— Dá para acreditar? Férias! – Fatinha falou empolgada. Ela e Bruno estavam na última festa do ano letivo. Ele estava sentado em uma poltrona e Fatinha estava em seu colo, com seus braços envolvendo o pescoço dele e sua cabeça pousada no mesmo local. Bruno também a envolvia pela cintura.
— Eu sei! O ano passou voando – Sorriu. Fatinha levantou sua cabeça e o encarou, sorrindo de volta.
— Foi um ótimo ano...
— Você acha? Eu preferi o final dele – Bruno pareceu pensar, fazendo-a rir e dar um selinho demorado nele.
Fatinha afastou sua cabeça da dele e observou em volta. Tinha um grupo de garotas dançando sensualmente a poucos metros deles, mas ela não deu muita bola para isso... Só quando um amigo de Bruno passou, olhou as garotas e levantou a sua bebida em direção dele, como se brindasse a “visão”. Bruno repetiu o gesto rindo e Fatinha abriu a boca perplexamente.
— Não acredito nisso – Falou com raiva e deu um tapa no seu braço. Ele gargalhou e apertou os seus braços na cintura dela.
— Você sabe que eu só tenho olhos para você – Respondeu com um sorriso amarelo e beijou a sua bochecha – Minha linda – Disse perto do ouvido dela, fazendo-a estremecer. Tentou ignorar o fato de aquela ser a primeira vez que ele a chamava de “minha” alguma coisa.
— Lindo vai ser o meu joelho ir parar acidentalmente no seu estômago se você continuar olhando pra bunda daquelas vadias – Sorriu cinicamente.
— Ciumenta! Você é mais bonita que todas elas.

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— Tudo bem, estou começando a perdoar você. Continue... – Falou com humor na voz – E eu sugiro que você repita o que disse há alguns segundos atrás – Sorriu. Bruno pensou um pouco e riu tímido, dando outro beijo na bochecha dela.
— Minha linda – Um selinho – Meu amor – Outro – Meu anjo – Mais um – Minha vida – Outro selinho – E por favor, não me obrigue a chamar você de princesa, que isso é brega demais – Falou rápido, dando outro selinho nela. Fatinha gargalhou.
— Perdoado – Sorriu e iniciou um beijo mais profundo que os outros.
No meio de tudo isso, Bruno não havia percebido, mas ela estava completamente mole. O efeito que ele tinha sobre ela era esse. Fatinha se sentia estúpida, mas não conseguia parar. Amava-o tanto que doía. Pelo menos ela sabia que era recíproco. Na verdade, tinha algumas dúvidas se ele a amava tanto quanto o inverso acontecia, mas só de saber que Bruno sentia pelo menos um décimo do que ela sentia por ele, já estava feliz.
Ah, se ela soubesse que ele a amava muito mais do que essa quantidade... Muito mais...

— Oi, casal – Fatinha cumprimentou bem humorada quando Fera e Malu chegaram na festa.
— Férias! – Malu gritou pulando animada, ignorando-a e fazendo todos rirem – E eu vou ter que beber pelo menos cem doses de tequila para compensar o preço desse vestido – Ela falou séria.
— Não, Malu. Você não vai beber hoje – Fera falou sério.
— Por quê? Eu nem faço besteiras quando estou bêbada!
— Não é isso – Ele riu – Mas hoje, você é a motorista.
— Eu? Quem decidiu isso?
— Eu e o Bruno hoje mais cedo – Sorriu vitorioso e Bruno o acompanhou.
— Posso até ser a motorista, mas não vou cuidar de bêbado – Cruzou os braços.
— Quem disse que precisamos dos seus cuidados? – Bruno provocou.
— Ah, não precisa? Vamos ver então – Malu mostrou a língua, fazendo-o rir.
— Fala sério, Maria Luiza! Você diz que nós dois vamos ficar bêbados, mas todos nós sabemos que a pessoa que mais bebe aqui é a Fatinha, se liga! – Fera brincou e os quatro riram.
— Vai dormir, Fera!
E não deu outra. Uma hora depois, Fera já estava caído em um canto – como noventa por cento das pessoas naquela festa – e Malu estava ao seu lado, rindo da cara dele. Ela sabia que devia ser uma boa namorada e ajudá-lo, mas aquela cena era extremamente engraçada.
Bruno também não estava em uma condição muito melhor, não. Quero dizer, ele ainda estava em pé e continuava bebendo, mas vez ou outra soltava umas frases que faziam Fatinha praticamente chorar de rir. Dessa vez, ela não estava controlando-o. Sabia o que acontecia quando ela tentava fazer isso. Lembrava-se muito bem de quando ela o controlou em Los Angeles: Bruno e ela brigaram e ele acabou mudando-se para NY. Então ela tentava apenas relaxar e rir. Sabia que teria de dormir na casa dele para botá-lo para dormir, mas não estava se importando.

— Boa noite, gente – Malu falou assim que estacionou o carro na frente do prédio de Fera e Bruno. Fatinha dormiria lá nesta noite e Fera na casa da namorada.
— Vamos, Bruno – Fatinha riu ao ver que ele não conseguia descer do carro.
Andaram até metade do caminho e ele parou ao perceber que tinha uma pequena escada para subirem.
— Isso é uma piada! Quem botou essas escadas aí? – Falou com a voz arrastada.
— Eu acho que você deveria ligar para a construtora do prédio, Bruno.
— É uma ótima idéia, você procura o número na lista telefônica para mim depois?
— Claro – Ela riu.
— Fatinha, eu amo você – Ele disse já no elevador.
— Eu sei, eu amo você também – Riu novamente.
— Não, eu estou falando sério. Eu amo muito você – Bruno falou assentindo. Ela apenas sorriu e balançou a cabeça – Eu não acredito que eu consegui ficar um ano sem você, Fatinha. Você acredita? – Perguntou segurando as mãos dela, como se a pergunta fizesse sentido. Claro que ela acreditava, isso realmente tinha acontecido! Bruno ajoelhou-se no chão do elevador – Selena, você quer casar comigo? – Perguntou intensamente e ela gargalhou.
— Levanta daí, Bruno!
— Não. Primeiro: eu não consigo. Segundo: eu estou falando sério, casa comigo! – Fez cara de coitado.
— Tudo bem, tudo bem. Se amanhã você se lembrar de tudo o que você está me falando agora, eu faço o que você quiser.
— Eu vou lembrar. Agora... Você bem que podia me ajudar a levantar, não é? – Perguntou fazendo-a rir.

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Fatinha acordou cedo no outro dia. Olhou para o lado e lembrou-se que tinha dormido na cama de Bruno, já que ele não havia deixado-a ir para algum outro quarto.
Não. Não havia acontecido nada demais naquela noite. Fatinha nunca se aproveitaria dele naquele estado.
Levantou-se e foi até a cozinha preparar o café e tentar achar algum remédio para Bruno.Coitado... Se soubesse a dor de cabeça que teria quando acordasse... Tudo bem, ele sabia, já havia ficado bêbado tantas vezes.
Fatinha pegou uma xícara de café e uma fatia de pão com manteiga e foi até a sala, assistir televisão. Ficou assim por mais ou menos uma hora, rindo de uma série qualquer, quando Bruno apareceu na sala.
— Nossa, abaixa essa televisão – Ele botou as mãos na cabeça e Fatinha prendeu o riso, botando a TV no mudo.
— Bom dia para você também!
— Bom dia, meu amor, desculpa – Sorriu e beijou o topo da cabeça dela, que não escondia o sorriso do tamanho do mundo por causa do apelido.
— Fiz café e já separei seu remédio.
— Mas que menina prestativa! – Brincou e seguiu para a cozinha. Alguns minutos depois, já estava na sala novamente.
— A dor de cabeça está passando? – Fatinha perguntou e ele assentiu.
— Eu fiz muita merda ontem? – Questionou preocupado e mexendo em seu cabelo.
— Você não se lembra de nada – Ela deu um sorriso triste. Não, aquela não havia sido uma pergunta. Tinha sido uma constatação. Mas o que ela queria, afinal? É claro que todas aquelas declarações só aconteceram porque ele estava bêbado. Bruno não era do tipo que ficava falando de seus sentimentos o tempo todo e ela tinha que se acostumar com isso.
— Na verdade, eu me lembro de algumas coisas – Ele riu – Vou me trocar e já venho – Bruno disse e só então Fatinha percebeu que ele estava apenas com uma bermuda de pijama.