— Eu? Ficar com você? Vitor, nós mal nos conhecemos! – Fatinha se assustou.
— Eu sei. Mas isso não quer dizer que não podemos nos conhecer – Ele sorriu.
— Vamos ver. Quem sabe você não me conquista? – Falou e virou as costas, sorrindo enquanto saía.
Fatinha sentiu-se melhor por ter resolvido este problema. Mas agora surgiu outro: como dizer para Vitor que ele não conseguiria conquistá-la? Afinal, todos sabem o quanto ela era apaixonada por Bruno. Mas... E se ela estivesse enganada?
Pensou em encontrar Malu e contar sobre a conversa que teve com Vitor, entretanto o sinal já havia tocado. Estava atrasada. “Me atrasando? Você não começou bem, Vitor...”, pensou.
O resto do dia passou sem nenhum acontecimento marcante, exceto...
— Você o que? – Bruno perguntou.
— Eu fiz as pazes com ele – Fatinha deu de ombros enquanto entrava no apartamento. Ela vinha contando para ele, Malu, Fera e Chelsea enquanto subiam pelo elevador.
— Assim? Um pedido de desculpas conserta tudo o que ele fez? – Perguntou confuso.
— Ué, Bruno? Não estou entendendo. Não foi você quem disse que não era para eu odiá-lo?
— Uma coisa é você não odiar alguém, outra é perdoar.
— Vocês não vão brigar, vão? – Malu revirou os olhos.
— Não estamos brigando, estamos discutindo – Bruno explicou.
— E, falando nisso, essa discussão já deu o que tinha que dar. Vou para o meu quarto, com licença.
— E eu vou pedir uma pizza.
— Vou com você, Bruno – Malu o seguiu até a cozinha, onde estava o telefone, e fechou a porta – Tudo bem, agora você pode me explicar o que aconteceu ali?

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— Como assim?
— Como assim, Bruno? Como assim?!
— É... Foi o que eu perguntei – Falou impaciente.
— Só me responda uma coisa. Você estava com ciúmes?
— De quem? fatinha? Claro que não, Malu!
— Estava, sim – Ela riu – Fala sério, Bruno! Você deu o maior ataque de ciúmes ali! Só me responda uma coisa... Por quê?
— Alô? Eu gostaria de fazer um pedido – Ignorou a pergunta dela enquanto ligava para a pizzaria.

— Você precisa terminar uma história... – Malu disso sorrindo enquanto entrava no quarto de fatinha e sentava-se na sua cama.
— Que história? – Fez-se de desentendida.
— Não se faça de salame.Você acha que eu não sei que aconteceu mais que aquilo que você falou para nós?
— Eu sei. Na verdade, acho que você sabe de muita coisa. Pensa que eu me esqueci daquele olhar todo malicioso que você deu para mim naquela festa em que eu conheci o Vitor? Foi mais ou menos assim “Vitor? Quem é Vitor?” – Perguntou forçando um pouco a voz e fazendo uma cara de inocente, para imitar a si mesma e depois deu um passo para o lado e fez a melhor expressão maliciosa que conseguiu, fazendo Malu rir.
— Ah, fala sério, Fatinha! Minha cara não é assim!
— Tanto faz, sua boba. Tem certeza que não vai contar o seu plano malígno?
— Eu me rendo – Balançou as mãos na altura da cabeça – Eu falei para o Vitor que tinha uma amiga lindíssima e solteiríssima. Eu que chamei ele para aquela festa. Eu só queria que você se livrasse logo desse fantasma que lhe persegue!
— Mesmo que seja um fantasma moreno, lindo, com sorriso cativante e olhos penetrantes? – Falou levantando as sobrancelhas.
— Sua tarada! – malu riu – Mas não pense que você vai fugir do assunto, não! Continue me contando a história!
— Tudo bem! Ele disse que queria ficar comigo!
— Sério? E você disse o que? – Malu perguntou animada.
— Eu disse para ele esperar, já que nós nem nos conhecíamos direito. Ele disse que eu sou diferente... E então eu falei para ele me conquistar – Terminou de falar escondendo o rosto em seu travesseiro, com vergonha.
— Ui, mas que menina mais misteriosa! – Brincou fazendo ambas rirem.

— Fatinha! – Ouviu Bruno chamá-la da sala. Ela e Malui saíram do quarto para ver o que o mesmo queria, então viram um homem desconhecido na porta com um buquê de flores da mão e uma prancheta na outra.
— Maria de Fatima é você? – O homem perguntou e a mesma assentiu – Tenho uma entrega, basta assinar aqui – Pegou uma caneta no bolso e apontou para a prancheta. fatinh fez o que o rapaz instruiu e agradeceu, fechando a porta em seguida.
— Hm! – Fera prolongou o murmúrio cutucando Fatinha com um sorriso como quem diz “eu sei o que você andou fazendo”.
— Sai para lá, Fera, deixe-a abrir o cartão! – Malu empurrou o namorado e ficou ao lado da garota.
— Curiosa! Aposto que você quer saber mais de quem é que eu! – Fatinha riu.
— Eu? Não quero saber de nada. Até parece que você não sabe de quem é...
Fatinha abriu o cartão sobre os olhares curiosos de todos, inclusive Bruno e Fera, que nem sabiam de quem era. Chelsea estava confusa, não fazia nem idéia de quem poderia ser essas flores. Fatinha leu atentamente as letras no papel.

Comecei bem?
-Vitor

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Fatinha riu balançando a cabeça, como se ele estivesse ali.Malu, que estava lendo junto, sorriu e começou a bater palmas e pular animada.
— Que meigo! – Ela falou.
— De quem é? – Chelsea sorriu.
— Vitor – Malu falou como se fosse óbvio e depois riu.
— Ah – Bruno respondeu tentando abrir um sorriso.