— Ainda não pensei nisso.
— Então é melhor pensar rápido.
— Pode deixar. Acho até que já tenho uma idéia — A malícia vibrava em seu meio sorriso. Como sempre — E acho que você vai gostar.
— O... Que... É?
— Daqui a pouco você vai ver.

Levantei e comecei a retirar a mesa do café. Peguei a tigela com o bolo de chocolate para guardar.
— Ei, eu estava comendo! — Disse Bruno referindo-se ao bolo.
— E daí? Já comeu demais, chega! — Disse rindo.
Ele se levantou e foi até a cozinha, como se tivesse se lembrado de algo importante.
— Hoje chega o meu primo!
— Ahn? — Perguntei confusa.
— Ele também passou para a Universidade de Los Angeles e vai ficar aqui.
— Viu? Mais um motivo para sobrar bolo de chocolate! — Disse pegando a esponja para começar a lavar a louça.
— Não! Mais um motivo para não sobrar bolo de chocolate! — Respondeu pegando a toalha para secar o que eu já tinha lavado.
Eu ri.
— E de onde ele é?
— Orlando.
— Ah, eu já morei lá.
— Mentira!
— Sério — Ri — Ei, eu não morei a vida inteira no Arizona, não, em?
Ele riu também.
— Ah, então você deve conhecê-lo.
— Orlando é grande, Bruno, quais são as probabilidades?
— É...

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Bruno estava secando um prato quando sem querer ele escorregou e caiu ao chão. Na tentativa de pegá-lo, nos abaixamos e nossas mãos se encostaram. Nossos rostos estavam muito próximos, poucos centímetros de distância. À medida que nos levantávamos, nossas olhares se encontravam. Perdi o chão.
Na verdade, eu me perdi naquela imensidão castanha. Sequei a mão na toalha que ele segurava, sem mover meus olhos.
Ninguém mais se mexia, ficamos nos encarando por alguns minutos. Eu precisava sair dessa situação, mas não sabia como.
— Hm... Então, Bruno, já pensou no que quer ganhar da aposta? — Disse desviando o olhar e virando-me de costas, tentando mudar de assunto.
— Sim — Disse ele largando a toalha e puxando a minha mão, fazendo-me virar e meus lábios ficarem a um milímetro dos dele.
— E... O que... É? — Perguntei com dificuldade, eu já não conseguia pensar em mais nada. Estava me sentindo em uma cena de algum filme romântico...

Ele botou as mãos na minha cintura e me puxou para mais perto. Nossos lábios se encontraram e... Tudo o que estava na minha mente de repente fugiu. Aquilo era errado, era... Proibido. Mas não dizem que tudo o que é proibido é sempre melhor?
Nossas línguas brincavam em perfeita harmonia. Quando vi, meus dedos estavam enroscando-se em seus cabelos. Sua mão subiu fazendo o contorno da minha coluna, e foi descendo até a minha cintura novamente. Ele a acariciava.
Levei minha mão até a sua nuca e arranhei de leve. Ele contorceu um pouco o pescoço, parando por um momento o beijo. Eu ri. Logo ele voltou a me beijar, desta vez mais rápido. Ele puxava-me cada vez mais, nossos corpos estavam colados. Desci minhas mãos para seus ombros, tentando me apoiar, eu já estava ofegante. As deles, antes na minha cintura, foram subindo lentamente e levantando a minha blusa junto. Tirei as mãos dele dali, fazendo minha blusa descer novamente.
Ele riu, sem parar o beijo. Meu ar estava acabando, então comecei a parar, dei um selinho e fechei a boca. Ele me abraçou, afundei minha cabeça em seu peito, tentando esconder meu rosto. Novamente, eu estava com muita vergonha. Além de eu, e ele, sabermos que o que fizemos foi errado.