Bruno encarou Fatinha por alguns segundos enquanto pensava naquela pergunta repentina. Respirou fundo e abriu um sorriso fraco, sem mostrar os dentes.
— Depende do que você entende por chorar. Sair lágrimas ou ficar descontrolado e gritar também?
— Sair lágrimas – Respondeu ansiosa.
— Duas vezes.
— Sério? – Ela perguntou arregalando os olhos. Nem nos seus pensamentos mais profundos ela imaginaria que faria o inabalável Bruno chorar – Quando?
— Quando eu saí do seu quarto naquela vez que brigamos e você me mandou para NY e quando eu entrei no avião...
— Uau – Suspirou.
— Surpresa?
— Muito!
— Para você ver que não é só você quem sofre quando nós brigamos – Comentou. Fatinha travou uma batalha no seu psicológico. Ficar feliz por Bruno se preocupar tanto com ela ou triste por fazê-lo chorar? Na dúvida, sorriu e ajoelhou-se, abraçando-o em seguida. Ele passou os braços pela cintura dela, apertando-a contra si. Beijou levemente a bochecha dela e a soltou delicadamente.
— Vamos, você está morrendo de frio – Ele a ajudou a levantar.
— Estou mesmo! – Fatinha riu e pegou os seus sapatos, começando a andar em seguida. Bruno a puxou pelo braço e segurou firme em sua cintura.
— Eu acho que depois dessa confissão eu mereço um beijo – Ele sorriu.

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— Talvez... – Ela disse segurando as mãos dele por cima da sua cintura – Se você conseguir me pegar – Sorriu e rapidamente tirou as mãos de Bruno de lá, correndo logo em seguida.
Bruno riu. Por um segundo pensou ter conseguido. Fatinha estava saindo mais imprevisível e difícil do que pensara. Como ela conseguia ser assim? Em um minuto, a pessoa mais madura do mundo. No outro, virava uma criança: extremamente inocente, doce e divertida.
Logo viu que ela já estava consideravelmente longe e correu atrás dela. Fatinha alargou o sorriso e deu um gritinho ao ver que ele estava se aproximando. Que coisa mais clichê. O garoto correndo atrás da garota na praia depois de um encontro extremamente romântico. Exatamente do jeito que Fatinha gostava.
Ela riu quando Bruno a abraçou por trás e a girou no ar, colocando-a depois na areia e a virando de frente para si.
— Parece que eu peguei você – Ele comentou. Fatinha sorriu.
— Parece que sim...
— Então eu mereço o meu prêmio – Deu um sorriso torto, o qual Fatinh amava. Encararam-se por alguns momentos até que ela sorrisse.
— Não, você não merece ainda – Ela deu de ombros e virou-se, indo em direção à saída da praia. Bruno ficou alguns segundos rindo e logo andou ao seu encontro, dando de ombros. Ele iria reconquistá-la. Era uma promessa.
Pobre Bruno. Nem sabia que ele não precisava fazer nada para que Fatinha caísse de amores por ele...

— Sabe o que percebi? – Fatinha falou quando estavam chegando em seu prédio.
— O que? – Bruno perguntou sem desviar os olhos da estrada.
— Que eu estou em NY há meses e ainda não visitei todos os pontos turísticos!
— Como não? – Ele questionou olhando-a por alguns instantes antes de voltar a olhar o trânsito.
— Esqueci – Ela riu.
— Então você vai amanhã.
— Vou? – Fatinha sorriu.
— Vai. E comigo! Eu sou um ótimo guia turístico, fique sabendo.
— Essa eu pago para ver – Ela riu.
— Mas falando sério, esteja pronta às dez e meia. E nem pense em tomar café em casa, nós vamos primeiro na maior Starbucks do mundo.
— Você é o melhor – Ela falou sorrindo, mas por dentro estava totalmente derretida. Desde quando Bruno era tão atencioso? Céus, ela estava amando isso!
Logo chegaram o prédio de Fatinha.
— Está entregue, mocinha.
— Obrigada pela noite. Foi ótima – Sorriu docemente.
— Eu é quem agradeço – Bruno sorriu também. Fatinha pegou a sua bolsa, deu um beijo na bochecha dele e saiu, logo adentrando o prédio. A noite realmente havia sido ótima. Melhor que isso: perfeita.