— Fatinha, isso acontece todos os dias!
— E você acha isso certo?
— Na verdade, não. Poxa, só duas em uma tarde? Estou decaindo — Riu novamente.
— Só? Só duas? Bruno, se tivesse uma garota gostosa aqui, agora vocês já estariam se beijando.
— Não é bem assim. Tem uma garota gostosa aqui agora e não estamos nos beijando.
— Nem vem, senhor exemplo de maturidade.
Ele sorriu, desse sorriso saiu uma risada.
— Eu sou maduro!
— Não convenceu. Bruno, você é tudo, menos maduro.
— Tudo, é? — Sorriu. Dessa vez a malícia estava em seus olhos. Medo, muito medo.
— Maneira de falar, acorda!
Eu tinha que me cuidar mais. Na verdade, cuidar mais no que eu falava. Afinal, tudo ele maliciava, e eu não gosto de maus entendidos.
— Eu vou provar para você que eu sou maduro — Arqueou uma sobrancelha.
— Prove.
— O que você quer que eu faça?
— Quando será a próxima festa?
— Sexta feira.
— Daqui a quatro dias? Ótimo.
Ele me olhou com desconfiança.
— Não vai me falar qual será o “desafio”?
— Não ainda — Sorri.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

O resto da semana passou sem nenhum acontecimento importante. Era quinta feira à noite quando Bruno entrou no meu quarto sem pedir licença e sentou-se na minha cama. Isso já estava virando típico.
— Fatinha, hoje é quinta feira.
— Sim, isso eu sei — Apontei para o calendário atrás da porta do meu quarto.
— E isso quer dizer que a festa é amanhã.
— Exato. Mas, e...? — Eu sabia o que ele queria. Saber qual seria a aposta, obviamente.
— E o que você quer que eu faça para provar que sou maduro? — Disse irônico.
— Hm, Bruno, por que a minha opinião é tão importante para você? — Perguntei cínica.
— Eu não disse que era.
— Então por que quer provar para mim que você é maduro?
— Porque... — Ele hesitou — Porque eu sou mais velho que você.
— E o que isso tem a ver? — Ri.
— E que se eu não for mais maduro do que uma pirralha, eu serei mais maduro do que quem? Eu não quero ver você falando para suas novas amiguinhas que me acha infantil. Eu tenho uma reputação, fatinha.
— É, faz sentido.
— Então, o que você quer que eu faça? — Revirou os olhos.
— Amanhã você saberá — Sorri.