Fera e Ju já tinha ido embora, Kevin e mamãe ainda não tinham voltado do trabalho. Abri a porta do quarto dele sem bater, como ele sempre fazia, e... Não foi uma boa idéia. Bruno estava apenas com uma toalha enrolada em sua cintura.
Olhei assustada e respirei fundo. Pensei no que ele faria se abrisse a porta do meu quarto e eu estivesse apenas de toalha. Ele entraria. E eu entrei. Sentei-me a sua cama.
— Fatinha! — Bruno falou assustado. Eu gargalhei.
— Que foi? Você faria igual, ou até pior — Sorri cinicamente.
— O que você quer?
— Falar a você o que terá que fazer essa noite.
— Comece.
— Primeiro bote uma roupa!
Bruno já ia tirar a toalha ali mesmo quando falei:
— No banheiro!
Ele riu. Já falei como eu odeio ser meia-irmã de uma pessoa totalmente desinibida e galinha? Já? Ah tá.
Ele entrou no banheiro, e deixou a porta aberta, e em um milésimo de segundo vi ele apenas de roupa íntima. Por Deus! O que ele tem na cabeça? Tapei meus olhos com as minhas mãos.
Bruno voltou, dessa vez vestido.
— Então, o que quer que eu faça?

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— Nessa noite... Você não vai ficar com ninguém — Sorri triunfante.
— O quê? O que isso tem de maduro?
— Pessoas maduras conseguem ir a uma festa e não ficar, muito menos transar, com ninguém. Pessoas maduras sabem como se divertir sem nada disso.
— Tudo bem, mas e se eu conseguir? O que eu ganho?
— O meu respeito, é claro.
— Só isso? — Sorriu com aquela malícia típica.
— Sim, só isso.
— Então não vale à pena...
— O que você quer?
— Você vai ter que ir falar com Fera!
— Como assim? Bruno!
— Ué, pessoas maduras não resolvem seus problemas?
— Peça qualquer outra coisa!
— Qualquer?
— Sim — Perguntei com medo da resposta.

Eu estava em pé. Bruno chegou vinha chegando mais perto. À medida que ele se aproximava mais, eu me afastava. Até que cheguei à parede.
Eu o olhava com uma expressão totalmente assustada e confusa. Ele parou na minha frente. Perto o bastante para eu sentir a sua respiração.
— Fala logo, Bruno! — Falei empurrando-o para trás.
Ele não falou nada, apenas ficou me encarando.
Arqueei uma sobrancelha e comecei a encará-lo também. No que será que ele estava pensando? Isso estava começando a ficar desconfortável.
Ele finalmente parou e começou a rir. Rir não, gargalhar.
— Você é tão inocente — Disse enquanto não conseguia parar de rir.
— Do que você está falando?
— Inocente, ingênua... E eu que sou o infantil?
Finalmente a ficha caiu.
— É, realmente, eu sou inocente e ingênua. Ooooh, me desculpe se eu não sou uma dessas vadias que você está acostumado! E... Sim, você que é o infantil.
Sai do quarto dele e desci as escadas. Senti algo me puxando para cima, olhei para trás... Bruno. Ele me empurrou e eu entrei novamente em seu quarto.
— O que é? Quer repetir de novo como eu sou “ingênua, inocente, infantil”? Porque eu já entendi da primeira vez, Bruno.