Pasa El Tiempo

Capítulo 28


Os meninos ensaiaram o resto da tarde sem mais tocar no assunto Joaquim. Após o ensaio, cada um foi para sua casa, Maxi estava seguindo seu caminho, mas encontrou Ana sentada na praça, e resolveu se aproximar.

- Pensei que você já estivesse em casa – ele comentou sentando-se ao lado dela.

- Eu deveria, mas ninguém pôde vir me buscar aqui, e bem, eu não poderia ir andando até em casa – falou apontando para o tornozelo ainda enfaixado -, então, “meus pais” pediram que eu esperasse até a hora que eles pudessem vir aqui – ela comentou, referindo-se a família que a estava abrigando durante o tempo que ela ficaria em Buenos Aires.

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- Já está ficando tarde, se você quiser, posso te ajudar e te acompanhar até sua casa.

- Ah não, tudo bem, daqui a pouco alguém aparece – ela sorriu. – Não quero te incomodar.

- Não vai ser incômodo nenhum, eu não ficaria completamente sossegado se te deixasse aqui sozinha e fosse para casa, Buenos Aires fica perigosa ao anoitecer.

- Tudo bem então, eu já estou cansada de ficar aqui também.

Maxi se levantou e ajudou-a a fazer o mesmo, depois a segurou pela cintura e foram caminhando na direção que Ana falou até a casa onde ela estava morando, assim que chegaram, eles pararam de frente um para o outro e ficaram se olhando por alguns minutos.

- Está entregue – ele quebrou o silêncio.

- Obrigada! – ela agradeceu sorrindo.

- Precisa de ajuda para entrar?

- Não, não.

- Então, boa noite, até amanhã – ele se aproximou para dar um beijo na bochecha dela, mas Ana virou o rosto e eles acabaram dando um selinho, Maxi recuou rapidamente. – O que foi isso?

- Maxim, eu gosto de você, e você sabe muito bem disso – ela falou sem rodeios. – Achei que agora que você não está mais com Naty poderíamos dar outra chance para nós.

- Não sei Ana, eu terminei a pouquíssimo tempo, não é certo isso, nem para nós, nem para Naty.

- Se você fala isso é porque ainda gosta dela.

- Isso é certo que sim, nós tínhamos uma história, não tem como eu não gostar de Naty.

- Hm, ok – ela baixou a cabeça.

- Porém, eu também gosto de você, e estou confuso com tudo isso.

- Saiba que foi você quem terminou com a Naty, pelo que ela fez comigo e tudo o mais – ela falou parecendo vítima.

- É, você tem razão, o que ela fez foi errado, mas eu preciso pensar, amanhã conversamos sobre isso, pode ser?

- Tudo bem, eu espero, o que são mais 24h para quem já esperou quase um ano?

- Bo noite – dessa vez ele apenas sorriu.

- Boa noite, Maxim. Até amanhã.

Ele esperou até que Ana estivesse dentro de casa, e seguiu seu caminho. Não sabia até agora onde ela morava, mas depois que a deixou em casa descobriu que os dois moravam relativamente perto, por conta disso, não demorou muito e chegou. Adentrou em casa e foi direto para seu quarto, tomou um banho demorado, aproveitando o tempo para pensar: em Naty, em Ana, em Joaquim, e no que faria agora. Terminou seu banho, vestiu-se e foi até a cozinha jantar, conversou com seus pais sobre ambiguidades, até sua mãe largar a pergunta.

- E Naty, como ela está? Você não a trouxe mais aqui...

- Nós terminamos – Maxi respondeu desanimado.

- Ah, por quê? – sua mãe parecia surpresa.

- Coisas da vida.

- Ah, sinto muito, ela era uma boa menina.

- Era sim – ele falou pensativo. – Não quero mais falar sobre isso.

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- Ok.

Após isso eles continuaram o jantar em silêncio, depois do jantar e de ajudar sua mãe, Maxi foi para seu quarto e deitou para tentar dormir, estava com a cabeça cheia, e tinha certeza que o sono ia demorar a aparecer.

Na casa de Naty o clima estava bem descontraído, ela havia convidado Joaquim para o jantar, após sua mãe ligar e quase intimá-la para isso. Joaquim, que já se dava bem com a família sentiu-se em casa, passaram o tempo todo falando dos anos na Espanha, como havia sido o dia todo de Naty, só que agora com a presença de seus pais, que faziam questão de relembrar dos momentos mais inusitados.

Após o jantar, Joaquim ajudou a mãe de Naty com a louça, e depois a morena o acompanhou até a porta.

- Foi uma noite muito agradável – ele comentou já fora de casa, enquanto Naty se apoiava na porta entreaberta -, obrigada!

- De nada – ela sorriu.

- Então, até amanhã, no Studio – ele se reaproximou dela e deu-lhe um beijo no canto da boca.

- Até – ela falou rapidamente e fechou a porta.

Naty ficou alguns minutos ainda encostada na porta já fechada absorvendo o quase beijo de Joaquim, depois seguiu para seu quarto e arrumou-se para dormir. Jogou-se na cama e ficou se revirando incessantemente até cair no sono.

***

Amanheceu em Buenos Aires, sexta-feira, último de aula antes do final de semana, dia em que todos sempre estão mais agitados, o dia mais esperado, menos para eles, Naty e Maxi. Ele acordou cedo, ou melhor, não havia dormido quase nada a noite passada, pensou muito em Ana, na conversa que haviam tido, e resolvera o que fazer. Naty também pensara muito, estava confusa quanto a Joaquim, mas iria ser sincera com ele, e falar-lhe que nesse momento não queria se envolver com ninguém.

Eles saíram de casa juntos, e no mesmo momento chegaram ao Studio, foi estranho quando se encontraram na porta, olharam-se por alguns segundos, tinham o olhar perdido, triste, mas ainda apaixonado. Maxi foi o primeiro a desviar, virou o rosto e entrou no Studio sem mais olhar para trás, foi direto procurar Ana.

Ana estava no hall observando Brako e outros alunos que coreografam sem música, ela estava admirada com a habilidade do menino, que dançava como se tivesse nascido para isso. Ela estava apoiada em suas muletas, pois seu tornozelo continuava enfaixado. Maxi se aproximou.

- Oi Ana.

- Maxim, boa dia! – ela falou toda sorridente, como sempre.

- E então, tudo bem? – perguntou todo encabulado.

- Tudo bem... Você parece estranho, aconteceu alguma coisa?

- É, bem... Eu pensei sobre a nossa conversa de ontem.

- E aí? – ela pareceu animada, mas não demonstrou.

- Acho que eu deveria dar uma chance para nós, novamente.

- Ah, sério, Maxim? – ela o abraçou, mesmo com dificuldade por conta das muletas.

Naty entrou no Studio e deu com cara com Joaquim, eles se cumprimentaram e estavam conversando sobre eles quando a cena aconteceu há alguns metros de distância deles, Naty comentava sobre a noite anterior.

- E é isso Joaquim acho que está muito cedo para eu me envolver com alguém, Maxi e eu terminamos há pouquíssimo tempo, eu não acho isso certo – comentou.

- Parece que seu ex-namorado não pensa assim... – Joaquim falou apontando para Maxi e Ana. Ela estava atirada nos braços dele enchendo seu rosto de beijos.

Naty observou àquela cena com o coração apertado, então Ana tinha conseguido o que tanto desejara, conseguira separar Maxi e Naty, e agora estava com ele. Às vezes a vida não é justa. Ela olhou por mais algum tempo, e voltou a falar com Joaquim.

- Talvez Maxi não tenha mudado tanto quanto eu achava – falou chateada. – Bom, preciso ir, vou encontrar as meninas para fazermos um trabalho, até mais.

Saiu sem esperar a resposta dele. Ela foi até o Zoom, sua primeira aula do dia seria lá, e assim que entrou, avistou suas inseparáveis amigas: Vilu, Cami, Fran e Ludmi. As quatro estavam de pé em uma roda e jogavam conversa fora.

- Oi – Naty falou desanimada.

- Bom dia, Naty! – Ludmi falou.

- Aconteceu algo? – Viu perguntou notando o desânimo da amiga.

- Parece que Maxi e Ana resolveram assumir seu romance, acabei de ver os dois juntos...

- Juntos como? – Fran parecia confusa.

- Abraçados, mas Ana estava feliz demais, e beija o rosto de Maxi sem parar.

- Talvez não seja nada demais, só estão comemorando alguma coisa – Ludmi sugeriu.

- Não adianta meninas, tenho certeza que é isso, aliás, mais cedo ou mais tarde ia acontecer, e isso nós já sabíamos!

- Ah amiga, sinto muito! – Vilu disse.

- Nós também – Fran, Cami e Ludmi falaram em uníssono, então as quatro envolveram Naty em um abraço.

- Obrigada, meninas – Naty falou agradecida.

Pablo entrou na sala acompanhada dos demais alunos daquela aula e logo já iniciou as atividades da manhã. Propôs aos alunos que se juntassem em três grupos.

- Então, a atividade é a seguinte, cada o grupo da Ludmila, André, Napo, Joaquim e Naty, vai compor uma música para o grupo do León, Maxi, Ana e Fran, que vai compor para Tomás, Brako, Cami e Violetta, que fará a canção para o primeiro grupo.

- Que tipo de atividade é essa? – falou Ludmila indignada.

- Essa é uma atividade que vai mostrar o quanto vocês se conhecem e conhecem seus colegas, além de fazer com que vocês trabalhem em grupos, tanto na composição, quanto na apresentação – Pablo explicou calmamente.

- E quando será a apresentação? – Violetta perguntou.

- Na nossa próxima aula. Alguém tem alguma dúvida ou oposição ao trabalho? - todos responderam que não com a cabeça. – Então é isso, podem começar!

Eles ficaram trabalhando nas canções pela manhã, quando a aula do Pablo terminou, cada um seguiu para algum lugar diferente, uns para o Restó, outros para suas casas. Maxi pediu para Ana espera-lo alguns minutos no Zoom enquanto ele ia até seu armário. Ele estava lá remexendo em suas coisas quando ouviu passos atrás de si e virou-se para olhar de quem se tratava, ficou surpreso com a figura ali presente.

- Preciso falar com você, por mais que você não queira! – ela falou firme.

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