Once Again

The Living Years


Finn continuava boquiaberto, sem conseguir acreditar que aquela mulher parada na frente dele era aquela Rachel Berry.

- Rachel Berry? Você só pode tá de brincadeira. Sem chance, você ser a Rachel.

- Como assim? Do que você tá falando? – Rachel olhava pra ele meio assustada e admirada. Ele era realmente um homem que não passava despercebido, alto e com um sorriso muito fofo. E muito familiar também.

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- É que eu só não consigo acreditar. Não acredito. Não tá me reconhecendo? Mais alguns minutos pra você adivinhar.

Rachel continuava sem entender e olhava curiosa pra ele. Reparou no cabelo propositalmente bagunçado, os olhos que a encaravam ansiosamente, o sorriso bobo e a altura incomum. E o terno que contestava com o sorrisinho estampado na cara dele.

- Rach? – Ele disse. Rachel arregalou os olhos, há muito tempo não a chamavam dessa forma. E só havia uma pessoa, que a chamava daquele jeito. E eles não se viam há quase 10 anos.

- Finn? Finn Hudson?

O homem sorriu ao ver que ela ainda se lembrava do apelido que eles tinham inventado na adolescência:

- Não vai me chamar de Finny? – e ele riu fazendo sinal para que ela se sentasse no banco ao lado dele. Ela ainda muito surpresa, sentou.

- Meu Deus, quanto tempo! O que você tá fazendo aqui em New York? Nunca pensei em te ver novamente. – disse ela enquanto dava um forte abraço nele e um beijo na bochecha.

- Você continua do mesmo jeito, feliz e linda. Bom só mudou... – ele disse olhando de cima pra baixo o corpo da morena. Rachel ficou sem graça, e se virou pro bar pra pedir uma bebida.

- Já você está irreconhecível. Tirando o sorriso idiota. Casado, ein? – ela disse apontando pra mão dele.

Nesse momento passou pela cabeça da Rachel tudo o que aconteceu entre os dois. Ela se lembrava do ódio que aquele menino a fez sentir e o quanto isso já atrapalhou a vida dela. Mas, era passado e não fazia mais diferença. Eles iam ter que conversar sem pensar em o que já aconteceu.

Ele balançou a cabeça, com um pouco de vergonha e pensando o que estaria passando pela cabeça da Rachel depois de tudo. Será que ela já tinha perdoado?

- Sempre achei que você não fosse o tipo pra casar – ela disse sabendo que não devia trazer aquele assunto à tona, mas não conseguiu se segurar. Ela tinha certeza pelo jeito que ele a olhava, que ele sabia do que ela estava falando.

Ele não fazia ideia do mal que causará a ela naquele dia. E ele não tinha ideia da marca que ele deixou e que era impossível esquecer. E era ainda mais injusto o fato de ele achar que tinha o direito de falar com ela de novo, mesmo sendo somente uma coincidência. Mas ela não era do tipo que explodia, ela ia conversar normalmente, perguntar da família e da vida dele como nem se lembrasse do ocorrido.

Finn estava decidido a não entrar de jeito nenhum naquele assunto. Ele queria só saber da vida dela e voltar a ter uma amizade com ela. Só isso, já que agora moravam novamente na mesma cidade e tinham se encontrado.

- É, casei já faz 5 anos. O nome dela é Quinn. Mudei pra cá há um pouco mais de um ano. Fui transferido pra uma unidade da empresa aqui. E depois que saí de Lima, fui fazer faculdade na Georgia.

Finn não sabia por que tinha omitido a gravidez da Quinn. Rachel sorriu e balançou a cabeça positivamente, enquanto tomava um gole do seu drink. Os dois ficaram muito tempo juntos. Ele foi o namorado mais longo que ela já teve, além do Brody.

- Eu também casei, apesar de ter demorado um pouco mais – ela disse lançando um olhar significativo pra ele – estou casada há quase 3 anos. O nome do meu marido é Brody e a gente tem uma filhinha, como você lembra, de 2 aninhos. O nome dela é Hazel.

- Ah, sim. E o seu sonho? Está atuando, cantando? – Rachel engoliu em seco com a pergunta. Não era uma coisa que ela gostava de lembrar, mas ela se sentiu humilhada por ter que contar publicamente que falhou.

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- Ah, não deu certo. Não era pra mim. Agora eu sou critica no The New York Times de filmes e musicais. Uma coisa que eu realmente gosto de fazer – ela olhou pra baixo, deixando claro que não queria falar do assunto.

Finn logo se sentiu culpado, como se tivesse certeza que o motivo dela ter reprovado na audição foi ele. Ia acontecer tudo na mesma semana. Agora era obrigado a encarar as consequências do seu ato impulsivo. Uma coisa que ele achou que não ia mais lhe perturbar.

O celular da Rachel tocou e enquanto ela atendia, Finn pensava que o melhor a fazer era ter só esse encontro e esquecer que os dois um dia se reencontraram. Porém algo dentro dele incomodava, fazendo com que ele quisesse manter contato, conhecer a família dela, saber mais.

Então, impulsivo como sempre foi e sempre será, pegou uma caneta com o garçom e escreveu o número do celular dele no papel e discretamente colocou na bolsa dela. Não tinha ideia se devia ter feito. Só fez.

Rachel desligou o telefone, se levantou e arrumou o vestido. Olhou para Finn e disse:

- Bom, eu adoraria ficar mais, conversar mais. Mas Kurt acabou de chegar à cidade e eu preciso ir buscar ele no aeroporto.

- Ah o Kurt, me lembro dele. Vocês eram super amigos.

- Ainda somos. Ele está mudando de Chicago pra cá – ela olhou pra ele e mexeu no cabelo do jeito que o Finn sabia que ela só fazia quando se sentia desconfortável. Ele ainda lembrava as manias dela, incrível.

- Okay, é manda um abraço pra ele.

- Claro, a gente se encontra por aí, algum dia. Ah, aqui o celular... – ela disse colocando em cima da mesa desajeitadamente e se levantou e dando um sorriso – já ia esquecendo.

- É, foi muito bom te ver.

Rachel não respondeu, só balançou a cabeça, pegou a bolsa e caminhou até a porta. Quando estava na porta, olhou pra trás e acenou. Deixando um Finn sozinho, confuso e atordoado.

Do lado de fora, Rachel suspirou de alivio e agradeceu mentalmente ao Kurt por ter tirado ela daquela horrível situação. Mesmo ainda se sentindo mal pelo o encontro, ela se sentiu como quisesse ter pegado o número de telefone dele ou alguma coisa só pra manter contato.