Capítulo 116

Bruno buscava rapidamente o zíper do vestido que Fatinha usava, até achá-lo na lateral de seu corpo. Foi descendo-o lentamente, como se pedisse permissão. Como ela apenas continuava a beijá-lo, Bruno desceu o zíper até chegar ao final e soltando-o logo em seguida, fazendo com que o vestido descesse pelas pernas de Fatinha, chegando ao chão. Ela, apenas de roupas íntimas, tirou com dificuldade o cinto da calça de Bruno. Não podemos culpá-la, ela não tinha habilidade com aquilo. Ele pegou-a no colo, com uma mão embaixo das pernas dela e a outra apoiando-se nas suas costas, e rumou em direção ao seu quarto. Ele andava meio que cambaleando. Talvez fossem as calças que estavam quase caindo, ou o efeito da bebida, não era possível saber, mas tropeçou umas duas vezes até chegar ao destino final, arrancando risadas de Fatinha entre os beijos.
Ele colocou-a delicadamente sobre a sua cama e deitou-se por cima, tirando a sua própria calça em seguida.
Ambos estavam apenas de roupas íntimas. Então, você se pergunta: o que está passando pela cabeça deles? E vem a resposta: ambos não fazem a menor idéia! Fatinha sempre quis que a sua primeira vezfosse especial, romântica e com alguém especial. Mas o que aquilo estava sendo? Ela estava indo para a cama bêbada com alguém mais bêbado ainda!
Ela sentiu sendo invadida e uma dor percorreu toda a extensão de seu corpo. Uma dor esquisitamente boa, que foi sendo substituída por prazer a cada investida de Bruno.
De uma coisa ela tinha certeza: estava sendo com alguém especial. E estava sendo ótimo. Ela não sabia como iria ser quando acordasse, nem com que cara olharia para ele, mas queria aproveitar cada segundo.

Fatinha abriu os olhos lentamente e desejou não ter os abertos. Que merda de dor de cabeça era aquela? Olhou ao redor e... Aquele não era o seu quarto! Céus, onde ela estava? Nunca, nunca mais iria beber novamente! Olhou um pouco para baixo e viu que ela simplesmente não estava deitada em um travesseiro, e sim sobre o peito de um cara que ela estava com medo de descobrir quem era. Tentou lembrar-se do que acontecera na noite passada, mas isso só fez com que a sua cabeça doesse mais ainda. Levantou-se lentamente e quase deu um grito ao ver que ambos estavam apenas de roupas íntimas. Arranjou coragem de alguma parte do corpo e olhou para o rosto do garoto que estava com ela. E você deve imaginar o quão surpresa ela ficou ao ver Bruno na cama. Levou as mãos a boca extremamente aberta e sentiu vontade de gritar. Certo... Ela precisava lembrar o que tinha acontecido na noite passada. Mas, para isso, tinha que sair dali o mais rápido possível. Vamos combinar, com Bruno semi-nu ela não ia conseguir pensar em mais nada.
Levantou-se e olhou para o chão, vendo um preservativo. “Menos mal”, pensou. Saiu do quarto atordoada e deu de cara com a uma sala cheia de roupas jogadas. O que diabos tinha acontecido? Catou uma por um e jogou tudo no cesto de roupas sujas. Então, foi para o seu quarto e colocou uma roupa. Estava fazendo de tudo para não ter que pensar naquilo. Mas, infelizmente, nem tudo é como queremos e com Fatinha não foi diferente. Inconscientemente, todas as cenas da noite anterior surgiram na sua mente, fazendo-a sentir vontade de chorar. Quem era aquela e o que ela fez com a verdadeira fatinha?
Foi para a cozinha preparar um café bem reforçado e depois tomar um remédio para aquela maldita dor de cabeça. Pelo visto, Bruno também precisaria. E quando ele acordasse? Ela estava completamente ferrada. Não sabia o que doeria mais: ele não lembrar, ou fingir que nada aconteceu. Isso sem contar se ele ficar bravo por ela ter se “jogado” em cima dele...

— Eu nunca mais vou beber na minha vida! – Bruno apareceu na cozinha, devidamente vestido, com uma mão na testa – Puta merda, eu já tinha até esquecido o quanto dói! – Ele reclamava como se estivesse falando sozinho, fazendo Selena ter que segurar o riso.
— Eu fiz café, ouvi dizer que melhora. E tem remédio para dor de cabeça em cima da bancada – Ela sorriu docemente.
— O que seria de mim sem você? – Ele brincou e começou a botar café em uma xícara – Você sabe onde está Fera? Eu não lembro de nada do que aconteceu noite passada – Bruno riu.
— Se eu não me engano, ele foi dormir na casa da Malu.
— Como assim “se eu não me engano”?
— Eu... Meio que não lembro muito bem.
— Ah... Espera aí! Você... Bebeu? – Ele perguntou assustado e, após ver Fatinha abaixar a cabeça envergonhada, ele começou a gargalhar – Isso não é possível.
— Toma o seu café calado,
— E você se lembra o que aconteceu ontem a noite? Porque eu não consigo lembrar de nada e eu acordei sem roupas na minha própria cama, o que é um pouco estranho – Ele riu. Fatinha começou a corar bruscamente e abaixou a cabeça.
— Não lembro – Mentiu.
— Ah... Ei! – Ele olhou para o nada, como se estivesse pensando em algo. Fatinha arregalou os olhos: ele estava se lembrando de tudo? Então, Bruno olhou para Fatinha com os olhos arregalados e começou a gargalhar alto – Não acredito – Ele ria escandalosamente, deixando Fatinha envergonhada. O que era tão engraçado?
— Você está rindo do que? – Perguntou cínica, bebendo um gole do seu café.
— Não se faça de desentendida! – Ele ainda ria – Então quer dizer que eu dormi com a pura e inocente Maria de Fatima? – Perguntou e logo deve que desviar dos biscoitos que ela jogava nele.