, assim ele vê se para de ter esse prazer de magoar todo mundo.
— Fatinha, eu acho que concordo com a Ju... — Disse Gil.
— Que? Você concorda com a Ju? — Perguntei assustada — Oh, meu Deus, presenciamos um milagre! — Brinquei.

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— Fatinha, você quer que eu leve você para casa? — Perguntou Gil.
— Não precisa, eu vou sozinha... Fiquem e divirtam-se por mim.
— Eu não vou deixar você sozinha agora — Ju disse.
— Own — disse envolvendo o pescoço dela como um meio abraço — Mas é sério, não precisa.
— Está louca? Ir embora sozinha há esta hora? — Gil disse.
— Tudo bem! Mas quem vai?
— Eu — Os dois disseram juntos.
— Não, eu não vou fazer vocês dois perderem a festa!
— Maria de Fatima, não discuta, vamos — Ju disse puxando-me do sofá.
— É — Gil disse.
— Vocês estão concordando de novo? Isso está ficando estranho — Brinquei novamente.
— Acho que bebi demais — Ele falou.
— Aham, sei! — Ironizei.

Ju iria dormir em minha casa, ela disse que “não era nem um pouco seguro deixar-me nesse estado com o irresponsável do Gil cuidando de mim”.
Eu botei um pijama e emprestei um para ela, enquanto isso, ele estava no quarto de Bruno arrumando o colchão em que ele iria dormir. Bati na porta e entrei lá enquanto Ju trocava-se.
— Gil, você pode voltar para festa, se quiser, sei que estava se divertindo...
— Na verdade, eu não estava me divertindo tanto assim.
— Você está gostando de Ju, né? — Disse rindo.
— Você... Você deve estar abalada ainda e está delirando, que tal ir dormir?
— Ah, ficou vermelho!
— Não fiquei não.
— Hm, então tá. Boa noite, Gil, e obrigada por ter trago eu e... Ju para casa.
— Boa noite, Fatinha. Imagina, qualquer coisa é só chamar — Sorriu.

Entrei no meu quarto e Ju estava arrumando o colchão.
— Você dorme na cama, pode deixar que eu durmo aqui — Disse para ela.
— Imagina, qual é a diferença?
— Tudo bem...
— Que fofo da parte do Gil sair da festa e nos trazer aqui, não é? — Sorriu.
Abri um sorriso ainda maior.
— Vocês se amam e não cansam de esconder isso...
— Boa noite, Fatinha! — Disse tentando fugir do assunto. Eu ri.
— Boa noite, Ju, e obrigada...
Virei para o lado e tentei dormir. Dormir? Como? Com esses pensamentos é que não.
— Ju... — Tentei ver se ela ainda estava acordada.
— Sim?
— Você sabe que eu não vou conseguir dormir, não é?
— É, eu imaginei... — Ela riu acendendo a luz.
Ficamos um tempo conversando sobre coisas idiotas, tentando nos segurar para não rir alto e acordar Gil. Rir às vezes espantava meus pensamentos ruins.