A testa escorria um suor pesado, e ele tentava não arfar enquanto se curvava respeitosamente diante de seu adversário. Fora uma partida complicada, vencera por apenas três cartas. Mas ainda assim era um resultado melhor do que o esperado; ele jurava desde as últimas quinze cartas de que perderia daquela vez.

-Muito obrigada.

Ficou de pé e saiu calmamente, evitando as pessoas que queriam cumprimentá-lo. Estava exausto, foram três partidas seguidas, todas elas contra jogadores experientes de classe A. Queria ir pra casa descansar um pouco.

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O celular vibrou, tirando sua concentração. Iluminou o visor e sorriu com o conhecido endereço na tela.

"Se divertiu na final das regionais? Tenho certeza de que você é o vencedor! Nos vemos no torneio nacional, e eu serei a rainha com certeza!"

"A modéstia de Chihaya nunca mudava." Riu consigo mesmo. Respondeu laconicamente a ela:

"Veremos."

Abafou a risada, imaginando-na indignada com aquele tipo de resposta e voando pra treinar karuta ate que seus olhos rogassem por descanso. Ela era assim: 1/4 de determinação, e 3/4 de teimosia. PIor de tudo: ela que fora a responsável por sua última vitória.

A voz harmoniosa da leitora ainda sussurrava a carta "Deuses passionais" em seus ouvidos, a antepenúltima que ele tocara. Aquela não era a sua carta. Mas era uma carta que ele jamais se perdoaria se perdesse.

Quantas vezes mais a Chihaya o resgataria?

ela aguardava que o seu significado o atingiu com a batida de um coração. A carta Ariwara no Yukihira

A última carta lida quase escapara de seus dedos, por pegá-lo desprevenido. Em parte. Ele estava tão atento ao som das palavras que ela aguardava que o seu significado o atingiu com a batida de um coração. A carta Arikawa no Yukihira.

"Triste é a nossa separação, mas se a brisa no pico Inaba suspirar por entre os antigos pinheiros que você anseia por mim, retornarei imediatamente. "

Carta batida, partida ganha. Coração disparado.

-Tadaima... - Murmurou algo simples para sua mãe e subiu ao seu quarto. Os olhos negros passaram rapidamente por duas fotos que ele conservava religiosamente em seu pequeno mural acima da escrivaninha.

Na primeira, ele ria em um tapete de grama natural, tendo uma Chihaya criança e sorridente de um lado, e um Taichi um pouco consternado do outro. Em outra foto, estavam apenas eles dois, ela segurando o seu braço como se quisesse que ele nunca fosse embora.

Quantas vezes mais ela seria responsável por reerguê-lo?

Chihaya...ele invejava o Taichi. Ele o detestava por estar tão perto dela, quando ele não o podia. Mas ao mesmo tempo, agradecia por ter alguém de confiança para freá-la, antes que ela escorregasse no desespero de crescer.

Ele lembrava na emoção que sentira ao reecontrá-la, agora adulta, e ainda mais linda do que ele esperava. Pela primeira vez ele teve a plena certeza de que sim, ela seria mais do que capaz de se tornar a grande rainha do karuta.

Enquanto isso não ocorria, ele apenas precisava esperar a brisa por entre os pinheiros no pico Inaba sussurrarem-lhe a desculpa de que ele precisava pra correr até ela. E ele iria, como ela foi em seu encontro. E não tornariam a se separar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.