Mamãe bateu na porta.
— Já acordou filha?
— Já, mãe, pode entrar.
— Estava no telefone? Nessa hora?
Sorri.
— Estava falando com o papai...
— Ah... E como estão as coisas por lá?
— Bem. Mãe... Eu gostaria de saber se eu posso ir visitá-lo no próximo final de semana.
— Mas já? Temos cuidar das passagens de avião, de quando você volta, de quem irá com você...
— Então você deixa? — Meus olhos brilharam — E... Como assim quem irá comigo?
— Eu não deixaria você ir viajar sozinha!
— Mas se eu vim sozinha, eu posso voltar sozinha, não posso?
— É a minha condição, Maria de Fatima.
— Tudo bem... Mas em quem você estava pensando de ir comigo?
— Bruno!
Que?
— Sem chance!

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— Por que sem chance, filha? — Perguntou mamãe.
— Ah... Porque seria ruim para o meu pai ter o filho do seu novo marido na casa dele... — Menti. Eu odeio mentir, mas eu já estava virando uma profissional.
— Então quem poderia ir com você?
— Hm... Ju! — Sorri.
— As coisas não são tão simples assim... Eu teria de falar com os pais dela, com o seu pai, arrumar muitos detalhes. Não daria para você viajar nesse final de semana.
— Poxa... Que pena, vou ter que ir sozinha... — Brinquei e ela riu.

— Bom, filha, mais tarde nós conversamos.
— Vai sair?
— Vou trabalhar, né? Kevin já foi, agora é minha vez.
— Ok, tchau, mãe.
— Tchau — Ela sorriu.
Desci, sentei-me à mesa e comecei a tomar meu café. Estava tão concentrada passando a manteiga no pão que só notei a presença de Bruno quando ele já havia se sentado.

— Acordou cedo... Foi dormir cedo também? Que foi? A festa foi ruim? — Fiz biquinho e logo depois gargalhei.
— Bela jogada. Convencer Ju daquilo, genial.
— Ela contou a você?
— Não, mas qualquer tolo perceberia.
— É, e realmente, um tolo percebeu.
Ele revirou os olhos, e eu continuei:
— E então, já posso escolher o que quero ganhar? — Sorri.
— Nem tão rápido. Quem disse que eu não resisti? Eu ganhei a aposta, Fatinha, agora eu que escolho o “prêmio” — Bruno falou a última palavra com uma pitada de ironia.
— Ah... Eu... Mas... Ah, qual é? Eu só acredito com testemunhas.
Ele revirou novamente os olhos.
— Ótimo, ligue para Ju, então.
— Não, não quero acordá-la. Ela com certeza deve ter se divertido mais que você, então deve estar mais cansada — Fiz biquinho novamente.
— Tudo bem, mas na minha opinião você só não quer aceitar que eu venci.
— Eu não vou falar com Fera — Decretei.
— E quem disse que é isso que eu quero? — Sorriu.
— Então... O que você quer? — Perguntei com medo.